terça-feira, 7 de outubro de 2008

Que Gente Difícil !


É incrível como existem pessoas amargas e que jamais conseguem ser simpáticas com
os outros. Muitos acham que seu Lunga não é real que é apenas um personagem do folclore nordestino, mas ele existe sim. É de carne, osso e uma montanha de ignorância. Temos alguns muito próximos da gente. Neste final de semana lamentavelmente presenciei um fato de tamanha prepotência: uma mulher foi tão estúpida com uma moça de uma loja que deixou quem estava presente envergonhado. Quanta grosseria, daquele tipo “mau humor por natureza,” parece que nasceu assim e que não tem jeito para mudar. Chega a ser rabugenta, impertinente, birrenta, vive aborrecida com tudo e com todos. Daquela que chega soltando os cachorros, com os nervos à flor da pele, já vai esbravejando não dando chance de defesa; que nos dá vontade de mandar pipocar no quito dos infernos! Mas, se fizer isso, além de se igualar, você sabe o que acontece? Demissão e não tem conversa! Quem mandou desobedecer às recomendações do patrão. Aí aparece os “sabichões” com aquela antiga cartilhoca: o cliente sempre tem razão! É assim em qualquer empresa. E obedece quem tem juízo.


Quer castigo pior do que ter vizinho encrenqueiro, que reclama e briga por tudo e com todos. Quando a pessoa é chata não dá sossego a ninguém. Tive uma vizinha com mania de limpeza, a todo instante ela saia à porta para varrer o terreiro. A meninada, que é pirracenta, não dava trégua, ela varria a frente da casa e a turminha sujava. Várias ofensas fui obrigado a ouvir dessa mulher pelas peraltices de filhos. Certa vez, ela chegou ao extremo de denunciar toda a vizinhança à polícia, sob a alegação de que as empregadas, por maldade, lavavam as calçadas e a água escorria pela sua porta sujando tudo! Não acreditam? Perguntem aos amigos Paulo Pires ou Gilson Moura que eles sabem muito bem de quem estou falando! É assim, além de tentar viver em paz, temos que aturar as loucuras dos outros.
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Em 2002 aconteceu comigo um caso até engraçado. Em pleno mês de junho, véspera do São João, primeira semana de trabalho no Banco do Brasil, na cidade que leva o nome emprestado do filho do também falecido ACM - Luiz Eduardo Magalhães. Um senhor de aproximadamente 50 anos, alto, forte, cabelos pouco grisalho, bem vestido, com ar de dono do pedaço, aquele que se acha valentão e arrogante, humor de urubu. Entrou na agência pretendendo tomar um empréstimo. Foi logo destratando - “sei que aqui vou ser roubado, mas não vejo outro jeito, tenho que pegar esta grana agora”. Disse-me, - “O senhor faça-me o favor de ser rápido porque não tenho tempo a perder”. Fiquei surpreso com o linguajar inclemente daquele homem, nunca me tinha deparado com coisa igual. De forma cordial encaminhei-o à atendente. A colega pediu-lhe os documentos e então me retirei. Ao consultar o CPF constatou que o cabra tava mais sujo que pau de galinheiro (SPC, SERASA, TITULOS PROSTESTADO e os cambaus), sorrateiramente, ela levantou-se e trouxe a minha mesa a tela impressa. Quando vi tomei um susto. E agora o que é que eu vou dizer a esse sujeito! Pensei, se abrir a boca ele vai falar que lhe causei constrangimento - Código de Defesa do Consumir é batata. Estava vindo do CESEC (Centro de Processamento de Dados e Comunicações de V. da Conquista), ainda pouco experiente na nova função. Ele não dava trégua, desfazia dos funcionários – “uns palermas que só sabem fazer greve, se fosse num banco privado tava todos no olho da rua. Por isso que eu prefiro trabalhar com o Bradesco, lá ninguém dá moleza, se vacilar o banco bota pra fora! Tomar dinheiro emprestado é na hora. Aqui é essa lambança de exigir documentos, uma falta de respeito.” Calado estava, mudo continuava. Quanto mais ele resmungava vermelho eu ficava, o sangue fervia a tempo de explodir. Não lhe dirigia uma só palavra. O homem era um horror! Naquele instante o gerente passa pelo setor, bem próximo da mesa – Ufa que alívio! Mais admirado fiquei o “safado” era muito íntimo do chefe. Passei a lauda com a lista de restrições. Os dois saíram conversando amistosamente como se nada tivesse acontecido. Por ser novato na cidade, fiquei imaginando como ele conseguiu domar aquela fera! A meu ver, um caso insolúvel. Tempos depois o gerente foi transferido e então vieram me contar que os dois eram irmãos.
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De acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), A irritabilidade constante é um sintoma inespecífico, podendo ser manifestada em indivíduos normais. No entanto, esta se torna patológica quando o estímulo é sentido como perturbador, com característica desagradável e de hostilidade. São comuns as queixas de pessoas muito insuportáveis. As lamentações de se conviver com gente difícil, assim, estão se tornando rotineiras na vida de todos. Na verdade, não há adjetivos mais apropriados do que: estupidez, indelicadeza, falta de respeito, impolidez e descaso com seu semelhante. O maior exemplo foi dado por Aquele que pisou aqui e fez o caminho contrário, venceu pela humildade e pela simplicidade.
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Ninguém está livre desses humilhantes contratempos. Se tivesse me mostrado outro caminho, talvez não precisasse passar por situação tão vexatória, decerto muitos apuros teriam sido evitados. Já dizia o criativo - João Guimarães Rosa em uma das suas escapadas frases - “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e depois afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. Em situações de estresse é necessário um bocadinho de paciência, um punhado de prudência e muita sabedoria para que tudo se resolva. Pois o desconforto, a inquietação, a ansiedade e a angústia o tempo se encarregar de levar...!

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente, como vem se destacando o Ezequiel com suas crônicas.

Francisco

Anônimo disse...

Valeu a materia. Somos o tempo todo incomodados com este tipo de pessoa, por isso existe o ditado É MELHOR LIDAR COM BICHO DO QUE COM GENTE.
Seu sobrinho dr Alvaro