JUSCELINO SOUZA, A TARDE
celinosouza@grupoatarde.com.br
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Um parto dentro de um veículo em frente ao Hospital Geral Estadual de Vitória da Conquista (HGE/VC), a 509 km de Salvador, dá bem a medida da situação da saúde pública no terceiro maior município da Bahia, com 308 mil habitantes. Sem médico disponível para atendê-la, a donade-casa Maria da Glória Barbosa entrou em trabalho de parto por volta das 23 horas da última quinta-feira.
Segundo familiares e o próprio motorista do veículo, Saulo Santos, a atendente do prontosocorro informou que não havia médico no momento. “A gente falou que a mulher estava para ter o bebê, e aí ela acabou parindo dentro do carro mesmo.
Depois de muito tempo é que os médicos apareceram”, denuncia o motorista. A direção do hospital não se manifestou sobre o episódio.
ROLETA RU SSA – A situação é mais preocupante quando se trata dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sempre ocupados e com pacientes à espera.
Entra em ação o que médicos e funcionários convencionaram chamar de “roleta-russa”, método de seleção pelo qual é escolhido o próximo a ser atendido. A denúncia foi recebida em maio pelo membro da Comissão de Direitos Humanos Educação e Assistência Social da Câmara Municipal, vereador Ataíde Macedo (PSB).
A constatação teria sido feita durante visita às UTIs do Hospital São Vicente (Santa Casa de Misericórdia) e do HGE/VC, em companhia de um paciente. “A situação da saúde em UTI em Vitória da Conquista é muito deficitária”, sintetizou Macedo.
“Quando surge uma vaga no Hospital de Base, os médicos reúnem os documentos de cinco pessoas e fazem uma seleção, como uma ‘roleta russa’ de qual paciente será atendido primeiro”, afirmou.
A comissão aprovou indicação solicitando ao governador Jaques Wagner a implantação de uma UTI semi-intensiva para receber os pacientes que deixam a UTI e que estão em avaliação.
Em resposta, o governo entregou uma nova UTI equipada com equipamentos de última geração, com oito novos leitos no HGE/VC, dobrando a capacidade para 16. O Hospital possui um total de 180 leitos, incluindo os de UTI.
“Agora temos mais oito, o que representa um grande avanço”, disse o recém-empossado diretor do Hospital Geral de Conquista, Felipe Magalhães. “Temos um total de 16 leitos para pacientes críticos, de urgência e emergência da região e uma população flutuante de 1 milhão de habitantes, então é claro que isso fica muito aquém do número de leitos para esse contingente”, admitiu. Em relação às denúncias da comissão, disse desconhecer qualquer prática eletiva no atendimento a pacientes.
“Essa nova UTI já é uma grande ajuda para os médicos que trabalham na urgência e emergência, principalmente no atendimento a pacientes com traumatismo crânio-encefálico e AVC”.
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Um parto dentro de um veículo em frente ao Hospital Geral Estadual de Vitória da Conquista (HGE/VC), a 509 km de Salvador, dá bem a medida da situação da saúde pública no terceiro maior município da Bahia, com 308 mil habitantes. Sem médico disponível para atendê-la, a donade-casa Maria da Glória Barbosa entrou em trabalho de parto por volta das 23 horas da última quinta-feira.
Segundo familiares e o próprio motorista do veículo, Saulo Santos, a atendente do prontosocorro informou que não havia médico no momento. “A gente falou que a mulher estava para ter o bebê, e aí ela acabou parindo dentro do carro mesmo.
Depois de muito tempo é que os médicos apareceram”, denuncia o motorista. A direção do hospital não se manifestou sobre o episódio.
ROLETA RU SSA – A situação é mais preocupante quando se trata dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sempre ocupados e com pacientes à espera.
Entra em ação o que médicos e funcionários convencionaram chamar de “roleta-russa”, método de seleção pelo qual é escolhido o próximo a ser atendido. A denúncia foi recebida em maio pelo membro da Comissão de Direitos Humanos Educação e Assistência Social da Câmara Municipal, vereador Ataíde Macedo (PSB).
A constatação teria sido feita durante visita às UTIs do Hospital São Vicente (Santa Casa de Misericórdia) e do HGE/VC, em companhia de um paciente. “A situação da saúde em UTI em Vitória da Conquista é muito deficitária”, sintetizou Macedo.
“Quando surge uma vaga no Hospital de Base, os médicos reúnem os documentos de cinco pessoas e fazem uma seleção, como uma ‘roleta russa’ de qual paciente será atendido primeiro”, afirmou.
A comissão aprovou indicação solicitando ao governador Jaques Wagner a implantação de uma UTI semi-intensiva para receber os pacientes que deixam a UTI e que estão em avaliação.
Em resposta, o governo entregou uma nova UTI equipada com equipamentos de última geração, com oito novos leitos no HGE/VC, dobrando a capacidade para 16. O Hospital possui um total de 180 leitos, incluindo os de UTI.
“Agora temos mais oito, o que representa um grande avanço”, disse o recém-empossado diretor do Hospital Geral de Conquista, Felipe Magalhães. “Temos um total de 16 leitos para pacientes críticos, de urgência e emergência da região e uma população flutuante de 1 milhão de habitantes, então é claro que isso fica muito aquém do número de leitos para esse contingente”, admitiu. Em relação às denúncias da comissão, disse desconhecer qualquer prática eletiva no atendimento a pacientes.
“Essa nova UTI já é uma grande ajuda para os médicos que trabalham na urgência e emergência, principalmente no atendimento a pacientes com traumatismo crânio-encefálico e AVC”.
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