Por Ezequiel Sena
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Na última quarta-feira (29/10) o Blog do Anderson veiculou uma matéria que saiu no “Bom Dia Brasil” da Rede Globo e que despertou a minha atenção. Não é do meu feitio comentar notícia deste ou daquele órgão de imprensa, mas esta merece uma apreciação mais apurada, senão crítica. O Superior Tribunal de Justiça, o STJ, vai distribuir prêmios entre os seus servidores. Não pensem que é por produtividade ou coisa semelhante. Vai simplesmente garantir uma graninha extra no fim do mês para quem conseguir emagrecer. Isso mesmo! A idéia causou euforia entre os funcionários e muitos deles toparam. A adesão já contabilizava aproximadamente 1.500 candidatos na sexta-feira (17/10). Segundo o nutricionista Aldemir Mangabeira, a meta é emagrecer em torno de meia tonelada, sendo: 45% das mulheres e 55% dos homens que estão acima do peso.
A saúde dos gordinhos está causando preocupação ao Supremo Tribunal de Justiça. Prova disso é o programa “STJ de Olho na Balança” – iniciado dia 14 de outubro e já está em sua terceira edição. Servidores, estagiários e terceirizados estão desafiados a emagrecer juntos. Realmente a coisa ficou mais que pesada para o lado do STJ. Antes considerada cega, a justiça agora deu uma engordada e terá que ficar mais lépida. O impressionante é que o corte não é nas pilhas de processos, entretanto, é na gordura dos servidores: até 15 de dezembro, aquele que perder mais peso vai ganhar um prêmio em dinheiro, uma drenagem linfática e uma limpeza de pele.
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Enquanto a balança da Justiça, simbolizada pela deusa Têmis, seus pratos equilibrando a razão nos julgamentos, agora vai servir também para monitorar o peso dos trabalhadores. O funcionalismo será dividido em dois grupos: um dos obesos e outro dos que querem perder aqueles quilinhos a mais. Quem emagrecer mais em cada uma das equipes ganha R$ 700 e sessões de estética. “O prêmio vai ser meu, garante a servidora Déia Barros. A competição interna entre nós será animada. Saber quem vai perder mais, discutir o que já comeu hoje se é menos calórico e quais as vantagens da comida menos gorda é um incentivo muito precioso,” completa Déia. "Servidor mais magro e saudável vai trabalhar melhor e mais rápido", diz o nutricionista Mangabeira.
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Já o presidente do STJ – César Asfor Rocha não ficou nada satisfeito com a repercussão nos meios de comunicação. A cúpula do tribunal foi convocada para uma reunião às pressas para discutir o assunto. A questão maior foi de onde tirar o dinheiro para a premiação. As “sugestões” de como angariar verbas para essa empreitada foram as mais variadas possíveis. Com bastante criatividade chegaram à conclusão que a alternativa mais viável seria doações voluntárias dos próprios servidores inscritos, embora se cogitasse que a verba sairia do orçamento do judiciário. O que gerou desconfortos e insinuações maldosas de toda parte. Mas, na verdade, o prêmio em dinheiro e os brindes serão pagos mesmo é pela Associação dos Servidores do Tribunal.
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Creio eu, que a iniciativa do STJ é louvável, desde que a grana não saia do bolso do contribuinte; até porque a verba do erário público deve ser direcionada para outras finalidades. E este não é o caso! Os Órgãos Federais, sem incluir estados e municípios, acumulam um contingente muito elevado de servidores, que somam e engordam as instituições públicas, e, por levarem uma vida sedentária, o excesso de peso é preocupante mesmo! Por outro lado, imaginem os senhores, se esta onda pega! Os demais trabalhadores poderão também reivindicar os mesmos benéficos conquistados pelos funcionários do judiciário, caso contrário, torna-se privilégio apenas de uma classe e isso repercute mal e não é edificante para o Superior Tribunal. Comenta-se que o judiciário é um dos órgãos mais perdulário da República. Por precaução, é bom ficar de olho. Agora que esses prêmios para a categoria é no mínimo “interessante”, isto é! Tomara que o STJ não me venha querer ressuscitar aquele velho princípio dos dois pesos e uma medida, onerando ainda mais a máquina estatal.
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Na última quarta-feira (29/10) o Blog do Anderson veiculou uma matéria que saiu no “Bom Dia Brasil” da Rede Globo e que despertou a minha atenção. Não é do meu feitio comentar notícia deste ou daquele órgão de imprensa, mas esta merece uma apreciação mais apurada, senão crítica. O Superior Tribunal de Justiça, o STJ, vai distribuir prêmios entre os seus servidores. Não pensem que é por produtividade ou coisa semelhante. Vai simplesmente garantir uma graninha extra no fim do mês para quem conseguir emagrecer. Isso mesmo! A idéia causou euforia entre os funcionários e muitos deles toparam. A adesão já contabilizava aproximadamente 1.500 candidatos na sexta-feira (17/10). Segundo o nutricionista Aldemir Mangabeira, a meta é emagrecer em torno de meia tonelada, sendo: 45% das mulheres e 55% dos homens que estão acima do peso.
