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O curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da UESB completa 10 anos de luta agora, em 2008. Suas deficiências ainda são evidentes. A falta de disciplinas como Fotojornalismo, bem como seu laboratório são uma delas. Os muitos professores e estudantes que não pesquisam é outra vertente das deficiências do curso.
Mas essa graduação tem do que se orgulhar. Não estou falando de seus laboratórios de tele, jornalismo impresso ou outro qualquer, tampouco dos professores. Destes continua-se a esperar mais, muito mais. E para comentar sobre os 10 anos de implementação do curso o Revertério entrevistou Liliane Cabral, jornalista formada pela primeira turma do curso e que atualmente trabalha na TV Sudoeste, o graduando do curso Cristiano Anunciação que está no 7º semestre e estagia nos jornais impresso A TARDE e A SEMANA. Também conversamos com o professor José Duarte, o qual permanece no curso desde o início.
Liliane Cabral acredita que o curso mudou bastante e que algumas conquistas que chegaram agora começaram lá atrás. A jornalista lembrou das dificuldades enfrentadas em sua época de universidade: “A gente não tinha câmera para trabalhar nem laboratórios, não tínhamos quase nada, tivemos que improvisar quase tudo”.
Numa breve comparação de quando saiu para o mercado em relação aos estudantes de hoje Liliane Cabral declara: “Eu acho que os alunos de hoje vão ter muito mais oportunidades que nós não tivemos. No mercado, possa ser que encontrem dificuldades parecidas, mas dentro da universidade acho que vão conseguir ter uma visão da profissão bem melhor do que tivemos”.
Assim como seus colegas, a profissional disse que teve que sair para o mercado muito cedo: “Comecei a trabalhar no 3ª semestre, então ainda estava muito verde. Aprendi errando muito. Acredito que as pessoas que estão saindo agora terão a oportunidade de errar menos do que errei para aprender e poderão trabalhar com um pouco mais de visão do que estão fazendo realmente”.
O estudante de Jornalismo, Cristiano Anunciação, frisou a importância da reflexão nesta data tão importante: “Esse é o momento de fazermos uma reflexão dessa primeira década do ensino de Jornalismo na região Sudoeste, até porque foi o primeiro a ser implantado no interior da Bahia em 1998. Posso fazer uma reflexão crítica destes 10 anos. O curso passou por muitas etapas. Desde o início os estudantes reivindicavam por melhorias do quadro docente, pois no início só havia dois professores da área de Jornalismo: Zé Duarte e Luís Nova. Tinha também as questões laboratoriais que os estudantes lutaram para tê-los. Depois disso o curso passou por diversas fases e cada uma foi muito importante”.
O graduando também falou sobre a reforma curricular. Lembrou que é uma discussão que já acontece desde anos atrás, e que este ano saiu pelo menos uma readequação. “Conseguimos estabelecer um diálogo com os professores em relação à readequação curricular. Claro que esta grade não é única, pois ela ainda pode sofrer alterações”.
Cristiano Anunciação não perdeu a oportunidade, e mais uma vez fez duras críticas em relação ao curso. Ele declarou que a grade curricular é obsoleta, pois desde quando a grade nasceu não tinha disciplinas como Fotojornalismo e Jornalismo Digital - disciplinas já existentes em muitas faculdades de Comunicação. O futuro jornalista ressaltou que em 10 anos de curso ainda não tem a disciplina Fotojornalismo, mas tem a esperança de que com a nova grade ano que vem ela possa ser implantada. Ainda em se tratando de deficiências do curso, Cristiano falou sobre a questão da pesquisa: “Em nosso curso a gente praticamente não pesquisa. Dos onze professores que temos se três pesquisam é muito. Nosso curso só crescerá na região enquanto área de conhecimento se nós pesquisarmos”. Sempre participativo nos Movimentos Estudantis o graduando fez questão de encerrar falando sobre seus colegas: “Não poderia deixar de lembrar das lutas estudantis, pois tudo que temos hoje é fruto da luta estudantil”.
Para o professor Zé Duarte o curso tem o que comemorar nessa data, porque de acordo com ele, 10 anos é uma grande trajetória e nessa trajetória é possível perceber que os alunos ocuparam lugares no mercado de trabalho em Vitória da Conquista, Salvador, em toda Bahia e até mesmo fora do estado. “Eles estão seguindo o caminho profissional ou acadêmico, inclusive terá o retorno de um dos nossos alunos que foi aprovado em concurso público, e deverá ser contratado ano que vem”.
