Ser bem sucedido profissionalmente, ter dinheiro no bolso, paz de espírito e encontrar a felicidade é o sonho de todos; entretanto muita gente está perdendo a infância e a adolescência para a criminalidade. Jovens que se envolvem em delitos por meio das drogas, tráfico, roubos e assassinatos, enterrando totalmente seus sonhos e aspirações por causa do vício, com isso tornam-se personagens principais de cenas assustadoras cada vez mais corriqueiras nas grandes cidades brasileiras. Talvez seja isso que levou um canal de televisão, líder em audiência, a dedicar uma série de reportagens especiais sobre essa pré-adolescência perdida, ou, como poderíamos dizer, sem o amparo social devido.
Expressivos são os relatos de muitas famílias que chamam à atenção da sociedade para ver a extensão e a gravidade do problema. Embora os especialistas não admitam a palavra viciado, preferem dizer dependentes químicos ou vítimas de comportamentos compulsivos; na realidade, quaisquer que sejam as denominações apresentadas, as conseqüências são uma legião de meninos e meninas que engrossam continuamente, de forma alarmante, a criminalidade em todas as regiões do País. Segundo dados de alguns profissionais, tudo começa com o álcool e exemplos de membros da própria família – salvo raras exceções. A bebida é, portanto, para muitos, a porta de entrada para este mundo de ilusões.
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De acordo com o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC, sigla em inglês), o Brasil é o segundo maior mercado de drogas das Américas, com 870 mil usuários, atrás apenas dos Estados Unidos. Nos últimos dez anos o contingente de menores que ingressaram em prisões, centros de reabilitação e internatos cresceu em torno de 400%. Hoje, mais de 60 mil adolescentes estão em reclusão assistida por cometeram algum tipo de infração. De meros compradores a usuários compulsivos, eles se enveredam pelo caminho das drogas mais pesadas, pois as mais comuns não estão sendo suficientes para atender as necessidades do corpo. São dominados por impulsos que jamais conseguem controlar. A ânsia é tanta que perdem a própria razão e, muitas vezes, cometem crimes com tamanha crueldade que depois nem eles mesmos sabem contar o que fizeram. O crack se tornou o combustível principal e o assunto é tão complexo e polêmico que passou a ser uma ameaça à sociedade.
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Mas voltando à reportagem da líder em audiência que, durante três meses, um de seus repórteres, o Eduardo Faustini, ouviu histórias de crianças e de familiares. É chocante o depoimento da garota Catarina, de 16 anos, além de traficar, confessa um assassinato com uma frieza impressionante. Outro que comoveu foi o drama que vive dona Maria de Lourdes com o filho, um garoto de apenas 17 anos de idade. Ela implora a Justiça para que ele fique preso, pois não aguenta mais tanta angústia. "Eu sou criticada na vila porque chamei a polícia para prendê-lo. Fui ao Ministério Público registrar a queixa. Por isso, sou marginalizada. Dizem que mãe que faz isso é vagabunda. Minha aflição com drogas é desde que meu outro filho tinha 14 anos. Hoje ele já está com 26. Eu moro num barraco de ocupação, não tenho mais nada. Sou hipertensa e faço tratamento psiquiátrico em função dos vícios destes dois filhos. Se chegar agora no meu rancho você chora. Não tem uma janela sequer. A porta está quebrada, a fechadura arrancada e até a geladeira ele retirou o congelador pra vender o alumínio. Não tenho um garfo para comer, ele pegou todos os talheres e vendeu para comprar crack. Estou falando na presença dele, e ele não é capaz de negar", desabafa a mãe.