A saúde dos gordinhos está causando preocupação ao Supremo Tribunal de Justiça. Prova disso é o programa “STJ de Olho na Balança” – iniciado dia 14 de outubro e já está em sua terceira edição. Servidores, estagiários e terceirizados estão desafiados a emagrecer juntos. Realmente a coisa ficou mais que pesada para o lado do STJ. Antes considerada cega, a justiça agora deu uma engordada e terá que ficar mais lépida. O impressionante é que o corte não é nas pilhas de processos, entretanto, é na gordura dos servidores: até 15 de dezembro, aquele que perder mais peso vai ganhar um prêmio em dinheiro, uma drenagem linfática e uma limpeza de pele.
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Enquanto a balança da Justiça, simbolizada pela deusa Têmis, seus pratos equilibrando a razão nos julgamentos, agora vai servir também para monitorar o peso dos trabalhadores. O funcionalismo será dividido em dois grupos: um dos obesos e outro dos que querem perder aqueles quilinhos a mais. Quem emagrecer mais em cada uma das equipes ganha R$ 700 e sessões de estética. “O prêmio vai ser meu, garante a servidora Déia Barros. A competição interna entre nós será animada. Saber quem vai perder mais, discutir o que já comeu hoje se é menos calórico e quais as vantagens da comida menos gorda é um incentivo muito precioso,” completa Déia. "Servidor mais magro e saudável vai trabalhar melhor e mais rápido", diz o nutricionista Mangabeira.
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Já o presidente do STJ – César Asfor Rocha não ficou nada satisfeito com a repercussão nos meios de comunicação. A cúpula do tribunal foi convocada para uma reunião às pressas para discutir o assunto. A questão maior foi de onde tirar o dinheiro para a premiação. As “sugestões” de como angariar verbas para essa empreitada foram as mais variadas possíveis. Com bastante criatividade chegaram à conclusão que a alternativa mais viável seria doações voluntárias dos próprios servidores inscritos, embora se cogitasse que a verba sairia do orçamento do judiciário. O que gerou desconfortos e insinuações maldosas de toda parte. Mas, na verdade, o prêmio em dinheiro e os brindes serão pagos mesmo é pela Associação dos Servidores do Tribunal.
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Creio eu, que a iniciativa do STJ é louvável, desde que a grana não saia do bolso do contribuinte; até porque a verba do erário público deve ser direcionada para outras finalidades. E este não é o caso! Os Órgãos Federais, sem incluir estados e municípios, acumulam um contingente muito elevado de servidores, que somam e engordam as instituições públicas, e, por levarem uma vida sedentária, o excesso de peso é preocupante mesmo! Por outro lado, imaginem os senhores, se esta onda pega! Os demais trabalhadores poderão também reivindicar os mesmos benéficos conquistados pelos funcionários do judiciário, caso contrário, torna-se privilégio apenas de uma classe e isso repercute mal e não é edificante para o Superior Tribunal. Comenta-se que o judiciário é um dos órgãos mais perdulário da República. Por precaução, é bom ficar de olho. Agora que esses prêmios para a categoria é no mínimo “interessante”, isto é! Tomara que o STJ não me venha querer ressuscitar aquele velho princípio dos dois pesos e uma medida, onerando ainda mais a máquina estatal.
4 comentários:
Ezequiel, sobre esse tema encaminhei ao STJ, mensagem que, eu louvava o interesse do órgão por seus servidores; encaminhei pessoalmente ao ministro Francisco Cesar Asfor Rocha, uma mensagem, onde eu advertia para os devidos cuidados para com os magros que existem no órgão, para que, eles não se sintam entusiasmados e, busquem engordar para depois ganhar o prêmio para emagrecer. Complementei, que este é um caso de saúde pública, e que o órgão diretamente responsável no país para que tal emagrecimento aconteça entre os gordos, gordinhos e obesos deve necessariamente ser o SUS. E que este, aproveitando a deixa inteligente do STJ, promova entre os brasileiros tal programa, inclusive, não premiando, mas, subsidiando o acompanhamento e o tratamento, pois, no final das contas, haveria uma substancial melhoria na qualidade de vida e, por conseguinte na saúde de todos os brasileiros; e, o que é melhor para os cofres da nação, baratearia os custos com tratamento e internação, desonerando dessa forma o sistema de saúde no Brasil. Agora, Zica, enquanto isso não acontece, não tenha qualquer dúvida de que os prêmios serão efetivamente pagos, e o dinheiro vai sair sim diretamente do bolso dos consumidores.
Francisco Silva Filho
Desculpe-me a gafe, não são os "consumidores" e sim os CONTRIBUINTES!
Francisco Silva Filho
Sinceramente o Brasil precisa de seriedade. Parece que o pessoal da Justiça não dão o exemplo necessário. Fico triste com as coisas inéditas que acontecem em nosso País.
Quanto ao artigo do Ezequiel tem um tom de ironia com humor inteligente, como é de hábito os textos que ele escreve. Ficou melhor ainda com o comentário de Francisco Silva que o humor ficou pra lá de inteligente!
Parabens Anderson por ter colunistas com muita perspicácia e sabedoria e isso enriquece muito o seu blog
José Augusto
Bem humorado o seu artigo, pois gostei tanto que mandei uns amigos acessarem o blog do anderson.
Tomara que o proximo seja tão bom com este.
Até breve então!
José Silveira
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