Não é essencialmente pela possibilidade do Partido Verde, ter um candidato a presidente da república competitivo e representativo num momento de necessidade de consolidação da democracia no Brasil e nem tampouco pela exposição positiva do PV na mídia nacional, fazendo com que holofotes se voltem para a necessidade de uma discussão sobre o modelo de desenvolvimento do país. O que me anima e alegra profundamente o coração é ver de novo uma utopia sonhadora, uma vontade de lutar por algo que verdadeiramente acredito, um desejo de que a política volte a ser o campo dos desejos de transformação social através da libertação. Leonardo Boff alertou num artigo recente que o Brasil será “decisivo para o equilíbrio do Planeta e para o futuro da Vida”. A questão ambiental há muito saiu das discussões das paredes acadêmicas e do pensamento simplista de alguns ambientalistas para tomar as páginas da economia e da discussão de um desenvolvimento possivel. Só mesmo uma Silva, como Lula, poderá trazer de novo a novidade: “incorporar a dimensão ecológica” num projeto de poder popular, democrático e sustentável para o Brasil e, consequentemente, para o mundo.
Marina chega ao PV trazendo a possibilidade de uma nova discussão da esquerda brasileira. Na verdade, “repensa o Partido Verde” e o seu papel como um partido que precisa de “um projeto real de poder”. O engenheiro Tibor Rabóczkay, em seu livro “Repensando o Partido Verde” escreveu em 2004 que “a verdadeira democracia é uma reconquista de cada dia”. Tal democracia não pode ficar sob a responsabilidade única de um partido político, principalmente num século onde a “complexidade” é considerada pela ciência como um aspecto a ser observado no avanço das perspectivas humanas de sobrevivência e de inter-relação entre as pessoas e o seu ambiente. Hoje, a realidade é vista de forma sistêmica e não mais cartesiana. Na política, não há mais espaço para a visão maniqueísta de bem e mal, esquerda e direita, capitalismo e socialismo. As relações ocorrem em teias. A grande questão não é mais o bem contra o mal. A sociedade quer avançar em suas perspectivas éticas, morais e políticas. O sonho deve continuar, mas buscando novas reflexões. Não mais serão partidos pequenos versus partidos grandes, e sim, partidos ideológicos X siglas de aluguel.
Neste contexto, o Partido Verde, que há mais de vinte anos defende uma sociedade ecologicamente equilibrada é chamado para propor um projeto de poder onde a sustentabilidade seja a mola propulsora de uma economia inclusiva, justa, democrática e responsável em relação à sua integração com os recursos naturais. Isso é possível? Sou otimista, claro que sim! Isso não contradiz a proposta de vida cristã, pelo contrário, está inserida nela. Jesus Cristo foi um entusiasta da inteligência humana: perdoar sete vezes sete é afirmar que o homem aprende com os seus erros e suas experiências. A capacidade humana de aprender nos deu a possibilidade do avanço da tecnologia: produzir mais com menos, consumir menos aumentando a qualidade de vida. É essa tecnologia que deve ser colocada a serviço das pessoas. A serviço da gestão pública. Capra defende a tese de que a política deve se aproximar da ciência, criando novos modelos de instituições sociais que mais eficazmente se comuniquem e cooperem entre si.
Marina traz uma história: de vida, de lutas, de projetos. Da sua formação social baseada na Teologia da Libertação ( mesmo sendo hoje de uma outra agremiação religiosa), de sua proposta de participar do projeto social do governo Lula levando uma agenda de sustentabilidade por muitas vezes não compreendida, ela não vem para romper com sua antiga casa, mas sim, para dar uma nova razão (um novo suspiro de ideologia) à esquerda brasileira.
Por tudo isso, seja bem vinda Marina! Assim como eu, muitos velhos e novos militantes do Partido Verde reanimam seus sonhos e se colocam dispostos a construir uma casa que abrigue os seus sonhos, desejos, projetos, que sei, não são pessoais e sim, coletivos. E são os mesmos nossos e, em breve, de todo o Brasil!
Ricardo Marques, 34 anos, é Presidente do PV e Vice Prefeito de Vitória da Conquista. É filiado ao Partido Verde desde 1996. Blog: www.ricardomarques.adm.br
Marina chega ao PV trazendo a possibilidade de uma nova discussão da esquerda brasileira. Na verdade, “repensa o Partido Verde” e o seu papel como um partido que precisa de “um projeto real de poder”. O engenheiro Tibor Rabóczkay, em seu livro “Repensando o Partido Verde” escreveu em 2004 que “a verdadeira democracia é uma reconquista de cada dia”. Tal democracia não pode ficar sob a responsabilidade única de um partido político, principalmente num século onde a “complexidade” é considerada pela ciência como um aspecto a ser observado no avanço das perspectivas humanas de sobrevivência e de inter-relação entre as pessoas e o seu ambiente. Hoje, a realidade é vista de forma sistêmica e não mais cartesiana. Na política, não há mais espaço para a visão maniqueísta de bem e mal, esquerda e direita, capitalismo e socialismo. As relações ocorrem em teias. A grande questão não é mais o bem contra o mal. A sociedade quer avançar em suas perspectivas éticas, morais e políticas. O sonho deve continuar, mas buscando novas reflexões. Não mais serão partidos pequenos versus partidos grandes, e sim, partidos ideológicos X siglas de aluguel.
Neste contexto, o Partido Verde, que há mais de vinte anos defende uma sociedade ecologicamente equilibrada é chamado para propor um projeto de poder onde a sustentabilidade seja a mola propulsora de uma economia inclusiva, justa, democrática e responsável em relação à sua integração com os recursos naturais. Isso é possível? Sou otimista, claro que sim! Isso não contradiz a proposta de vida cristã, pelo contrário, está inserida nela. Jesus Cristo foi um entusiasta da inteligência humana: perdoar sete vezes sete é afirmar que o homem aprende com os seus erros e suas experiências. A capacidade humana de aprender nos deu a possibilidade do avanço da tecnologia: produzir mais com menos, consumir menos aumentando a qualidade de vida. É essa tecnologia que deve ser colocada a serviço das pessoas. A serviço da gestão pública. Capra defende a tese de que a política deve se aproximar da ciência, criando novos modelos de instituições sociais que mais eficazmente se comuniquem e cooperem entre si.
Marina traz uma história: de vida, de lutas, de projetos. Da sua formação social baseada na Teologia da Libertação ( mesmo sendo hoje de uma outra agremiação religiosa), de sua proposta de participar do projeto social do governo Lula levando uma agenda de sustentabilidade por muitas vezes não compreendida, ela não vem para romper com sua antiga casa, mas sim, para dar uma nova razão (um novo suspiro de ideologia) à esquerda brasileira.
Por tudo isso, seja bem vinda Marina! Assim como eu, muitos velhos e novos militantes do Partido Verde reanimam seus sonhos e se colocam dispostos a construir uma casa que abrigue os seus sonhos, desejos, projetos, que sei, não são pessoais e sim, coletivos. E são os mesmos nossos e, em breve, de todo o Brasil!
Ricardo Marques, 34 anos, é Presidente do PV e Vice Prefeito de Vitória da Conquista. É filiado ao Partido Verde desde 1996. Blog: www.ricardomarques.adm.br
Um comentário:
Compartilho do entusiasmo e da renovação de esperança de Ricardo Marques, ao ver a cena política nacional ser desmontada e remontada com Marina...
Precisamos renovar a fé no Brasil e na política brasileira.
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