Juscelino Souza, A Tarde
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Aos 64 anos de idade o médico e deputado federal Guilherme Menezes, PT, retorna ao comando administrativo de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, com a responsabilidade de gerir os destinos do terceiro colégio eleitoral da Bahia, com 195.365 eleitores.
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A próxima gestão, sucedendo à de José Raimundo Fontes, fechará um ciclo de 16 anos de hegemonia petista no terceiro maior município do Estado, com 308.204 mil habitantes.
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Para chegar até aqui, o prefeito eleito superou nas urnas os candidatos Hérzem Gusmão (PSDB) e Esmeraldino Correia, do PDT. Encabeçando a coligação composta pelos partidos PT - PV - PC do B - PSB - PSDC e PT do B, Guilherme obteve 79.725 votos, ou 56,18% dos válidos.
Uma das prioridades do seu governo será o fortalecimento de setores como a agricultura, por meio da criação de programas voltados para o setor. Construção de barragens, aguadas, manutenção de estradas vicinais e incentivos agrícolas são alguns dos pontos a serem avaliados.
“As pesquisas têm indicado que requer novos recursos, novos projetos para agregar valor e é com base nesses estudos que faremos com nossa equipe, conjuntamente com a do atual prefeito”, disse.
“Queremos chegar em dezembro sabendo das dificuldades que vamos enfrentar e das grandes possibilidades que também vamos encontrar”, assinalou. Existem problemas pontuais que o prefeito eleito já havia apresentado ao governador Jaques Wagner.
“Existe um problema histórico que é o da água de Conquista, mesmo com ampliação da barragem do Catolezinho”. O água é captada em Barra do Choça, a mais de 30 km de Conquista, e distribuída para diversos municípios, incluindo a sede.
“Vai chegar um momento em que haverá um gargalo e vamos buscar apoio do governador para solucionar, quer com a barragem do Rio pardo ou com a adutora de Anagé. O restante é analisar o que implantamos até agora e melhorar as áreas de saúde, educação”.
Para isso, uma das iniciativas e, segundo ele, convidar grandes educadores para discutir com professores, pais e alunos. “Chegamos até aqui e agora é pensar o que fazer para ampliar ainda mais para consolidar o projeto em curso”.
Em relação à equipe de governo, antecipou que já está em estudo, mas os nomes devem sair após reuniões com os partidos de sustentação da base. “Isso para que eu tenha a tranqüilidade de escolher esses nomes para cada pasta”.
Além das prioridades nas áreas citadas, o futuro prefeito afirmou que dará continuidade aos programas voltados para a criança e adolescente e à terceira idade.
“Vamos trabalhar com mais intensidade porque temos projetos importantíssimos do governo federal, como o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), que tinha pouco mais de 200 crianças e hoje são mais de três mil”.
Ele citou, ainda, o Programa Sentinela, criado em convênio com o governo do Estado e o Conquista Criança, em três vertentes: educadores de rua, acolhimento e crianças com referência familiar, além do Programa Terceira Idade.
SURPRESA - A vitória com folga sobre o segundo colocado, com mais de 36 mil votos de diferença, não foi surpresa para o eleito. “Não diria que houve uma grande surpresa. Eu, particularmente, não comentava, mas acreditava que teria cerca de 30 mil votos de frente para o segundo e obtivemos mais de 36 mil”.
Menezes disse que esperava formar uma bancada com 10 vereadores contra cinco na oposição e chegou bem próximo. Ele terá apoio de nove parlamentares. “Pela primeira vez eu vou governar com maioria na Câmara de Vereadores e sintonizada com as grandes demandas que o município tem”.
A transição deverá ser a mais harmônica possível, conforme palavras do próprio eleito, que sucede ao também petista José Raimundo Fontes. A equipe será formada com quadros de carreira em cada setor da administração e pessoas indicadas por Menezes.
ATAQUES - Bastante atacado pelos adversários, que passaram a idéia de que, se eleito, não cumpriria todo o mandato, Menezes desabafou, afirmando que não tem mágoas e que não faz política com ressentimento mesmo quando é maltratado.
“Trataram-me com inverdades, com mentiras e tentaram atingir minha honra e humilhar a minha família, mas a gente passa por cima porque não estou numa disputa pessoal”, disse.
“Não tenho ressentimento, tenho tristeza em ter ouvido que eu só iria ficar dois anos, que abandonei a cidade. São inverdades que não condizem com o alto nível do amadurecimento político do povo de Vitória da Conquista”
“Esse nosso projeto é coletivo, do tamanho do povo de Conquista, que não quer briguinhas, fuxico, intrigas. Quer ver seus representantes fazendo o que verdadeiramente interessa à vida das pessoas”, continuou.
