quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Manifestantes pedem corte nos juros em frente ao BC para enfrentar a crise


Cerca de 100 manifestantes de centrais sindicais de trabalhadores protestaram na manhã de hoje (21) em frente à sede do Banco Central a favor de um “corte drástico” nos juros. A manutenção da taxa de 13,75% ao ano será decidida à noite, durante reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

A manifestação com faixas, carros de som e fantasias, ocorre hoje em 26 estados nas sedes regionais do Banco Central. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique dos Santos, disse que "é preciso responsabilidade social" dos membros do Copom. Ele indica a redução da expectativa da inflação como mais um motivo para o Banco Central reduzir os juros. Segundo ele, é preciso "um corte ousado, drástico, para enfrentar a crise financeira internacional e suprir a necessidade de crédito e investimento no país capaz de gerar renda para a sociedade brasileira".

Ele calcula que o corte de 1 ponto percentual na taxa Selic representaria R$ 15 bilhões a mais de recursos circulando na economia. Artur Henrique criticou ainda o spread bancário (custo de intermediação de empréstimos) e disse que os bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) "devem ser os primeiros a favorecer o baixo custo do dinheiro".

O secretário-geral da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Roberto Tesch Auersvald, disse acreditar "no bom senso do governo Lula para que a composição do governo não tenha um posicionamento diferente quanto ao patamar de juros que deve ser praticado". Moacyr Roberto defende "que o Banco Central olhe para o povo e siga o discurso de Lula pois o juro alto é incompatível com soluções para a recessão e o desemprego, enquanto os banqueiros continuam tendo lucros altos".

O presidente regional da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) para o Distrito Federal e entorno, Waldyr Ferreira, disse que o Banco Central pratica "uma política de capachismo a serviço das grandes corporações internacionais" e acentuou que a instituição "não executa uma política condizente com o que presidente Lula prega".

A manifestação em frente ao BC envolveu faixas que faziam desafios à quebra de juros ou a saída do presidente do Banco Central do cargo, pensamento que foi insistido nos discursos da maioria dos sindicalistas que falaram sobre o carro de som, que tocava músicas de carnaval, com o lema "O Carnaval do Juro Baixo". Um manifestante usava uma mascara do ministro da Fazenda, Guido Mantega com os dizeres: "Desemprego? Não estou sabendo! estava de férias".

Agência Brasil

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