quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Prefeito de Rio de Contas rebate acusações do MPF


O prefeito de Rio de Contas, Evilácio Miranda Silva (PSDB), rebateu nesta quarta-feira (5) as acusações do Ministério Público Federal (MPF/BA) e da Controladoria Geral da União (CGU), que o apontam como um dos chefes de um grupo que, supostamente, teria desviado 60% das verbas federais repassadas aos município, cerca deR$ 1,5 milhão, num período de 20 anos.

"Como eu posso ter desviado recursos federais em 20 anos, se minha gestão só tem quatro? Na minha primeira gestão, eu nem conhecia o Fernandez, porque ele nem morava em Rio de Contas.", rebateu o prefeito.

De acordo com o MPF/BA, Evilácio, os secretários municipais de Administração, João Batista Pinto Santos, e de Finanças, Nildete Lopes dos Santos Moura, além do ex-prefeito, Pedro da Rocha Reis Filho, e do contador da prefeitura, Wilde José Cardoso Tanajura teriam montado um esquema com a ong Instituto Preservar, do empresário Roberto Fernandez, para superfarturar obras na cidade, através da prestação de contas fraudulentas.





Na ação, o MPF/BA ainda aponta outros crimes supostamente cometidos pelo grupo, como abuso de poder, compra de votos, falsificação de documentos e utilização da máquina estatal em proveito próprio.





Explicações - Segundo o prefeito, o Instituto Preservar, através da empresa Inconsec Ltda., de fato, possuia três contratos com a prefeitura, no valor de R$ 450 mil, para a construção de uma escola pública e mais dois postos de saúde nas localidades de Arapiranga e João Vaz, porém eles foram rompidos em 2006.





"Após uma vistoria técnica da própria prefeitura, nós constatamos que eles [Inconsec] já tinham recebido 80% das verbas, sem que a obra estivesse concluída. Então, rescindimos os contratos e entramos com uma ação na Justiça para que eles devolvessem o dinheiro", afirmou Evilácio.





Ainda de acordo com o prefeito, as três obras foram concluídas e "estão em pleno funcionamento". "Ainda entramos com recusos próprios para terminar as obras. Na escola em Marcolino Moura, inclusive, fizemos uma quadra poliesportiva que nem estava no projeto original", complementou.





Política - Para o advogado do prefeito, Ademir Passos, o MPF e a CGU foram usados de forma política. "Isto é uma pirotecnia. Como eles podem pedir o afastamento do prefeito, faltando um mês e meio para terminar o seu mandato? É estranho que o MPF, nesse período de eleições, vaze uma notícia dessas para a imprensa. É para dar vazão a interesses políticos", reclamou.





Segundo Passos, no período citado, o prefeito nunca foi alvo de qualquer processo na Justiça, e está a disposição para prestar quaisquer esclarecimentos. "No momento adequado, o prefeito vai responder essa denúncia caluniosa. Ele nunca colocou obstáculos para que a Justiça averiguasse sua administração", afirmou.


Do A Tarde

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