Lição Obama
Um fato notável – dentre muitos – em relação ao presidente Obama relaciona-se a escolha de sua assessoria. O presidente americano, fiel ao que foi proposto por um dos seus antecessores [presidente Kennedy] retoma a grande e sagrada questão de que: “Não pergunteis o que vosso país pode fazer por vós; e sim, o que podeis fazer por ele”. Respeitando essa regra, Obama simplesmente abdicou de considerável “base de apoio” e de forma independente convocou o que há de melhor nos Estados Unidos para realizar uma administração à altura do momento histórico que ora vive a América. Sentiu-se tão livre que levou para o seu staff valorosos nomes do Partido Republicano. O significado disso é que, a contragosto de alguns ressentidos correligionários Democratas, Mr. Obama demonstra que quer o melhor para o seu País. O homem pensa corretamente: Eleição é eleição e administração é administração. No mundo inteiro é assim: nas eleições a lorota e a ilusão correm soltas. Existe até uma analogia de que, do mesmo modo que ocorrem nas guerras, em eleições uma das principais vitimas é a verdade.
Obama, homem de muita cultura e profundo humanismo, sabe diferenciar o joio do trigo. Convém lembrar que além de ex-aluno de Mangabeira Unger [em Harvard] é possível que o sucessor de Bush tenha lido o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho [O imbecil Coletivo II] onde se encontra o seguinte: “A diferença entre a competição democrática e a luta revolucionária é a mesma que existe entre ganhar a eleição e “tomar o poder”. No primeiro caso, o Estado é o soberano em relação às facções que disputam o governo: as instituições permanecem, enquanto os governos se sucedem rotativamente, cada um podendo revogar os atos do antecessor. Na segunda alternativa, trata-se de dominar o sistema, de modificá-lo tão profundamente que nunca mais a facção derrotada possa voltar ao governo”.
Os sinais emitidos pelo novo presidente dão indícios de que ele não vive apenas para o poder. Independentemente das colorações partidárias e de suas já reconhecidas idiossincrasias, Obama, se não estou enganado, parece querer a glória [consultem as diferenças básicas entre poder e glória]. O que ele almeja verdadeiramente é a glória de recolocar os Estados Unidos no centro da agenda mundial. Extirpando dos gringos a desagradável arrogância que passou a ser a sua principal característica. A essa altura, creio, o poder para ele já é fato consumado. E se assim for, o que o homem deseja agora é a glória. Aliás, quase todas as pessoas desse mundo doido, parecem correr tresloucadamente em busca de: Dinheiro, poder e glória. Quando o dinheiro chega, é hora de ir ao poder, quando o poder é obtido é a oportunidade de se buscar a glória. E assim caminha a humanidade.
Não sei se estou certo ou errado [isso é coisa para os meus críticos]. O fato é que desisti de todos esses valores [serão que são esses os valores mais importantes da vida?]. Pessoalmente posso dizer o seguinte: Dinheiro, infelizmente já senti que não terei. Em relação ao Poder declaro não ter ambições; E quanto à Glória terrestre, por causa das duas situações anteriores desfavoráveis, jamais alcançarei. A não ser a glória de Deus. Esta sim, com fé no Senhor, terei. Todos os dias procuro imitar [só em relação ao pedido] o ladrão que estava ao lado de Cristo no Calvário: Lembra-te de mim quando estiveres no reino dos Céus. E Cristo respondendo: “Verei o que posso fazer por você”. Como sou muito utópico fico pensando: Se eu conseguir, vai ser minha glória. Amém?
Mas o que interessa é o presidente Obama. Se você é uma pessoa que me acompanha há tempos, deve lembrar que em fevereiro/2008, escrevi sobre o então senador do estado de Illinois. Na ocasião assinalei que o homem era espertíssimo. Minhas informações foram pautadas em depoimento de doutor Fernando Henrique Cardozo. O ex-presidente disse que assistiu a uma convenção dos Democratas e ficou impressionado com a lábia do cabôco. O homem é um gênio num palanque, disse o ex-presidente. Os analistas, por outro lado, afirmam que o fundamental na personalidade do novo presidente é que ele não repete velhos discursos, nem velhas teorias sociais e políticas para arrebanhar admiradores. E tem mais: deletou de sua retórica aqueles clichês que se constituem em bordões desagradáveis ao ouvido da modernidade. Um desses bordões é a questão racial. Simplesmente Obama passou o bisturi e mandou esse capítulo mofado para a última esquina do Universo. A sua política é para todos (mesmo que isso não seja possível do ponto de vista concreto).
. Ele acredita ser possível mudar e quer todos os conterrâneos empenhados na missão. Aprendeu, como todos os políticos de um mundo em crise, não ser necessário aquele conjunto de certezas teóricas. O que precisa é de aliados. Assim o mundo ficará melhor. Todo mundo empurrando o “trem” na mesma direção. Sim, nós acreditamos. Obama parece estar com tudo para fazer uma grande administração. Um abraço cordial e até a próxima.
Paulo Pires
(*) Professor UESB-FAINOR.
