Paulo Ludovico
Não sou historiador e nem tenho essa pretensão. Mas, li acerca do episódio que entrou para a história como a batalha de Meletes X Peduros, e, pelo que li, o caso é, mais ou menos, como o que se segue. Com a palavra os historiadores de nossa região.
Houve um tempo (para uns, mais romântico, para outros, de difícil sobrevivência), em que as decisões de qualquer comunidade passavam pela vontade dos “coronéis”. Esse período, chamado de “coronelismo”, durou até ali, pelos meados dos anos 30, ainda que pese, nas regiões menos desenvolvidas (o interior do Nordeste brasileiro), ranços desse período permanecerem, até os dias atuais.
Não fugindo à regra, principalmente a das cidades deste nosso lado do País, Vitória da Conquista foi se tornando realidade, sob forte influência dos velhos e poderosos “coronéis”. E foram muitos deles. Teve terra e gado, antes do nome vinha a palavra: “coronel”. Alguns se tornaram intendentes (uma versão antiga dos atuais prefeitos) outros, mesmo sem o exercício de cargos, eram tão respeitados quanto os primeiros. O respeito era pela postura, pelo dinheiro ou, então, pelo cano de um revólver. Segundo a história, o último dos coronéis a assumir o comando do município de Vitória da Conquista, já como prefeito, foi o “coronel” Deraldo Mendes, lá pelos idos de 1932.
Corria o ano de 1912, exercendo o cargo de "intendente" estava o “coronel” José Fernandes de Oliveira Gugé (“coronel” Gugé). Homem dos mais sérios e de pouca "prosa". O gosto pela política estava no sangue, o pai dele, Luiz Fernandes de Oliveira, em 1940, tornou-se presidente do primeiro Conselho Municipal (espécie de Câmara de Vereadores) e, depois, primeiro intendente da Imperial Vila da Vitória. De outro lado, à frente do grupo oposicionista, estava o “coronel” Manoel Emiliano Moreira de Andrade, o “coronel” Maneca Moreira. Homem sisudo, também de poucas (aliás, pouquíssimas) palavras, correto e, diziam, amigo, "até a tampa", de seus amigos. Daqueles amigos “pra incardir ou pra intupir”. O “coronel” Maneca andava sempre armado e, em hipótese alguma, apartava de seu “trabuco” (revólver). Para uns, o revolver era conhecido como “pei, tebei”. Pergunta-se: porque? Explicava-se: você atira, “pei”, aí o cara, “tebei”, no chão, ou seja, “pei-tebei”..
O “coronel” Maneca Moreira era sobrinho da mulher do “coronel” Gugé, dona Janoca (Joana Angélica Santos Fernandes de Oliveira), e, além disso, afilhado do casal, Gugé e Janoca. Considerado a segunda maior fortuna da região, sua quantidade de terra e de gado perdia, apenas, para a fortuna do “coronel” Pompílio Nunes. Dizem que o “coronel” Maneca Moreira é um dos fazendeiros que introduziram o gado Zebu no município.
Os “coronéis” Maneca Moreira e Gugé eram filiados ao Partido Democrático da Bahia, época em que Maneca, chegou a ajudar, financeiramente, ao padrinho, “coronel” Gugé, num de seus raros momentos de dificuldade. Os dois nunca conversaram sobre o fato, a ajuda era sempre através da madrinha, “dona” Janoca.
Com a cisão do partido em Conquista, o grupo liderado pelo “coronel” Gugé se ligou ao chefe de polícia lá da “capita”, lá da “Bahia” (Salvador). Um adendo: minha avó, Olívia Flores, quando se referia a algo em Salvador, dizia sempre: “Lá na Bahia”. Observações à parte, e voltando à história, já o grupo do “coronel” Maneca aderiu a José Joaquim Seabra (JJ Seabra), governador da Bahia, apresentado que fora pelo Juiz de Direito de Conquista, Dr. Antônio José de Araújo.
Aos poucos, tornam-se mais frequentes (agora é assim, sem o trema), as rusgas e desavenças entre participantes dos dois grupos. Como sempre, a oposição faz críticas ao que, no entender dela, não passam de desmandos administrativos. Se uns criticam, outros defendem. Nesse tom, as diferenças só aumentavam. No auge da rivalidade, os dois grupos passam a ser conhecidos como Meletes (grupo da oposição, liderado por Maneca) e Peduros (grupo da situação, liderado por Gugé). Morre o “coronel” Gugé, em agosto de 1918. A coisa piora, pois, o conviver (se é que conviviam) fica difícil sem a figura daquele que era considerado o que põe “panos quentes”, o que alivia. Acreditava-se que os dois grupos ainda não haviam entrado em choque, em face da ligação de parentesco entre os “coronéis” Maneca e Gugé, ainda que em facções opostas. Assume a intendência Leôncio Sátiro dos Santos Silva (Lili), genro do “coronel” Gugé. Permita-me um comentário: “Desde há muito é tudo entre eles e o nepotismo já comia solto”. O velho Sócrates (lá dos tempos remotos) já dizia que “uns nascem para mandar outros nascem para serem mandados”.
