Carta de répudio

Por Sônia Iraína Roque Andrade

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A servidora pública do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA, Sônia Iraina Roque Andrade, gestante, em seu oitavo mês de gravidez, vem a público demonstrar seu repúdio ao tratamento que lhe fora dispensado pelos funcionários da empresa de ônibus coletivo VITÓRIA, no município de Vitória da Conquista.

Primeiramente quero dizer que os fatos abaixo descritos se referem exclusivamente à conduta do motorista e do cobrador do Ônibus nº 8001, da empresa VITÓRIA, que faz a linha UESB/VILAS SERRANAS, ocorrido no dia 14/10/2009, no horário das 16:00 horas, no terminal de ônibus desta cidade. Faço a ressalva que existem muitos bons motoristas, bem como, excelentes cobradores.

Os fatos se deram da seguinte forma: Ao entrar no ônibus que faz a linha UESB /Vila Serrana, percebi que o espaço reservado para idosos, deficientes e gestantes estava super lotado. Sendo assim, solicitei ao cobrador que pedisse ao motorista para abrir a porta traseira do ônibus para eu sentar lá, tendo em vista que na frente, não era possível. Ele me respondeu grosseiramente que não iria abrir. Considerando o estágio da minha gestação, pedi então para que ele solicitasse a alguém, que me cedesse o lugar, ele disse que não iria pedir.

Desta feita, então falei, que iria em pé, e que a empresa e ele seriam responsáveis por qualquer dano ou acidente que porventura me viesse a ocorrer. Então o gentil cobrador gritou sarcasticamente para o motorista fulano de tal, “tem uma gestante aqui que disse que não vai em pé”. (algo que eu não falei), o motorista, bem mais educado que o cobrador e com uma sutileza de um camelo respondeu de pronto: “... mande-a descer então”.

Destarte, evidente é a forma indigna com que me trataram. Saliento que do mesmo modo poderiam ter feito com um idoso ou com um deficiente. Este modo de tratar passageiros é incompatível com a dignidade da pessoa humana. Não custa relembrar que somos nós, cidadãos que utilizamos deste serviço público, que, diga-se de passagem, é caro e ineficiente, que pagamos os salários destes funcionários que nada conhecem sobre urbanidade, educação e respeito aos direitos individuais e coletivos.

É importante ressaltar que este fato ocorreu poucos dias após o aumento da passagem por parte do poder publico, que em conivência com os empresários deste ramo não investem na educação destes profissionais que conduzem cidadãos e neste caso futuros cidadãos que antes de chegarem ao mundo já sofrem estas emoções negativas, não querendo generalizar com já fora dito, existem bons profissionais nessas empresas, porém aqueles que me atenderam tiveram um comportamento silvícola

Lembremos a estes “senhores”, e aos seus superiores que a sociedade está de olho, os meios de comunicação de massa estão atentos e mesmo que alguns tentam manipula a cabeça da população com propagandas enganosas no que diz respeito ao transporte publico, temos consciência que este esta muito aquém de um serviço que atenda a população ao menos com respeito e diguinidade.

Vitória da Conquista, 16 de outubro de 2009
Sônia Iraína Roque Andrade.