quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

País terá plenitude industrial com fabricação de urânio enriquecido, diz diretor da INB

Para o diretor de Produção do Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Samuel Fayad Filho, a “plenitude industrial” na fabricação de urânio enriquecido “vai agregar valor" ao minério dando ao país, um grande diferencial.

“Possuímos uma grande reserva de urânio e se um dia quisermos exportar, venderemos o produto com valor agregado máximo porque nós já dominamos todo o processo industrial”, projeta o diretor.

O enriquecimento do urânio constitui a separação de partículas do chamado urânio natural e o aumento das partículas que produzem energia, tranformando-o em urânio 235. O ciclo do combustível é iniciado com beneficiamento do urânio (retirado de Caetité, na Bahia) tornando-o um concentrado (uma pasta amarela conhecida como “yellow cake”). Até hoje, a produção no Brasil se limita a essa etapa.


O concentrado de urânio é transformado, no Canadá, em gás (chamado “UF6”), que é enviado a um consórcio de empresas anglo-germânico-holandês onde as partículas de urânio são separadas por meio de processamento em ultracentrífugas.

Após o enriquecimento, o gás é reenviado ao Brasil e transformado em pó que será comprimido em pastilhas para alimentação dos tubos de combustível dos reatores nucleares onde gerará energia térmica e, posteriormente, energia elétrica.

Conforme Samuel Fayad Filho, há previsão de construção de uma nova fábrica de equipamentos para ultracentrifugação até 2015, o que permitirá o aumento da produção de urânio enriquecido, inclusive para abastecer a usina projetada de Angra III.

O Brasil extrai e beneficia 390 toneladas de urânio ao ano e é considerado a sexta maior reserva do minério no mundo. Nos próximos anos, uma nova mina deverá ser explorada em Santa Quitéria (CE). A energia nuclear equivale a 2% da matriz energética brasileira.

Agência Brasil

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