Por Paulo Pires
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IMPULSO
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Para Flora du Pã
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Para Flora du Pã
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Não gostaria de escrever poemas
E só me sinto impelido para isto
Depois de ver a bagaceira
Que ora se espraia à nossa frente
São moças vendendo carne
Que compõe toda a estrutura
Das suas fronteiras anatômicas
Infelizmente elas acham que assim é melhor
Muito mais que ficar parada para o pincel de Manet
Ou o lusco fusco de Rembrandt
Somos uma sombra
Do que pensamos ser
Ou serei um lagarto solitário
Sobre pedras imensas esquentadas pelo Sol?
Ah, como é difícil ser a pessoa mesma
No mínimo somos três [quando não somos mais]
Pensando que um livro sempre traz a resposta eficaz
Sonhamos porque o real é menos intenso
Que a matéria da imaginação
E não podemos deixar de dizer
Que as ruas escondem verdades
E que os pássaros são os únicos habitantes
Que vivem o excitante prazer
De renovar os seus dias em qualquer lugar
Agora mesmo sinto vontade de ir embora
Mas o único lugar que me aceitaria
Está em estado de sítio
Mais fechado que o coração da amada
E tão irredutível quanto o édito do Rei
Onde ficar pelos dias que virão?
Talvez longe das cacimbas
Para evitar a presença da volante
Mas quero ir embora e não sei prá onde
É um impulso magnético
Que me puxa para zonas de atração
Será que virão me buscar hoje
Desejo ir logo embora ....
Conquista, 11 de fevereiro de 2009
Paulo Pires
Não gostaria de escrever poemas
E só me sinto impelido para isto
Depois de ver a bagaceira
Que ora se espraia à nossa frente
São moças vendendo carne
Que compõe toda a estrutura
Das suas fronteiras anatômicas
Infelizmente elas acham que assim é melhor
Muito mais que ficar parada para o pincel de Manet
Ou o lusco fusco de Rembrandt
Somos uma sombra
Do que pensamos ser
Ou serei um lagarto solitário
Sobre pedras imensas esquentadas pelo Sol?
Ah, como é difícil ser a pessoa mesma
No mínimo somos três [quando não somos mais]
Pensando que um livro sempre traz a resposta eficaz
Sonhamos porque o real é menos intenso
Que a matéria da imaginação
E não podemos deixar de dizer
Que as ruas escondem verdades
E que os pássaros são os únicos habitantes
Que vivem o excitante prazer
De renovar os seus dias em qualquer lugar
Agora mesmo sinto vontade de ir embora
Mas o único lugar que me aceitaria
Está em estado de sítio
Mais fechado que o coração da amada
E tão irredutível quanto o édito do Rei
Onde ficar pelos dias que virão?
Talvez longe das cacimbas
Para evitar a presença da volante
Mas quero ir embora e não sei prá onde
É um impulso magnético
Que me puxa para zonas de atração
Será que virão me buscar hoje
Desejo ir logo embora ....
Conquista, 11 de fevereiro de 2009
Paulo Pires
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