Paulo Ludovico
Da maneira idêntica à da maioria das cidades que nasceram na época do Império, Vitória da Conquista surge, também, da necessidade do homem em buscar riquezas. Aos movimentos, que ficaram conhecidos como Entradas e Bandeiras, cabiam o papel de explorar as riquezas naturais de regiões...
, nunca antes penetradas pela civilização. Uma dessas Bandeiras, a de João da Silva Guimarães, por ordens expressas do rei de Portugal, D. João IV, sai do norte de Minas Gerais, com o objetivo de descobrir pedras preciosas e novas minas de ouro. É que, segundo relatos, a produção aurífera mineira e do Rio Pardo já não apresentavam os resultados satisfatórios de outrora. No ano de 1772, o desbravador João da Silva Guimarães, depois de vitórias na região do Rio Pardo, contra os índios Pataxós e Botocudos, chega ao território do atual município de Conquista, onde, em companhia de seu genro, João Gonçalves da Costa, trava intensa batalha contra os índios Imborés e Mongoiós, esse últimos, conhecidos também como Camacans. Vários são os locais onde acontecem violentos combates, um deles, até hoje, é conhecido pelo nome de Batalha. Em outro combate, acontecido 20 anos antes da chegada do bandeirante ao atual município de Conquista, em 1752, relata a história, que os soldados brancos já se deixavam abater, por serem em menor número que os guerreiros indígenas. Percebendo isso, lá pela madrugada, João da Silva Guimarães provoca os brios de seus homens ao invocar a proteção de Nossa Senhora das Vitórias. Com novo ânimo, os saldados investem contra os índios, numa luta corpo a corpo, utilizando-se de armas brancas, facões, espadas e armas artesanais, fabricadas com madeira e bambus. A vitória final é alcançada na própria aldeia indígena, local aonde veio a ser construída a Praça da República, hoje Praça Tancredo Neves.
A vitória definitiva se completa no começo da década de 1780. D. João, Príncipe Regente, concede uma parte do terreno conquistado, ao bandeirante João da Silva Guimarães. Mas essa doação refere-se apenas às áreas do semi-árido, posto que, a Região da Mata e da Mata de Cipó eram de propriedade da coroa portuguesa.
Após a vitória, o mestre de campo João da Silva Guimarães retorna para suas terras, em Minas Novas. O governo da região conquistada fica a cargo de seu genro João Gonçalves da Costa, nomeado Capitão da Conquista, e de seus filhos, Antônio Dias de Miranda e Raimundo Gonçalves da Costa. Com o aval da Coroa Portuguesa, o novo comandante do lugar inicia a sua colonização, abrindo várias estradas, para o interior, além de ligar o sertão ao litoral de Ilhéus.
Aos poucos, durante a colonização, as tribos iam sendo dizimadas, ora pelo poder das armas, ora pela ação de doenças contagiosas. Um dos episódios mais negros daquela época é conhecido como "Banquete da Morte". A chacina é promovida pelo bandeirante João Gonçalves da Costa, que, convida os índios para uma festa, embriaga-os e, enquanto os selvagens se divertem, são fria e brutalmente assassinados.
Atribui-se ao coronel João Gonçalves da Costa e a um grupo composto de cerca de 60 pessoas, lá pelos idos de 1870, a construção das primeiras casas do Arraial da Conquista. Mas, só em 1803 inicia-se a construção da capela, sob a invocação divina de Nossa Senhora das Vitórias.
Alguns anos depois, já corria o ano de 1806, João Gonçalves da Costa, que houvera recebido o título de Coronel de Milícia, e seus familiares, cumprindo a promessa de João da Silva Guimarães, terminam de erguer a capela dedicada à Nossa Senhora das Vitórias, trazendo com ela a criação definitiva do Arraial da Conquista, também com o nome de Arraial da Vitória. Assim, nascem as primeiras edificações da cidade de Vitória da Conquista, em volta da primeira construção da Capela de Nossa Senhora das Vitórias, que ficava exatamente no meio da atual Praça Tancredo Neves.