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Diante de circunstâncias como essa, a desestruturação familiar é total: o pai perde a calma, fica nervoso, agressivo, o desespero da mãe vira depressão e, sentindo-se culpada, pergunta: “onde foi que eu errei?”. Dificilmente alguém fica à vontade para responder tal dúvida. É impossível manter um diálogo tranquilo numa hora dessas. Todos ficam emocionalmente arrasados. Também não é fácil para os pais fazer questionamentos sem alterar seus estados emocionais, até porque, a cada resposta vem o inesperado, o não desejado, a frustração, a mágoa, e muitas vezes terminam em agressão. Sendo a violência uma consequência inevitável.
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Como vemos, o uso de substâncias psicoativas está presente tanto em nível espiritual quanto em nível terapêutico. Isso se traduz em "custos sociais" que poderiam ser direcionados para outras áreas. Contudo não há como medir o sofrimento das pessoas envolvidas nesta questão. É inegável o espírito solidário do brasileiro que se mantém voluntariamente na maioria das cidades com ações e o apoio de alguns segmentos da sociedade. Além dos Narcóticos Anônimos, dos Alcoólicos Anônimos e do CREAME, existem outras organizações mantidas por igrejas e pela iniciativa privada; aqui, especificamente em Vitória da Conquista, a COTEFAVE, Comunidade Terapêutica Fazenda Vida e Esperança, tendo à frente o determinado padre Edilberto Araújo Amorim que, praticamente não tem a participação do poder público, pois quando há é insuficiente, vem realizando um trabalho excelente na recuperação de pessoas propensas a permanecerem no vício – tornando-se uma referência na reabilitação e ressocialização de dependentes químicos em nossa cidade.
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O padre Edilberto afirma que a capacidade de internos sempre esteve no limite máximo “se não fosse a ajuda dos associados, a dedicação do voluntariado e a abnegação de algumas empresas a COTEFAVE não teria condições funcionar. Digo mais, a lista de espera por uma vaga é muito grande, hoje já se contabiliza uma fila de 189 dependentes químicos precisando ser internados”. Por essa razão que a participação da sociedade é importante e necessária para a sobrevivência de associações dessa natureza. Conhecer o trabalho dessas pessoas é mais do que a nossa obrigação. Se erguermos de onde estamos, imbuídos de espírito altruísta, fizermos o mínimo, positivamente teremos condições de amenizar a dor e o sofrimento de muita gente. É o que sinto e acredito!
Expressivos são os relatos de muitas famílias que chamam à atenção da sociedade para ver a extensão e a gravidade do problema. Embora os especialistas não admitam a palavra viciado, preferem dizer dependentes químicos ou vítimas de comportamentos compulsivos; na realidade, quaisquer que sejam as denominações apresentadas, as conseqüências são uma legião de meninos e meninas que engrossam continuamente, de forma alarmante, a criminalidade em todas as regiões do País. Segundo dados de alguns profissionais, tudo começa com o álcool e exemplos de membros da própria família – salvo raras exceções. A bebida é, portanto, para muitos, a porta de entrada para este mundo de ilusões.
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De acordo com o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC, sigla em inglês), o Brasil é o segundo maior mercado de drogas das Américas, com 870 mil usuários, atrás apenas dos Estados Unidos. Nos últimos dez anos o contingente de menores que ingressaram em prisões, centros de reabilitação e internatos cresceu em torno de 400%. Hoje, mais de 60 mil adolescentes estão em reclusão assistida por cometeram algum tipo de infração. De meros compradores a usuários compulsivos, eles se enveredam pelo caminho das drogas mais pesadas, pois as mais comuns não estão sendo suficientes para atender as necessidades do corpo. São dominados por impulsos que jamais conseguem controlar. A ânsia é tanta que perdem a própria razão e, muitas vezes, cometem crimes com tamanha crueldade que depois nem eles mesmos sabem contar o que fizeram. O crack se tornou o combustível principal e o assunto é tão complexo e polêmico que passou a ser uma ameaça à sociedade.