Um fato notável – dentre muitos – em relação ao presidente Obama relaciona-se a escolha de sua assessoria. O presidente americano, fiel ao que foi proposto por um dos seus antecessores [presidente Kennedy] retoma a grande e sagrada questão de que: “Não pergunteis o que vosso país pode fazer por vós; e sim, o que podeis fazer por ele”. Respeitando essa regra, Obama simplesmente abdicou de considerável “base de apoio” e de forma independente convocou o que há de melhor nos Estados Unidos para realizar uma administração à altura do momento histórico que ora vive a América. Sentiu-se tão livre que levou para o seu staff valorosos nomes do Partido Republicano. O significado disso é que, a contragosto de alguns ressentidos correligionários Democratas, Mr. Obama demonstra que quer o melhor para o seu País. O homem pensa corretamente: Eleição é eleição e administração é administração. No mundo inteiro é assim: nas eleições a lorota e a ilusão correm soltas. Existe até uma analogia de que, do mesmo modo que ocorrem nas guerras, em eleições uma das principais vitimas é a verdade.
Obama, homem de muita cultura e profundo humanismo, sabe diferenciar o joio do trigo. Convém lembrar que além de ex-aluno de Mangabeira Unger [em Harvard] é possível que o sucessor de Bush tenha lido o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho [O imbecil Coletivo II] onde se encontra o seguinte: “A diferença entre a competição democrática e a luta revolucionária é a mesma que existe entre ganhar a eleição e “tomar o poder”. No primeiro caso, o Estado é o soberano em relação às facções que disputam o governo: as instituições permanecem, enquanto os governos se sucedem rotativamente, cada um podendo revogar os atos do antecessor. Na segunda alternativa, trata-se de dominar o sistema, de modificá-lo tão profundamente que nunca mais a facção derrotada possa voltar ao governo”.
Os sinais emitidos pelo novo presidente dão indícios de que ele não vive apenas para o poder. Independentemente das colorações partidárias e de suas já reconhecidas idiossincrasias, Obama, se não estou enganado, parece querer a glória [consultem as diferenças básicas entre poder e glória]. O que ele almeja verdadeiramente é a glória de recolocar os Estados Unidos no centro da agenda mundial. Extirpando dos gringos a desagradável arrogância que passou a ser a sua principal característica. A essa altura, creio, o poder para ele já é fato consumado. E se assim for, o que o homem deseja agora é a glória. Aliás, quase todas as pessoas desse mundo doido, parecem correr tresloucadamente em busca de: Dinheiro, poder e glória. Quando o dinheiro chega, é hora de ir ao poder, quando o poder é obtido é a oportunidade de se buscar a glória. E assim caminha a humanidade.
Não sei se estou certo ou errado [isso é coisa para os meus críticos]. O fato é que desisti de todos esses valores [serão que são esses os valores mais importantes da vida?]. Pessoalmente posso dizer o seguinte: Dinheiro, infelizmente já senti que não terei. Em relação ao Poder declaro não ter ambições; E quanto à Glória terrestre, por causa das duas situações anteriores desfavoráveis, jamais alcançarei. A não ser a glória de Deus. Esta sim, com fé no Senhor, terei. Todos os dias procuro imitar [só em relação ao pedido] o ladrão que estava ao lado de Cristo no Calvário: Lembra-te de mim quando estiveres no reino dos Céus. E Cristo respondendo: “Verei o que posso fazer por você”. Como sou muito utópico fico pensando: Se eu conseguir, vai ser minha glória. Amém?
Mas o que interessa é o presidente Obama. Se você é uma pessoa que me acompanha há tempos, deve lembrar que em fevereiro/2008, escrevi sobre o então senador do estado de Illinois. Na ocasião assinalei que o homem era espertíssimo. Minhas informações foram pautadas em depoimento de doutor Fernando Henrique Cardozo. O ex-presidente disse que assistiu a uma convenção dos Democratas e ficou impressionado com a lábia do cabôco. O homem é um gênio num palanque, disse o ex-presidente. Os analistas, por outro lado, afirmam que o fundamental na personalidade do novo presidente é que ele não repete velhos discursos, nem velhas teorias sociais e políticas para arrebanhar admiradores. E tem mais: deletou de sua retórica aqueles clichês que se constituem em bordões desagradáveis ao ouvido da modernidade. Um desses bordões é a questão racial. Simplesmente Obama passou o bisturi e mandou esse capítulo mofado para a última esquina do Universo. A sua política é para todos (mesmo que isso não seja possível do ponto de vista concreto).
. Ele acredita ser possível mudar e quer todos os conterrâneos empenhados na missão. Aprendeu, como todos os políticos de um mundo em crise, não ser necessário aquele conjunto de certezas teóricas. O que precisa é de aliados. Assim o mundo ficará melhor. Todo mundo empurrando o “trem” na mesma direção. Sim, nós acreditamos. Obama parece estar com tudo para fazer uma grande administração. Um abraço cordial e até a próxima.
Paulo Pires
(*) Professor UESB-FAINOR.
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