As animosidades entre Meletes e Peduros aumentam. A ação de um grupo logo provocava reação no outro. Um forasteiro, Ubirajara Coelho, montou um cinema em Conquista, num galpão existente no Beco da Tesoura (hoje, Alameda Lima Guerra). Sentar, só em bancos e cadeiras levados pelos próprios frequentadores. Olha que situação! Ubirajara se juntou aos Peduros (claro, a situação). O “coronel” Maneca deu a resposta. Construiu o Cine Iris, com 350 cadeiras. Um luxo. O prédio existe até hoje e nele funcionou por muito tempo a Rádio Clube de Conquista (onde fizeram história: Edson Maciel, J Menezes, Gilson Moura, o saudoso Luís Cláudio, etc.).
Chega o ano de 1918, o “coronel” Maneca imprime uns panfletos e distribui na feira livre, que ficava em frente a um prédio de sua propriedade, na Rua Grande, no local onde funcionou em Conquista o Banco Real (hoje é a farmácia de manipulação, A Fórmula e uma casa de comida a quilo). No papel, ele diz que os Meletes não devem pagar impostos ao município. Muitos obedecem e se recusam a cumprir com a obrigação tributária. Lili, o intendente, pede auxílio à polícia, que, por sua vez, não consegue resolver a situação (era briga de gente grande!). Conta a história que vários oficiais, comandantes do destacamento, voltam a Salvador, com medo dos Meletes. O intendente, sem a vocação de líder, embora "comedido e cordial", renuncia ao cargo. Os Peduros reclamam das atitudes do juíz, que estaria, na visão deles, beneficiando aos Meletes.
Assume a Intendência o “coronel” Ascendino dos Santos Melo (“coronel” Dino Correia), que morava numa de suas fazendas, perto de Conquista. O destacamento de polícia já não mais obedecia às ordens de seu comandante. Os soldados passam a promover arruaças. Tomando conhecimento do que acontecia, o “coronel” Dino chega à sede do município, depois de arrebanhar armas, grande quantidade de munição e voluntários, que aderem aos Peduros: "mais de trezentos" afirmava Pedro Moreira, filho do “coronel” Maneca Moreira e pai da professora Maria Celeste Moreira Cavalcanti (ouvi várias vezes essa história contada por ele, em algumas tardes de sábado, na casa de Dona Celeste Cavalcanti, onde jogávamos sinuca). Os dois grupos começam a dar as ordens e a justiça passa a ser feita de acordo com as próprias conveniências. Os Peduros querem a renúncia do juiz. Os Meletes "dão a testa". A luta armada é inevitável. Na Rua Grande, os tiros começam a ecoar na manhã de 19 de janeiro de 1919. Os Meletes montam seu quartel general no sobrado de Paulino Fernandes (demolido para a construção da atual agência do Banco do Brasil). O sobrado foi também sede do Clube Lux, do jornal "A Palavra" e, agora, trincheira para o grupo do “coronel” Maneca Moreira. O tiroteio avança por todo o dia. Morrem muitos jagunços dos Peduros. Do lado dos Meletes, morre o fazendeiro Teotônio Andrade. O tiroteio continua, bala “zunia” de um lado e de outro (um prato cheio pra diretor de filme de “bang-bang””). Os Meletes, em menor número, já não têm o mesmo ânimo, ainda assim, bravamente (dizem) resistem. Sem que ninguém esperasse, surge na Praça 15 de novembro (antes Rua Grande e hoje Barão do Rio Branco), local do tiroteio, um grupo de senhoras – entre outras, Laudicéia Gusmão, Henriqueta Prates e Fulô Roxa - que exige o fim da luta. Tem início as negociações. Participam dela o Dr. Crescêncio Silveira, Dr. Nicanor Ferreira, Agripino Borges, José Maximiliano Fernandes, e o coronel Deraldo Mendes (representante dos Peduros). No final, o juiz volta para Salvador. O coronel Maneca entrega as armas e parte com todos os familiares para a sua fazenda, a Graciosa, passando, depois, a residir em Poções, onde, mais tarde, veio a ser prefeito por duas vezes (uma nomeado e outra eleito pelo povo). O coronel Dino Correia assume, de vez, a Intendência de Conquista.
Esse foi, contam, o episódio que se “sucedeu” na história de Vitória da Conquista e é conhecido como o embate entre Meletes e Peduros.
