Já foi Natal!
x
A festa cristã que mais congregou e ainda congrega os filhos de Deus no planeta ainda são os festejos natalinos. Dos escaninhos da minha memória, posso extrair as mais lindas recordações do que foram as festas de natal em nossa cidade. A chegada do Papai do Noel na cidade sempre era marcada pela alegria das crianças que, a tudo acompanhavam sem perder um só detalhe; a sinergia entre o comércio (CDL) e o poder público era louvável.
Nos primeiros dias de dezembro as ruas ganhavam os adereços que anunciavam a festa pelo Salvador. A cidade se enfeitava, o comércio ganhava as bijuterias que tocava os corações dos irmanados na fé cristã, os presépios começavam a serem armados, as árvores de natal ganhavam os espaços nas vitrines das lojas, os papais noeis ganhavam as portas das lojas e também as ruas do comércio. A festa estava anunciada. O mundo do natal e o seu espírito já estavam injetados nas nossas veias. As gráficas aumentavam o seu contingente e aumento de horas extras para dar conta dos inúmeros pedidos de cartões de natal; a festa era de todos.
A cidade cresceu, robusteceu, e, até, se fez soberba! A culpa? Se existe, é de todos nós. A culpa não é por ter crescido ou robustecido, mas, por ter se tornado uma cidade soberba e sombria, perdido as suas origens, nós, que sempre fomos multiplicadores das tradições dos nossos antepassados temos uma grande parcela de culpa nas coisas que acontecem à nossa cidade. Elas não acontecem por simples acaso, acontecem sim, pela nossa desídia; temos sempre a necessidade de terceirizarmos aquilo que também é nossa obrigação.
O poder público municipal em nossa cidade tem procurado se eximir das suas obrigações no que tange às manifestações e festas populares tradicionais tais como: carnaval (Micareta), São João e por fim o Natal. O nosso natal conquistense já teve dias memoráveis com suas barraquinhas em festa de largo, que no início da década de 70 (setenta), eram armadas na Praça Barão do Rio Branco. Mais tarde, elas passaram a serem armadas na Praça da República (hoje, Tancredo Neves – aquele foi sem nunca ter sido); por fim, passou-se, na década de 80 (oitenta) a serem aramadas na Praça Sá Barreto. Tudo isso, fazia parte dos festejos de natal. Tudo isso foi apagado do nosso calendário de comemorações.
Repito, a cidade cresceu. Mudou seu paradigma político, todavia, não mudou a sua inclinação oposicionista. Os nossos governantes anteriores tinham estreita relação com as mais diversas lideranças, tanto eclesiásticas quanto dos segmentos sociais e comerciais. Essa relação do estado com a sociedade fazia acontecer coisas novas e não desprezavam as tradicionais. Um fato, que, aconteceu nos fins da década de 70 e perdurou até meados da década de 90, foi a iluminação natalina no Cristo de Mário Cravo, que, aliás, era algo de grande repercussão, principalmente para àqueles que, em viagem, cruzavam Vitória da Conquista para os mais diversos destinos; ao longe, em torno de 40 kilômetros de distância, já se avistava a nossa Árvore de Natal, era fascinante, dava aos viajantes a sensação de se aproximar de algo verdadeiramente grande, de imponência ímpar.
Eu não pretendo viajar na idéia de que um governo com feições religiosas evangélicas tenha mudado esse nosso costume, para eles, com viés de pagã e até de idolatria (talvez seja o caso do Cristo lá no alto da Serra do Peri-Peri). Será que, nessa minha indesejada “viagem”, estaria eu, buscando desnudar a verdade sobre o descaso do Prefeito atual, a despeito da continuidade ao Guilherme, que, tanto um quanto o outro, por serem evangélicos, deram ao governo no nosso município a sua ideologia e seu dogma religioso, para, sepultarem mais uma tradição em nossa cidade?
A inclinação oposicionista ao qual me referi em parágrafo anterior tem acontecido, mas, não em relação às outras esferas de poder, e sim, em relação aos cidadãos, esses, que brigaram e apostaram na vitória do Guilherme, do Zé Raimundo e de volta, novamente o Guilherme. O povo conquistense tem sido vítima da sua própria ânsia de mudança, não busca entre os seus novos representantes, o empenho deles para com as coisas que fazem parte do nosso relicário de tradições. É verdade, que, no governo Guilherme, foi resgatada a nossa tradição dos nossos Ternos de Reis (é considerada uma festa pagã para os evangélicos); mas, é preciso mais que isso, Prefeito! Isso faz parte da nossa cultura, mas, os festejos natalinos fazem parte da nossa tradição, e isso inclui a ornamentação das ruas, das principais praças da nossa cidade, do Cristo lá no alto da serra, e, quiçá, as “Barraquinhas” (saudosas barraquinhas).
A ornamentação da Praça Tancredo Neves, na minha forma de ver, até parece aquele velho ditado “o preguiçoso morreu arrebentado”; ela é muito carregada, tem de tudo num espaço mínimo. O que se gasta em ornamentação na referida Praça poderia, sem sombra de dúvidas, ser distribuídas por mais duas outras praças. Atualmente, e desde quando se priorizou a ornamentação da Praça Tancredo Neves, ela mais tem se parecido com aquelas peruas, tais como, por exemplo, a Lady Kate, afinal, “nóis tamo pagano, né Graubi?
