quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O sangue inocente continua sendo derramado

Por Júnior Patente

Até quando o sangue inocente será derramado, para que as “autoridades” tomem as providências para garantir ao cidadão, entre outras coisas, a segurança?

No início da noite de terça-feira (29/07), na Rua Humberto de Campos, proximidades do Distrito Integrado de Segurança Pública, um acidente envolvendo um ônibus que fazia a linha Vila Serrana-Uesb via Bairro Brasil (Placa BUS-1211) e um Renault Sandero Stepway prata, placa de Vitória da Conquista JSC 7801, provocou a morte de uma pedestre, que estava sob o passeio no momento da colisão.

Maria Naelza Gonçalves Lopes, 52 anos, foi atingida pelo veículo Renault e não resistiu aos ferimentos, morrendo no próprio local. A revolta tomou conta dos moradores, que já assistiram a diversos acidentes no local, mas este foi o mais grave. “É triste saber que não temos segurança mesmo quando estamos no passeio. O pior é saber que as providências que foram tomadas agora, custaram tão pouco. Uma placa, um pedaço de madeira e alguns mililitros de tinta, que poderiam ter evitado essa tragédia se fosse colocado antes”, protestou Silvia Sousa, que passa diariamente pelo local.

A mesma revolta é compartilhada por Antonio José: “agora eles vem pra cá colocar sinalização? Se fosse da minha família eu processaria o Simtrans por negligência. A vida de Maria Naelza foi perdida e isso é irrecuperável. Será que os responsáveis pelo trânsito vão ter a coragem de ainda dizer que não tiveram culpa? Será que eles encostam a cabeça no travesseiro para dormir e não sentem remorso por mais uma vida que se foi por culpa da incompetência deles?”

Hoje (30/7), quando o nosso blog esteve no local para registrar a recém colocada sinalização, percebia-se nos moradores das proximidades um ar de perplexidade diante de tamanha violência que foi o acidente, simplesmente por imprudência no trânsito. Registramos fotos da parede ainda com a marca da pancada do veículo de passeio; o sangue da vítima, trazendo à memória a tragédia; os restos de vidro no chão e a rua sem uma marca de frenagem, o que significa que não houve sequer uma tentativa de parar os veículos no momento do acidente.

A placa de PARE, colocada na manhã desta quinta-feira (30), ainda está com o cimento amolecido, a tinta ainda brilha no chão e a pergunta que iniciou este texto continua ecoando em nossa mente: até quando o sangue inocente continuará a ser derramado?

Ontem (29), no final da tarde, em clima de comoção, o corpo de dona Maria Naelza foi sepultado no cemitério do Kadija, com a presença de muitas pessoas da comunidade do bairro Jurema, onde ela morava. Dona Naná, que retornava do trabalho para casa quando foi morta, participava da Paróquia Nossa Senhora Aparecida como Legionária e Ministra da Eucaristia.


jpatente@juniorpatente.com


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