O docente reforça: “Então nós temos que comemorar, sim. Em termos da construção do curso e dos esquipamentos que temos. O curso de Comunicação é exigente e caro, e nós conseguimos ao longo deste tempo implantar laboratórios necessários, ainda mais agora com a nossa televisão e nossa rádio, que servirão como experimentação e campo de estágio muito importante”. Zé Duarte falou que o maior desafio continua sendo a fixação de professores, pois é um problema que ainda não foi possível resolver, porque os docentes costumam sair com certa freqüência, e na hora de repor esse quadro há sempre dificuldades.
O professor ainda abordou um pouco o tema reforma curricular: “Estamos fazendo uma pequena readequação do projeto pedagógico, mas ele é parcial, uma vez que nosso projeto de 10 anos continua sendo atual. Apenas uns pequenos ajustes são necessários para cumprir as exigências legais e atender as demandas desse novo momento”.
Pois é, todos os quais que o Revertério conversou não deixou de falar algo em relação aos estudantes. Seria uma gigantesca injustiça não citá-los. Ainda recordo muito bem que na minha primeira semana de Jornalismo na UESB me falaram que o melhor do curso não eram seus laboratórios, equipamentos ou coisas do tipo que os demais cursos costumam valorizar como principal. O melhor do curso de Comunicação Social são as pessoas que o compõem.
O curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da UESB completa 10 anos de luta agora, em 2008. Suas deficiências ainda são evidentes. A falta de disciplinas como Fotojornalismo, bem como seu laboratório são uma delas. Os muitos professores e estudantes que não pesquisam é outra vertente das deficiências do curso.
Mas essa graduação tem do que se orgulhar. Não estou falando de seus laboratórios de tele, jornalismo impresso ou outro qualquer, tampouco dos professores. Destes continua-se a esperar mais, muito mais. E para comentar sobre os 10 anos de implementação do curso o Revertério entrevistou Liliane Cabral, jornalista formada pela primeira turma do curso e que atualmente trabalha na TV Sudoeste, o graduando do curso Cristiano Anunciação que está no 7º semestre e estagia nos jornais impresso A TARDE e A SEMANA. Também conversamos com o professor José Duarte, o qual permanece no curso desde o início.
Liliane Cabral acredita que o curso mudou bastante e que algumas conquistas que chegaram agora começaram lá atrás. A jornalista lembrou das dificuldades enfrentadas em sua época de universidade: “A gente não tinha câmera para trabalhar nem laboratórios, não tínhamos quase nada, tivemos que improvisar quase tudo”.
Numa breve comparação de quando saiu para o mercado em relação aos estudantes de hoje Liliane Cabral declara: “Eu acho que os alunos de hoje vão ter muito mais oportunidades que nós não tivemos. No mercado, possa ser que encontrem dificuldades parecidas, mas dentro da universidade acho que vão conseguir ter uma visão da profissão bem melhor do que tivemos”.
Assim como seus colegas, a profissional disse que teve que sair para o mercado muito cedo: “Comecei a trabalhar no 3ª semestre, então ainda estava muito verde. Aprendi errando muito. Acredito que as pessoas que estão saindo agora terão a oportunidade de errar menos do que errei para aprender e poderão trabalhar com um pouco mais de visão do que estão fazendo realmente”.
O estudante de Jornalismo, Cristiano Anunciação, frisou a importância da reflexão nesta data tão importante: “Esse é o momento de fazermos uma reflexão dessa primeira década do ensino de Jornalismo na região Sudoeste, até porque foi o primeiro a ser implantado no interior da Bahia em 1998. Posso fazer uma reflexão crítica destes 10 anos. O curso passou por muitas etapas. Desde o início os estudantes reivindicavam por melhorias do quadro docente, pois no início só havia dois professores da área de Jornalismo: Zé Duarte e Luís Nova. Tinha também as questões laboratoriais que os estudantes lutaram para tê-los. Depois disso o curso passou por diversas fases e cada uma foi muito importante”.