Sem policiamento, bebedeiras e distúrbios freqüentes, provocados por trabalhadores rurais e desocupados, passam a fazer parte do lugar. Tais ocorrências só contribuíam para denegrir a fama do Arraial, perante as pessoas que viviam nas fazendas nos arredores. Já a partir de 1816 e com mais intensidade depois de 1820, o Arraial começa a se desenvolver com maior rapidez, a ponto de seus moradores passarem a reclamar por uma autonomia política. Eles queriam desgarrar-se da subordinação ao município de Caetité. Em 19 de maio de 1840, a Lei Provincial número 124, concede a autonomia pleiteada, sendo o Arraial da Conquista desligado da Vila do Príncipe de Caetité. A real instalação do Município da Imperial Vila da Vitória, com a posse da primeira Câmara de Vereadores, só acontece no dia 9 de novembro de 1840, data comemorativa do aniversário da cidade. A elevação de Arraial à Vila, trouxe como conseqüência a elevação da Capela de Nossas Senhora das Vitórias à categoria de Freguesia.
Veio a proclamação da República em 15 de novembro de 1888, instalava-se no País o regime republicano, que não aceitava, sob hipótese alguma, qualquer referência à Monarquia, tais como títulos, brasões ou nobreza. Sendo assim, em julho de 1891 a Vila foi elevada à categoria de Cidade, a Imperial Vila da Vitória foi obrigada a mudar de nome e passou a se chamar Cidade de Conquista. Em 1943, de acordo com o Decreto Lei de número 141, passou a se chamar Vitória da Conquista.
Da maneira idêntica à da maioria das cidades que nasceram na época do Império, Vitória da Conquista surge, também, da necessidade do homem em buscar riquezas. Aos movimentos, que ficaram conhecidos como Entradas e Bandeiras, cabiam o papel de explorar as riquezas naturais de regiões...
, nunca antes penetradas pela civilização. Uma dessas Bandeiras, a de João da Silva Guimarães, por ordens expressas do rei de Portugal, D. João IV, sai do norte de Minas Gerais, com o objetivo de descobrir pedras preciosas e novas minas de ouro. É que, segundo relatos, a produção aurífera mineira e do Rio Pardo já não apresentavam os resultados satisfatórios de outrora. No ano de 1772, o desbravador João da Silva Guimarães, depois de vitórias na região do Rio Pardo, contra os índios Pataxós e Botocudos, chega ao território do atual município de Conquista, onde, em companhia de seu genro, João Gonçalves da Costa, trava intensa batalha contra os índios Imborés e Mongoiós, esse últimos, conhecidos também como Camacans. Vários são os locais onde acontecem violentos combates, um deles, até hoje, é conhecido pelo nome de Batalha. Em outro combate, acontecido 20 anos antes da chegada do bandeirante ao atual município de Conquista, em 1752, relata a história, que os soldados brancos já se deixavam abater, por serem em menor número que os guerreiros indígenas. Percebendo isso, lá pela madrugada, João da Silva Guimarães provoca os brios de seus homens ao invocar a proteção de Nossa Senhora das Vitórias. Com novo ânimo, os saldados investem contra os índios, numa luta corpo a corpo, utilizando-se de armas brancas, facões, espadas e armas artesanais, fabricadas com madeira e bambus. A vitória final é alcançada na própria aldeia indígena, local aonde veio a ser construída a Praça da República, hoje Praça Tancredo Neves.
A vitória definitiva se completa no começo da década de 1780. D. João, Príncipe Regente, concede uma parte do terreno conquistado, ao bandeirante João da Silva Guimarães. Mas essa doação refere-se apenas às áreas do semi-árido, posto que, a Região da Mata e da Mata de Cipó eram de propriedade da coroa portuguesa.