PERFIL – Guilherme Menezes de Andrade nasceu em dia 12 de dezembro de 1943, no município de Iguaí, Bahia. É casado com Josete Menezes de Andrade e pai de dois filhos.
Estudou filosofia e música e é formado em medicina, ofício no qual atuou por mais de 20. Começou a carreira política em 1992 quando foi candidato a prefeito de Vitória da Conquista. Foi filiado ao PV (Partido Verde) e depois ao PT, partido que continua filiado até hoje.
Eleito em 1996, Menezes sanou dívidas dos antecessores e implanto um projeto político que garantiu sua reeleição no mandato seguinte, mas governou apenas dois anos, passando o bastão para Fontes, reeleito em 2004.
No primeiro ano de gestão ele herdou uma Prefeitura com dívidas acima de R$ 83 milhões para uma arrecadação anual inferior a R$ 30 milhões.
Valendo-se de experiências bem sucedidas de administrações do PT no Brasil, trouxe para o município o Banco do Povo e obteve avanços nas áreas de finanças, saúde, educação, proteção à criança, atenção ao idoso e recursos hídricos.
Em sua primeira gestão, tinha apenas cinco vereadores na sustentação, contra 14 oposicionistas e governou sem apoio de deputado estadual ou federal. “Não tinha apoio do governador na época, nem do Presidente da República. Tinha apoio da população de Conquista e assim modernizamos transporte, municipalizamos a saúde e trouxemos o Banco do Povo. Agora, além do apoio da comunidade, temos maioria na Câmara de Vereadores, do governo Wagner e do presidente Lula”.
No currículo como gestor estão inseridas premiações outorgadas pelas fundações Abrinq, Ford e Getúlio Vargas, dos Ministérios da Previdência, da Saúde, de Excelência em Informática Pública, Unicef e Conasems, além dos Prêmios Superecologia, da revista Super Interessante, e Prefeito Empreendedor-Sebrae.
Menezes também foi o único prefeito da Bahia indicado, em 2002, para o Prêmio Nacional Galba de Araújo de Humanização na Assistência Materno-Infantil. Naquele ano teve o nome proposto para Câmara dos Deputados e acabou eleito.
Reeleito deputado federal em 2006, pautou seu mandato em defesa da Educação e da Saúde públicas e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais. Somando sua atuação como prefeito, carrega na bagagem seis anos à frente da Prefeitura conquistense.
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A próxima gestão, sucedendo à de José Raimundo Fontes, fechará um ciclo de 16 anos de hegemonia petista no terceiro maior município do Estado, com 308.204 mil habitantes.
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Para chegar até aqui, o prefeito eleito superou nas urnas os candidatos Hérzem Gusmão (PSDB) e Esmeraldino Correia, do PDT. Encabeçando a coligação composta pelos partidos PT - PV - PC do B - PSB - PSDC e PT do B, Guilherme obteve 79.725 votos, ou 56,18% dos válidos.
Uma das prioridades do seu governo será o fortalecimento de setores como a agricultura, por meio da criação de programas voltados para o setor. Construção de barragens, aguadas, manutenção de estradas vicinais e incentivos agrícolas são alguns dos pontos a serem avaliados.
“As pesquisas têm indicado que requer novos recursos, novos projetos para agregar valor e é com base nesses estudos que faremos com nossa equipe, conjuntamente com a do atual prefeito”, disse.
“Queremos chegar em dezembro sabendo das dificuldades que vamos enfrentar e das grandes possibilidades que também vamos encontrar”, assinalou. Existem problemas pontuais que o prefeito eleito já havia apresentado ao governador Jaques Wagner.
“Existe um problema histórico que é o da água de Conquista, mesmo com ampliação da barragem do Catolezinho”. O água é captada em Barra do Choça, a mais de 30 km de Conquista, e distribuída para diversos municípios, incluindo a sede.
“Vai chegar um momento em que haverá um gargalo e vamos buscar apoio do governador para solucionar, quer com a barragem do Rio pardo ou com a adutora de Anagé. O restante é analisar o que implantamos até agora e melhorar as áreas de saúde, educação”.
Para isso, uma das iniciativas e, segundo ele, convidar grandes educadores para discutir com professores, pais e alunos. “Chegamos até aqui e agora é pensar o que fazer para ampliar ainda mais para consolidar o projeto em curso”.
Em relação à equipe de governo, antecipou que já está em estudo, mas os nomes devem sair após reuniões com os partidos de sustentação da base. “Isso para que eu tenha a tranqüilidade de escolher esses nomes para cada pasta”.
Além das prioridades nas áreas citadas, o futuro prefeito afirmou que dará continuidade aos programas voltados para a criança e adolescente e à terceira idade.