Fontes históricas
Mulheres Que Fizeram a História de Conquista.- Aníbal Viana
Memória de Pedro Moreira, filho do “coronel” Maneca Moreira
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Não sou historiador e nem tenho essa pretensão. Mas, li acerca do episódio que entrou para a história como a batalha de Meletes X Peduros, e, pelo que li, o caso é, mais ou menos, como o que se segue. Com a palavra os historiadores de nossa região.
Houve um tempo (para uns, mais romântico, para outros, de difícil sobrevivência), em que as decisões de qualquer comunidade passavam pela vontade dos “coronéis”. Esse período, chamado de “coronelismo”, durou até ali, pelos meados dos anos 30, ainda que pese, nas regiões menos desenvolvidas (o interior do Nordeste brasileiro), ranços desse período permanecerem, até os dias atuais.
Não fugindo à regra, principalmente a das cidades deste nosso lado do País, Vitória da Conquista foi se tornando realidade, sob forte influência dos velhos e poderosos “coronéis”. E foram muitos deles. Teve terra e gado, antes do nome vinha a palavra: “coronel”. Alguns se tornaram intendentes (uma versão antiga dos atuais prefeitos) outros, mesmo sem o exercício de cargos, eram tão respeitados quanto os primeiros. O respeito era pela postura, pelo dinheiro ou, então, pelo cano de um revólver. Segundo a história, o último dos coronéis a assumir o comando do município de Vitória da Conquista, já como prefeito, foi o “coronel” Deraldo Mendes, lá pelos idos de 1932.
Corria o ano de 1912, exercendo o cargo de "intendente" estava o “coronel” José Fernandes de Oliveira Gugé (“coronel” Gugé). Homem dos mais sérios e de pouca "prosa". O gosto pela política estava no sangue, o pai dele, Luiz Fernandes de Oliveira, em 1940, tornou-se presidente do primeiro Conselho Municipal (espécie de Câmara de Vereadores) e, depois, primeiro intendente da Imperial Vila da Vitória. De outro lado, à frente do grupo oposicionista, estava o “coronel” Manoel Emiliano Moreira de Andrade, o “coronel” Maneca Moreira. Homem sisudo, também de poucas (aliás, pouquíssimas) palavras, correto e, diziam, amigo, "até a tampa", de seus amigos. Daqueles amigos “pra incardir ou pra intupir”. O “coronel” Maneca andava sempre armado e, em hipótese alguma, apartava de seu “trabuco” (revólver). Para uns, o revolver era conhecido como “pei, tebei”. Pergunta-se: porque? Explicava-se: você atira, “pei”, aí o cara, “tebei”, no chão, ou seja, “pei-tebei”..
O “coronel” Maneca Moreira era sobrinho da mulher do “coronel” Gugé, dona Janoca (Joana Angélica Santos Fernandes de Oliveira), e, além disso, afilhado do casal, Gugé e Janoca. Considerado a segunda maior fortuna da região, sua quantidade de terra e de gado perdia, apenas, para a fortuna do “coronel” Pompílio Nunes. Dizem que o “coronel” Maneca Moreira é um dos fazendeiros que introduziram o gado Zebu no município.
Os “coronéis” Maneca Moreira e Gugé eram filiados ao Partido Democrático da Bahia, época em que Maneca, chegou a ajudar, financeiramente, ao padrinho, “coronel” Gugé, num de seus raros momentos de dificuldade. Os dois nunca conversaram sobre o fato, a ajuda era sempre através da madrinha, “dona” Janoca.
Com a cisão do partido em Conquista, o grupo liderado pelo “coronel” Gugé se ligou ao chefe de polícia lá da “capita”, lá da “Bahia” (Salvador). Um adendo: minha avó, Olívia Flores, quando se referia a algo em Salvador, dizia sempre: “Lá na Bahia”. Observações à parte, e voltando à história, já o grupo do “coronel” Maneca aderiu a José Joaquim Seabra (JJ Seabra), governador da Bahia, apresentado que fora pelo Juiz de Direito de Conquista, Dr. Antônio José de Araújo.
Aos poucos, tornam-se mais frequentes (agora é assim, sem o trema), as rusgas e desavenças entre participantes dos dois grupos. Como sempre, a oposição faz críticas ao que, no entender dela, não passam de desmandos administrativos. Se uns criticam, outros defendem. Nesse tom, as diferenças só aumentavam. No auge da rivalidade, os dois grupos passam a ser conhecidos como Meletes (grupo da oposição, liderado por Maneca) e Peduros (grupo da situação, liderado por Gugé). Morre o “coronel” Gugé, em agosto de 1918. A coisa piora, pois, o conviver (se é que conviviam) fica difícil sem a figura daquele que era considerado o que põe “panos quentes”, o que alivia. Acreditava-se que os dois grupos ainda não haviam entrado em choque, em face da ligação de parentesco entre os “coronéis” Maneca e Gugé, ainda que em facções opostas. Assume a intendência Leôncio Sátiro dos Santos Silva (Lili), genro do “coronel” Gugé. Permita-me um comentário: “Desde há muito é tudo entre eles e o nepotismo já comia solto”. O velho Sócrates (lá dos tempos remotos) já dizia que “uns nascem para mandar outros nascem para serem mandados”.
