sábado, 17 de janeiro de 2009

Jequié tem 787 registros de dengue em 2009

Juscelino Souza, A Tarde
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Bairro Joaquim Romão, Jequié. Este é o principal endereço do mosquito Aedes aegypti, responsável por 266 casos notificados de dengue, dos 787 registrados este ano no município localizado a 359 km de Salvador. Desse total, nove estão com suspeita de febre hemorrágica, que já matou um recém-nascido nos primeiros dias do ano no mesmo bairro.

Quatro pessoas estão internadas em unidades de saúde do município. Outros sete casos suspeitos, registrados nos municípios de Jaguaquara, Ipiaú, Mucugê e Apuarema, recebem tratamento clínico em Jequié.

O avanço da dengue é tão voraz que os casos de 2009 já superam os registrados durante todo o ano passado. De acordo com a Vigilância Epidemiológica Municipal, em 2008 foram notificados 465 casos, com 185 confirmados e, desses, quatro com suspeita de dengue hemorrágica e oito – com os mesmos sintomas, ainda em investigação.

Apesar de duas mortes terem sido relacionadas com a doença, os testes realizados nas vítimas – uma criança de seis anos de idade e uma mulher de 62 – apresentaram teor negativo, ou seja; não reagentes. Ambas as vítimas também residiam no Joaquim Romão.

Mesmo diante dos casos registrados e do surto da doença na área geográfica, que compreende ainda os bairros Sol Nascente, Alto da Pedreira, Barro Preto e Posto Manoel Antônio, alguns moradores ignoram os riscos de morte e favorecem a proliferação de focos do mosquito. Caixas d’água descobertas, lixo nas ruas, esgoto a céu aberto, vasilhames retendo água e cacos de vidro nos muros são os mais variados convites à dengue.

Nos bairros onde o índice de infestação é maior , raro é não encontrar um morador que ainda não teve um caso de dengue na família. Uma das mais recentes vítimas da doença, a artesã Islan Vieira Santos, 34, residente na casa 101 da Rua Antônio Miranda Pereira, foi internada com dengue hemorrágica e, mesmo depois de oito dias em observação, ainda tenta se recuperar.

Os primeiros sintomas, segundo ela, começaram no início do mês. “Senti fraqueza nas pernas, depois atacou meu estômago e uma dor-de-cabeça apareceu forte”, recorda. Encaminhada ao pronto-socorro, só conseguiu vaga após quatro dias de idas e vindas aos postos de saúde e hospital. “Ainda estou tentando me recuperar. Minhas pernas estão estouradas, não agüento subir escada e meu pescoço dói muito. O médico disse que meu corpo está todo inflamado”, continua.

Como se não bastasse isso tudo, seus vizinhos no Bairro Joaquim Romão ainda teimam em jogar lixo na rua e alguns deixam os tanques abertos. “Eu cuido da minha casa, mas eles não fazem a parte deles e o resultado é isso aí: esgoto a céu aberto, lixo e água parada na rua. Nos últimos dias meu sobrinho, de sete anos, também começou a se queixar de dores e a gente vai levá-lo ao hospital pra ver o que está acontecendo”.

SAIBA MAIS:

- Os seguintes sintomas podem fazer a pessoa suspeitar de dengue: dor de cabeça; dor nos olhos; febre alta muitas vezes passando de 40 graus; dor nos músculos e nas juntas; manchas avermelhadas por todo o corpo; falta de apetite; fraqueza e em alguns casos, sangramento de gengiva e nariz.

- A pessoa com dengue deve ficar em repouso, beber muito líquido e só usar medicamento para aliviar as dores e a febre, mas sempre com indicação do médico. Não pode tomar remédios à base de ácido acetil salicílico, como, por exemplo, aspirina e AAS.

- A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito nascer. Para isso, é necessário acabar com os criadouros (lugares de nascimento e desenvolvimento dele). Ou seja: não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer tipo de recipiente como garrafas; pneus; pratos de vasos de plantas e xaxim; bacias; copinhos descartáveis. Também deve manter fechadas caixas d'água; cisternas; tambores; poços e outros depósitos de água.



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