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Mas voltando à reportagem da líder em audiência que, durante três meses, um de seus repórteres, o Eduardo Faustini, ouviu histórias de crianças e de familiares. É chocante o depoimento da garota Catarina, de 16 anos, além de traficar, confessa um assassinato com uma frieza impressionante. Outro que comoveu foi o drama que vive dona Maria de Lourdes com o filho, um garoto de apenas 17 anos de idade. Ela implora a Justiça para que ele fique preso, pois não aguenta mais tanta angústia. "Eu sou criticada na vila porque chamei a polícia para prendê-lo. Fui ao Ministério Público registrar a queixa. Por isso, sou marginalizada. Dizem que mãe que faz isso é vagabunda. Minha aflição com drogas é desde que meu outro filho tinha 14 anos. Hoje ele já está com 26. Eu moro num barraco de ocupação, não tenho mais nada. Sou hipertensa e faço tratamento psiquiátrico em função dos vícios destes dois filhos. Se chegar agora no meu rancho você chora. Não tem uma janela sequer. A porta está quebrada, a fechadura arrancada e até a geladeira ele retirou o congelador pra vender o alumínio. Não tenho um garfo para comer, ele pegou todos os talheres e vendeu para comprar crack. Estou falando na presença dele, e ele não é capaz de negar", desabafa a mãe.
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Diante de circunstâncias como essa, a desestruturação familiar é total: o pai perde a calma, fica nervoso, agressivo, o desespero da mãe vira depressão e, sentindo-se culpada, pergunta: “onde foi que eu errei?”. Dificilmente alguém fica à vontade para responder tal dúvida. É impossível manter um diálogo tranquilo numa hora dessas. Todos ficam emocionalmente arrasados. Também não é fácil para os pais fazer questionamentos sem alterar seus estados emocionais, até porque, a cada resposta vem o inesperado, o não desejado, a frustração, a mágoa, e muitas vezes terminam em agressão. Sendo a violência uma consequência inevitável.
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Como vemos, o uso de substâncias psicoativas está presente tanto em nível espiritual quanto em nível terapêutico. Isso se traduz em "custos sociais" que poderiam ser direcionados para outras áreas. Contudo não há como medir o sofrimento das pessoas envolvidas nesta questão. É inegável o espírito solidário do brasileiro que se mantém voluntariamente na maioria das cidades com ações e o apoio de alguns segmentos da sociedade. Além dos Narcóticos Anônimos, dos Alcoólicos Anônimos e do CREAME, existem outras organizações mantidas por igrejas e pela iniciativa privada; aqui, especificamente em Vitória da Conquista, a COTEFAVE, Comunidade Terapêutica Fazenda Vida e Esperança, tendo à frente o determinado padre Edilberto Araújo Amorim que, praticamente não tem a participação do poder público, pois quando há é insuficiente, vem realizando um trabalho excelente na recuperação de pessoas propensas a permanecerem no vício – tornando-se uma referência na reabilitação e ressocialização de dependentes químicos em nossa cidade.
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O padre Edilberto afirma que a capacidade de internos sempre esteve no limite máximo “se não fosse a ajuda dos associados, a dedicação do voluntariado e a abnegação de algumas empresas a COTEFAVE não teria condições funcionar. Digo mais, a lista de espera por uma vaga é muito grande, hoje já se contabiliza uma fila de 189 dependentes químicos precisando ser internados”. Por essa razão que a participação da sociedade é importante e necessária para a sobrevivência de associações dessa natureza. Conhecer o trabalho dessas pessoas é mais do que a nossa obrigação. Se erguermos de onde estamos, imbuídos de espírito altruísta, fizermos o mínimo, positivamente teremos condições de amenizar a dor e o sofrimento de muita gente. É o que sinto e acredito!
Um comentário:
Concordo plenamente com o que voce escreveu, amigo ezequiel. Suas cronicas são muito ricas em conteúdo. Precisamos ajudar mais o proximo, não basta apenas criticar as pessoas viciadas. Somos solidarios porém não atuantes.
Ebenezer Fontes
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