As animosidades entre Meletes e Peduros aumentam. A ação de um grupo logo provocava reação no outro. Um forasteiro, Ubirajara Coelho, montou um cinema em Conquista, num galpão existente no Beco da Tesoura (hoje, Alameda Lima Guerra). Sentar, só em bancos e cadeiras levados pelos próprios frequentadores. Olha que situação! Ubirajara se juntou aos Peduros (claro, a situação). O “coronel” Maneca deu a resposta. Construiu o Cine Iris, com 350 cadeiras. Um luxo. O prédio existe até hoje e nele funcionou por muito tempo a Rádio Clube de Conquista (onde fizeram história: Edson Maciel, J Menezes, Gilson Moura, o saudoso Luís Cláudio, etc.).
Chega o ano de 1918, o “coronel” Maneca imprime uns panfletos e distribui na feira livre, que ficava em frente a um prédio de sua propriedade, na Rua Grande, no local onde funcionou em Conquista o Banco Real (hoje é a farmácia de manipulação, A Fórmula e uma casa de comida a quilo). No papel, ele diz que os Meletes não devem pagar impostos ao município. Muitos obedecem e se recusam a cumprir com a obrigação tributária. Lili, o intendente, pede auxílio à polícia, que, por sua vez, não consegue resolver a situação (era briga de gente grande!). Conta a história que vários oficiais, comandantes do destacamento, voltam a Salvador, com medo dos Meletes. O intendente, sem a vocação de líder, embora "comedido e cordial", renuncia ao cargo. Os Peduros reclamam das atitudes do juíz, que estaria, na visão deles, beneficiando aos Meletes.
Assume a Intendência o “coronel” Ascendino dos Santos Melo (“coronel” Dino Correia), que morava numa de suas fazendas, perto de Conquista. O destacamento de polícia já não mais obedecia às ordens de seu comandante. Os soldados passam a promover arruaças. Tomando conhecimento do que acontecia, o “coronel” Dino chega à sede do município, depois de arrebanhar armas, grande quantidade de munição e voluntários, que aderem aos Peduros: "mais de trezentos" afirmava Pedro Moreira, filho do “coronel” Maneca Moreira e pai da professora Maria Celeste Moreira Cavalcanti (ouvi várias vezes essa história contada por ele, em algumas tardes de sábado, na casa de Dona Celeste Cavalcanti, onde jogávamos sinuca). Os dois grupos começam a dar as ordens e a justiça passa a ser feita de acordo com as próprias conveniências. Os Peduros querem a renúncia do juiz. Os Meletes "dão a testa". A luta armada é inevitável. Na Rua Grande, os tiros começam a ecoar na manhã de 19 de janeiro de 1919. Os Meletes montam seu quartel general no sobrado de Paulino Fernandes (demolido para a construção da atual agência do Banco do Brasil). O sobrado foi também sede do Clube Lux, do jornal "A Palavra" e, agora, trincheira para o grupo do “coronel” Maneca Moreira. O tiroteio avança por todo o dia. Morrem muitos jagunços dos Peduros. Do lado dos Meletes, morre o fazendeiro Teotônio Andrade. O tiroteio continua, bala “zunia” de um lado e de outro (um prato cheio pra diretor de filme de “bang-bang””). Os Meletes, em menor número, já não têm o mesmo ânimo, ainda assim, bravamente (dizem) resistem. Sem que ninguém esperasse, surge na Praça 15 de novembro (antes Rua Grande e hoje Barão do Rio Branco), local do tiroteio, um grupo de senhoras – entre outras, Laudicéia Gusmão, Henriqueta Prates e Fulô Roxa - que exige o fim da luta. Tem início as negociações. Participam dela o Dr. Crescêncio Silveira, Dr. Nicanor Ferreira, Agripino Borges, José Maximiliano Fernandes, e o coronel Deraldo Mendes (representante dos Peduros). No final, o juiz volta para Salvador. O coronel Maneca entrega as armas e parte com todos os familiares para a sua fazenda, a Graciosa, passando, depois, a residir em Poções, onde, mais tarde, veio a ser prefeito por duas vezes (uma nomeado e outra eleito pelo povo). O coronel Dino Correia assume, de vez, a Intendência de Conquista.
Esse foi, contam, o episódio que se “sucedeu” na história de Vitória da Conquista e é conhecido como o embate entre Meletes e Peduros.
Fontes históricas
Mulheres Que Fizeram a História de Conquista.- Aníbal Viana
Memória de Pedro Moreira, filho do “coronel” Maneca Moreira