terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ideais de classe e consciência política

Por Eduardo Moraes

O mundo passa por um acelerado processo de transformação. Na política, o ecletismo toma conta de todas as tendências, que de fato detém representação de parcelas sociais em todas as partes do globo, seja no Oriente, Ásia, Oceania ou Ocidente. Temos a impressão de que, exceto os velhos ideais comunistas e socialistas espalhados pelo mundo ainda a erguer suas bandeiras, pouco restou dos ideais de luta de classe, da necessidade de radicalizar a democracia e os embates na luta pela conquista do poder parece ter se evaporado como éter.

No Brasil, estamos quase no final do segundo mandato de um governo popular. Lula faz história e deixará um legado incomparável para os brasileiros, em termos de humanismo e da sua influencia na política mundial. Mas, todos os seus feitos e legados, não lhe dão o direito de macular o seu passado de sindicalista. Os sindicalistas comprometidos com os seus ideais de classe são generosos, afinados na arte do diálogo e da negociação, mas intransigentes nos seus princípios. Entende-se a convivência respeitosa com Collor, mas se repudia afagos. Em nome desse princípio de classe, o presidente não tem o direito de insistir na defesa do presidente do Senado José Sarney, comprometendo não apenas a sua imagem pessoal, mas toda a trajetória de luta do movimento social do país.
Teria o presidente perdido a sua consciência política e os seus ideais de classe em nome da governabilidade?

Campanha salarial renovada

A campanha salarial dos bancários deste ano promete ser renovada e incendiar o Brasil, de ponta a ponta, com grandes mobilizações, paralisações e greves. Graças às medidas tomadas pelo governo desde o início da crise os bancos brasileiros, estão saindo ilesos desse processo, basta ver o que tem declarado na grande imprensa os presidentes do Bradesco e Itaú, “a crise acabou desde maio e a economia do país crescerá acima de 2%”.
Agora, é analisar a conjuntura em que travaremos o embate com o governo e patrões e, unidos e organizados, arregaçar as mangas e pressioná-los para conquistarmos a melhor convenção dos últimos anos. Com consciência trabalho e entusiasmo a vitória será certa.


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