Francisco Silva Filho
Nos primeiros dias de dezembro as ruas ganhavam os adereços que anunciavam a festa pelo Salvador. A cidade se enfeitava, o comércio ganhava as bijuterias que tocava os corações dos irmanados na fé cristã, os presépios começavam a serem armados, as árvores de natal ganhavam os espaços nas vitrines das lojas, os papais noeis ganhavam as portas das lojas e também as ruas do comércio. A festa estava anunciada. O mundo do natal e o seu espírito já estavam injetados nas nossas veias. As gráficas aumentavam o seu contingente e aumento de horas extras para dar conta dos inúmeros pedidos de cartões de natal; a festa era de todos.
A cidade cresceu, robusteceu, e, até, se fez soberba! A culpa? Se existe, é de todos nós. A culpa não é por ter crescido ou robustecido, mas, por ter se tornado uma cidade soberba e sombria, perdido as suas origens, nós, que sempre fomos multiplicadores das tradições dos nossos antepassados temos uma grande parcela de culpa nas coisas que acontecem à nossa cidade. Elas não acontecem por simples acaso, acontecem sim, pela nossa desídia; temos sempre a necessidade de terceirizarmos aquilo que também é nossa obrigação.
O poder público municipal em nossa cidade tem procurado se eximir das suas obrigações no que tange às manifestações e festas populares tradicionais tais como: carnaval (Micareta), São João e por fim o Natal. O nosso natal conquistense já teve dias memoráveis com suas barraquinhas em festa de largo, que no início da década de 70 (setenta), eram armadas na Praça Barão do Rio Branco. Mais tarde, elas passaram a serem armadas na Praça da República (hoje, Tancredo Neves – aquele foi sem nunca ter sido); por fim, passou-se, na década de 80 (oitenta) a serem aramadas na Praça Sá Barreto. Tudo isso, fazia parte dos festejos de natal. Tudo isso foi apagado do nosso calendário de comemorações.
Repito, a cidade cresceu. Mudou seu paradigma político, todavia, não mudou a sua inclinação oposicionista. Os nossos governantes anteriores tinham estreita relação com as mais diversas lideranças, tanto eclesiásticas quanto dos segmentos sociais e comerciais. Essa relação do estado com a sociedade fazia acontecer coisas novas e não desprezavam as tradicionais. Um fato, que, aconteceu nos fins da década de 70 e perdurou até meados da década de 90, foi a iluminação natalina no Cristo de Mário Cravo, que, aliás, era algo de grande repercussão, principalmente para àqueles que, em viagem, cruzavam Vitória da Conquista para os mais diversos destinos; ao longe, em torno de 40 kilômetros de distância, já se avistava a nossa Árvore de Natal, era fascinante, dava aos viajantes a sensação de se aproximar de algo verdadeiramente grande, de imponência ímpar.
Eu não pretendo viajar na idéia de que um governo com feições religiosas evangélicas tenha mudado esse nosso costume, para eles, com viés de pagã e até de idolatria (talvez seja o caso do Cristo lá no alto da Serra do Peri-Peri). Será que, nessa minha indesejada “viagem”, estaria eu, buscando desnudar a verdade sobre o descaso do Prefeito atual, a despeito da continuidade ao Guilherme, que, tanto um quanto o outro, por serem evangélicos, deram ao governo no nosso município a sua ideologia e seu dogma religioso, para, sepultarem mais uma tradição em nossa cidade?
A inclinação oposicionista ao qual me referi em parágrafo anterior tem acontecido, mas, não em relação às outras esferas de poder, e sim, em relação aos cidadãos, esses, que brigaram e apostaram na vitória do Guilherme, do Zé Raimundo e de volta, novamente o Guilherme. O povo conquistense tem sido vítima da sua própria ânsia de mudança, não busca entre os seus novos representantes, o empenho deles para com as coisas que fazem parte do nosso relicário de tradições. É verdade, que, no governo Guilherme, foi resgatada a nossa tradição dos nossos Ternos de Reis (é considerada uma festa pagã para os evangélicos); mas, é preciso mais que isso, Prefeito! Isso faz parte da nossa cultura, mas, os festejos natalinos fazem parte da nossa tradição, e isso inclui a ornamentação das ruas, das principais praças da nossa cidade, do Cristo lá no alto da serra, e, quiçá, as “Barraquinhas” (saudosas barraquinhas).
A ornamentação da Praça Tancredo Neves, na minha forma de ver, até parece aquele velho ditado “o preguiçoso morreu arrebentado”; ela é muito carregada, tem de tudo num espaço mínimo. O que se gasta em ornamentação na referida Praça poderia, sem sombra de dúvidas, ser distribuídas por mais duas outras praças. Atualmente, e desde quando se priorizou a ornamentação da Praça Tancredo Neves, ela mais tem se parecido com aquelas peruas, tais como, por exemplo, a Lady Kate, afinal, “nóis tamo pagano, né Graubi?
Francisco Silva Filho
2 comentários:
Grande Chico,
Maravilha camarada! Seus escritos brilham e encantam; você, além de escritor, é grande. Um ser humano de um coração exuberante. Admiro seus textos porque enxergo neles um senso crítico construtivista.
.
Não se acanhe de externar seus sentimentos, escreva, mas escreva muito, mas muito mesmo! Você não é somente um doutor, é muito mais que isso: um iluminado nessa arte de escrever.
Um abraço,
Ezequiel Sena
Parabéns Francisco, por acaso fui ler algumas colunas relacionadas a notícias sobre Vitória da Conquista (nossa cidade) e percebi seus posts. Um beijo em Ingrid e Erick !
Ass : Cintia Santos Silva - Salvador/BA
Postar um comentário