A pedra que se tornou preciosa

Ezequiel Sena

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Uma grata surpresa foi o comentário do professor Domingos Sousa a respeito da crônica “Uma Volta ao Passado de Conquista” postada nos blogs, dias 19 e 20, que além de generoso com meus escritos, sugeriu-me, também, que falasse sobre a nova Praça Hercílio Lima. Ou melhor, Hercílio Linda. Realmente uma sugestão atual e palpitante; após décadas entregue ao abandono, as autoridades tiveram a sensibilidade de enxergar que aquele logradouro estava carecendo de recuperação, principalmente pela tradição, localização e o pelo valor histórico que representa.

Quando se pretende fazer algo, existem duas palavrinhas imprescindíveis: vontade e querer. Foi o que aconteceu com a Prefeitura ao recuperar a nossa Praça Hercílio Lima. Fui ver de perto como ficou, já que ainda não tinha passado pelo local. Sinceramente, foi uma grata surpresa, fiquei encantado! Valeu o foguetório da inauguração, dia 09 de novembro - aniversário da cidade. Mas algo me chamou ainda mais a atenção foi o que está escrito na placa inaugural: Esta obra foi realizada com recursos do próprio município. Tiveram a vontade de fazer e fizeram, depois de pronta, dá para perceber que mesmo com poucos recursos é possível transformar um ambiente que estava morto pelo descaso, servindo apenas para a ação de vândalos, e pouco aproveitado pelos negociantes de carros (a chamada PEDRA), em alguma coisa linda e maravilhosa.
Com a revitalização, a praça se integrou ao centro da cidade, desafogando a qualidade do tráfego de veículos, sem atrapalhar o fluxo de pessoas que transitam naquele espaço em direção a Santa Casa de Misericórdia - Hospital São Vicente. Com o alargamento da pista, o novo formato não interferiu na originalidade histórica do jardim. Devido o impacto agradável dado ao local, a nova praça agora se tornou uma ótima opção de lazer, não apenas para os moradores da redondeza, mas para toda a população conquistense.
Além do projeto urbanístico, a equipe responsável deu a obra um toque paisagístico especial e moderno, que se encaixou muito bem ao gosto do povo. Dotando o jardim de boa iluminação, lixeiras, bancos de cimento, rampas de acesso para portadores de necessidades especiais; no estacionamento uma calçada de lajotas avermelhadas e adornos em destaque e atraentes, construção em blocos acoplados de 15 quiosques em alvenaria de tijolos aparentes, de 3 em 3 e desenho triangular, para os comerciantes que atuavam no local, sendo que 02 deles estão sendo utilizados como sanitários e 13 foram entregues aos barraqueiros. Removeram as antigas muretas de alvenaria e no lugar afincaram grades de ferro dando maior visibilidade e segurança aos pedestres.
Também não se pode negar que uma das melhores coisas que fizeram foi dar condições dignas de trabalho para aqueles vendedores de lanches com as barracas padronizadas, higiene e conforto para quem vai passear ou saborear uma refeição rápida. “Agora pode se dizer que a Praça Hercílio Lima é um verdadeiro ponto de encontro”, assegura Seu Delfim. As opções de lanches, sucos, coco verde, caldo de cana, pipocas, etc. favorece ainda mais a freqüentação pública. Dona Iranildes, proprietária de uma barraca, disse que para ela a reforma foi uma benção de Deus, “não pode nem comparar com o que era antes”. Já Dona Ester Oliveira, uma das mais antigas moradoras do bairro, afirmou que “não esperava que a praça fosse ficar tão bonita como está agora”. É unânime o elogio a Praça Hercílio Lima.
Cabe a população ter consciência da necessidade de conservá-la, até porque é um belíssimo cartão postal, independente de posições ideológicas e partidárias. Vamos ignorar a mesquinhez e imposições de alguns, pois não mais estamos em época de eleições. Um patrimônio como este está muito acima de qualquer vaidade pessoal ou demonstração de poder. Ao cidadão compete simplesmente saber separar o precioso do vil.