“Vamos trabalhar com mais intensidade porque temos projetos importantíssimos do governo federal, como o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), que tinha pouco mais de 200 crianças e hoje são mais de três mil”.
Ele citou, ainda, o Programa Sentinela, criado em convênio com o governo do Estado e o Conquista Criança, em três vertentes: educadores de rua, acolhimento e crianças com referência familiar, além do Programa Terceira Idade.
SURPRESA - A vitória com folga sobre o segundo colocado, com mais de 36 mil votos de diferença, não foi surpresa para o eleito. “Não diria que houve uma grande surpresa. Eu, particularmente, não comentava, mas acreditava que teria cerca de 30 mil votos de frente para o segundo e obtivemos mais de 36 mil”.
Menezes disse que esperava formar uma bancada com 10 vereadores contra cinco na oposição e chegou bem próximo. Ele terá apoio de nove parlamentares. “Pela primeira vez eu vou governar com maioria na Câmara de Vereadores e sintonizada com as grandes demandas que o município tem”.
A transição deverá ser a mais harmônica possível, conforme palavras do próprio eleito, que sucede ao também petista José Raimundo Fontes. A equipe será formada com quadros de carreira em cada setor da administração e pessoas indicadas por Menezes.
ATAQUES - Bastante atacado pelos adversários, que passaram a idéia de que, se eleito, não cumpriria todo o mandato, Menezes desabafou, afirmando que não tem mágoas e que não faz política com ressentimento mesmo quando é maltratado.
“Trataram-me com inverdades, com mentiras e tentaram atingir minha honra e humilhar a minha família, mas a gente passa por cima porque não estou numa disputa pessoal”, disse.
“Não tenho ressentimento, tenho tristeza em ter ouvido que eu só iria ficar dois anos, que abandonei a cidade. São inverdades que não condizem com o alto nível do amadurecimento político do povo de Vitória da Conquista”
“Esse nosso projeto é coletivo, do tamanho do povo de Conquista, que não quer briguinhas, fuxico, intrigas. Quer ver seus representantes fazendo o que verdadeiramente interessa à vida das pessoas”, continuou.
PERFIL – Guilherme Menezes de Andrade nasceu em dia 12 de dezembro de 1943, no município de Iguaí, Bahia. É casado com Josete Menezes de Andrade e pai de dois filhos.
Estudou filosofia e música e é formado em medicina, ofício no qual atuou por mais de 20. Começou a carreira política em 1992 quando foi candidato a prefeito de Vitória da Conquista. Foi filiado ao PV (Partido Verde) e depois ao PT, partido que continua filiado até hoje.
Eleito em 1996, Menezes sanou dívidas dos antecessores e implanto um projeto político que garantiu sua reeleição no mandato seguinte, mas governou apenas dois anos, passando o bastão para Fontes, reeleito em 2004.
No primeiro ano de gestão ele herdou uma Prefeitura com dívidas acima de R$ 83 milhões para uma arrecadação anual inferior a R$ 30 milhões.
Valendo-se de experiências bem sucedidas de administrações do PT no Brasil, trouxe para o município o Banco do Povo e obteve avanços nas áreas de finanças, saúde, educação, proteção à criança, atenção ao idoso e recursos hídricos.
Em sua primeira gestão, tinha apenas cinco vereadores na sustentação, contra 14 oposicionistas e governou sem apoio de deputado estadual ou federal. “Não tinha apoio do governador na época, nem do Presidente da República. Tinha apoio da população de Conquista e assim modernizamos transporte, municipalizamos a saúde e trouxemos o Banco do Povo. Agora, além do apoio da comunidade, temos maioria na Câmara de Vereadores, do governo Wagner e do presidente Lula”.
No currículo como gestor estão inseridas premiações outorgadas pelas fundações Abrinq, Ford e Getúlio Vargas, dos Ministérios da Previdência, da Saúde, de Excelência em Informática Pública, Unicef e Conasems, além dos Prêmios Superecologia, da revista Super Interessante, e Prefeito Empreendedor-Sebrae.
Menezes também foi o único prefeito da Bahia indicado, em 2002, para o Prêmio Nacional Galba de Araújo de Humanização na Assistência Materno-Infantil. Naquele ano teve o nome proposto para Câmara dos Deputados e acabou eleito.
Reeleito deputado federal em 2006, pautou seu mandato em defesa da Educação e da Saúde públicas e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais. Somando sua atuação como prefeito, carrega na bagagem seis anos à frente da Prefeitura conquistense.
Um comentário:
Já não é sem tempo de implantar uma AGOINDÚSTRIA DE GRANDE PORTE! RGS.
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