O graduando também falou sobre a reforma curricular. Lembrou que é uma discussão que já acontece desde anos atrás, e que este ano saiu pelo menos uma readequação. “Conseguimos estabelecer um diálogo com os professores em relação à readequação curricular. Claro que esta grade não é única, pois ela ainda pode sofrer alterações”.
Cristiano Anunciação não perdeu a oportunidade, e mais uma vez fez duras críticas em relação ao curso. Ele declarou que a grade curricular é obsoleta, pois desde quando a grade nasceu não tinha disciplinas como Fotojornalismo e Jornalismo Digital - disciplinas já existentes em muitas faculdades de Comunicação. O futuro jornalista ressaltou que em 10 anos de curso ainda não tem a disciplina Fotojornalismo, mas tem a esperança de que com a nova grade ano que vem ela possa ser implantada. Ainda em se tratando de deficiências do curso, Cristiano falou sobre a questão da pesquisa: “Em nosso curso a gente praticamente não pesquisa. Dos onze professores que temos se três pesquisam é muito. Nosso curso só crescerá na região enquanto área de conhecimento se nós pesquisarmos”. Sempre participativo nos Movimentos Estudantis o graduando fez questão de encerrar falando sobre seus colegas: “Não poderia deixar de lembrar das lutas estudantis, pois tudo que temos hoje é fruto da luta estudantil”.
Para o professor Zé Duarte o curso tem o que comemorar nessa data, porque de acordo com ele, 10 anos é uma grande trajetória e nessa trajetória é possível perceber que os alunos ocuparam lugares no mercado de trabalho em Vitória da Conquista, Salvador, em toda Bahia e até mesmo fora do estado. “Eles estão seguindo o caminho profissional ou acadêmico, inclusive terá o retorno de um dos nossos alunos que foi aprovado em concurso público, e deverá ser contratado ano que vem”.
O docente reforça: “Então nós temos que comemorar, sim. Em termos da construção do curso e dos esquipamentos que temos. O curso de Comunicação é exigente e caro, e nós conseguimos ao longo deste tempo implantar laboratórios necessários, ainda mais agora com a nossa televisão e nossa rádio, que servirão como experimentação e campo de estágio muito importante”. Zé Duarte falou que o maior desafio continua sendo a fixação de professores, pois é um problema que ainda não foi possível resolver, porque os docentes costumam sair com certa freqüência, e na hora de repor esse quadro há sempre dificuldades.
O professor ainda abordou um pouco o tema reforma curricular: “Estamos fazendo uma pequena readequação do projeto pedagógico, mas ele é parcial, uma vez que nosso projeto de 10 anos continua sendo atual. Apenas uns pequenos ajustes são necessários para cumprir as exigências legais e atender as demandas desse novo momento”.
Pois é, todos os quais que o Revertério conversou não deixou de falar algo em relação aos estudantes. Seria uma gigantesca injustiça não citá-los. Ainda recordo muito bem que na minha primeira semana de Jornalismo na UESB me falaram que o melhor do curso não eram seus laboratórios, equipamentos ou coisas do tipo que os demais cursos costumam valorizar como principal. O melhor do curso de Comunicação Social são as pessoas que o compõem.
Um comentário:
O problema do curso, ao meu ver, é a falta de pesquisa. Pelo que sei, o único que estava com a idéia de fazer isso -- e acredito que já esteja fazendo -- foi o professor Marcus Lima, único doutor do curso. Não vale a pena exaltar contratação de professor se o mesmo não é qualificado o bastante para promover a pesquisa. O aluno precisa sair da sala de aula, estar junto à comunidade, vislumbrar horizontes que entre quatro paredes não se vêem. Há problemas também com relação aos livros. Pelo menos os da minha época eram, boa parte, velhos. Há ainda problemas com relação aos próprios alunos: muitos dos que entraram são do tipo "ôba-ôba", "estilosos", vivem no mundo da lua e se lixam para o movimento estudantil, no qual o alunado do curso sempre teve importante participação, inclusive na ocupação de um prédio público em reivindicação a uma residência universitária. Me orgulho de ter participado de forma ativa do movimento e desejo de coração que o curso melhore em todos os aspectos.
Mário Bittencourt, Jornalista formado na Uesb em agosto de 2007 e repórter do A TARDE Sucursal Eunápolis.
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