Após a vitória, o mestre de campo João da Silva Guimarães retorna para suas terras, em Minas Novas. O governo da região conquistada fica a cargo de seu genro João Gonçalves da Costa, nomeado Capitão da Conquista, e de seus filhos, Antônio Dias de Miranda e Raimundo Gonçalves da Costa. Com o aval da Coroa Portuguesa, o novo comandante do lugar inicia a sua colonização, abrindo várias estradas, para o interior, além de ligar o sertão ao litoral de Ilhéus.
Aos poucos, durante a colonização, as tribos iam sendo dizimadas, ora pelo poder das armas, ora pela ação de doenças contagiosas. Um dos episódios mais negros daquela época é conhecido como "Banquete da Morte". A chacina é promovida pelo bandeirante João Gonçalves da Costa, que, convida os índios para uma festa, embriaga-os e, enquanto os selvagens se divertem, são fria e brutalmente assassinados.
Atribui-se ao coronel João Gonçalves da Costa e a um grupo composto de cerca de 60 pessoas, lá pelos idos de 1870, a construção das primeiras casas do Arraial da Conquista. Mas, só em 1803 inicia-se a construção da capela, sob a invocação divina de Nossa Senhora das Vitórias.
Alguns anos depois, já corria o ano de 1806, João Gonçalves da Costa, que houvera recebido o título de Coronel de Milícia, e seus familiares, cumprindo a promessa de João da Silva Guimarães, terminam de erguer a capela dedicada à Nossa Senhora das Vitórias, trazendo com ela a criação definitiva do Arraial da Conquista, também com o nome de Arraial da Vitória. Assim, nascem as primeiras edificações da cidade de Vitória da Conquista, em volta da primeira construção da Capela de Nossa Senhora das Vitórias, que ficava exatamente no meio da atual Praça Tancredo Neves.
Sem policiamento, bebedeiras e distúrbios freqüentes, provocados por trabalhadores rurais e desocupados, passam a fazer parte do lugar. Tais ocorrências só contribuíam para denegrir a fama do Arraial, perante as pessoas que viviam nas fazendas nos arredores. Já a partir de 1816 e com mais intensidade depois de 1820, o Arraial começa a se desenvolver com maior rapidez, a ponto de seus moradores passarem a reclamar por uma autonomia política. Eles queriam desgarrar-se da subordinação ao município de Caetité. Em 19 de maio de 1840, a Lei Provincial número 124, concede a autonomia pleiteada, sendo o Arraial da Conquista desligado da Vila do Príncipe de Caetité. A real instalação do Município da Imperial Vila da Vitória, com a posse da primeira Câmara de Vereadores, só acontece no dia 9 de novembro de 1840, data comemorativa do aniversário da cidade. A elevação de Arraial à Vila, trouxe como conseqüência a elevação da Capela de Nossas Senhora das Vitórias à categoria de Freguesia.
Veio a proclamação da República em 15 de novembro de 1888, instalava-se no País o regime republicano, que não aceitava, sob hipótese alguma, qualquer referência à Monarquia, tais como títulos, brasões ou nobreza. Sendo assim, em julho de 1891 a Vila foi elevada à categoria de Cidade, a Imperial Vila da Vitória foi obrigada a mudar de nome e passou a se chamar Cidade de Conquista. Em 1943, de acordo com o Decreto Lei de número 141, passou a se chamar Vitória da Conquista.
3 comentários:
Taí jovens um verdadeiro documentário para enriquecer o conhecimento daqueles que são apaixonados por bons textos. E este é excelente pela grandeza da inspiração para uma cidade maravilhosa.
Meu mais novo e dileto amigo.
De algum tempo pude perceber a sua grandeza também intelectual. O momento é de comemoração pelo aniversário da nossa cidade, no entanto, rendo-lho justa homenagem pela bela aula de história que ora nos proporciona.
Grande abraço.
Parabéns Conquista
Muitos jovens e adultos não conhecem pormenorizada a história de nossos sertões, principalmente de Conquista. A matéria de Paulo Lodovico é esclarecedora.Parabéns.
J.P.Camillo Neri
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