terça-feira, 25 de agosto de 2009

Vai de ônibus ou vai de taxi?

Pedro Alberto Viana Andrade, Jornal Hoje em Dia

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Tentando discorrer um pouco sobre qual a perspectiva de mercado para um jovem profissional de criação, eu li uma boa metáfora em uma entrevista de um dos fundadores da agência canadense Táxi, que ilustra bem essa situação. Primeiro, é preciso levar em conta que elas variam de acordo com a forma com que esse novo profissional seguia pelo mercado. Se ele entra com um olhar viciado, padronizado e fechado para as alternativas que surgem diariamente, insistindo em manter sua criatividade dentro das alternativas que lhe foram apresentadas dentro da sala de aula, onde ensinam a lógica da Madison Avenue de 1950, esse jovem vai de ônibus. Ou seja, suas perspectivas de mercado serão tão previsíveis como um ônibus, que passa sempre na mesma hora marcada, faz sempre o mesmo itinerário e chega sempre no mesmo fim.

Mas se é questionador, aberto às possibilidades e antenado na reviravolta diária que a lnternet possibilita em nossas vidas, esse jovem vai de Táxi. Ele é ágil e rápido como um táxi, faz o seu próprio caminho e pode mudar destino e itinerário na hora que bem entender, ampliando as perspectivas.

O problema é que se contarmos hoje as agências que realmente prezam pela qualidade da criação nos seus trabalhos, não conseguiríamos encher nem os dedos das mãos. E isto reduz as perspectivas desse jovem profissional que acaba muitas vezes frustrado, acreditando que o erro está nele.

Por isso, digo que as perspectivas de mercado para nós, jovens profissionais de criação, depende da função que decidimos desempenhar. Precisamos ser algo como diz a letra da música da banda carioca A Filial “apenas uma ferramenta empenhada no reparo de uma velha estrutura que não se sustenta, a marreta que arrebenta o que era concreto, demolindo o império de modo discreto.”

Pedro Alberto Viana Andrade, nasceu em Vitória da Conquista, cursou no Instituto São Tarcísio e Colégio Juvêncio Terra. Recem formado em Publicidade e Propaganda pela Newton Paiva em BH, fazendo pós em processos criativos pelo IEC/PUC Minas. Ainda estudante, teve dois trabalhos acadêmicos para representar Minas no Intercon – Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudoeste (SP e RJ) e publicações no JORNAL ESTADO DE MINAS.


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