Visões diferentes: Brigando comigo mesmo
Inicialmente devo confessar um enorme alívio. Explico: Algumas teses que defendi durante décadas estão acontecendo agora. A primeira delas está sendo implementada com grande êxito na Escócia. O parlamento daquele país deliberou que nenhuma criança entre 3 e 13 anos seja obrigada a levar para casa tarefas escolares. O menino ou menina ao sair da Escola para o Lar deve chegar em casa e se ocupar apenas de brincadeiras e tudo o que for saudável para a sua construção humana. Isso é louvável. Gostaria que nossos “técnicos em educação” avaliassem essa possibilidade para poderem posteriormente aplicar e verificar a validade de sua execução em nosso País. Pessoalmente considero a ação como altamente positiva. Certamente aparecerá algum “burocrata educacional” para discordar. Vejam que não estou falando de professor. Estou falando de “burocrata” aquele sujeito que doutor Roberto Campos definiu como “Um animal de seis pés: Os dois dele [burocrata] e os quatro da cadeira”.
DÉ certo que todos nós temos visões diferentes das coisas e do mundo. Penso de um jeito, meu amigo Alípio Menezes pensa de outro, Jacinto Braz Davi Ribeiro pensa contrário e assim o mundo vai se construindo (em alguns casos se destruindo). O importante é que todo mundo contribua com o seu pensamento, suas ações. A única exigência que devemos fazer é que estes pensamentos e ações estejam sempre substantivados por princípios éticos e as melhores condutas morais. É tolerável, entretanto, que alguns desses princípios possam até se apresentar de forma equivocada, pois os indivíduos [sabemos há tempos] são amálgamas de um amontoado de idiossincrasias. Todavia, não será por causa desse constructo de heterogeneidades que deixaremos de prescindir da ética e da moral como instrumentos balizadores da vida.
Um leitor do blog de Herzem (que diz se chamar Paulo Valente) enviou uma mensagem há pouco dizendo que “está acaba de crer” que eu sou o senhor José Valente. Acho isso formidável. Principalmente porque uma amiga especial (daquelas que a gente guarda no peito) leu a mensagem do Paulo e me mandou um e-mail dizendo que está confusa e acha que agora eu sou o Paulo Valente. No e-mail ela diz que este senhor [o Paulo] sou eu, em fusão com o José Valente. Pode uma coisa dessas?
Bem, diante da confusão (oriunda das fusões) diria que à medida que o Povo não consegue mais me identificar, é sinal que sou uma pessoa dele, o Povo. E aí o Gaguinho interfere: “Eu fico alegre com isso!!!”. O único problema é que não sendo mais identificado pelo Povo, começo a ter problemas comigo mesmo. Já estou pensando também que sou o José Valente ou quem sabe, o Paulo Valente. Mas finalmente, que sou eu? Sinceramente, não sei mais, me ajudem.
Carlos Drummond de Andrade ao escrever sobre seu amigo João Guimarães Rosa, perguntou no poema: “Quem era João? João existiu de se pegar? João era uma fábula ou era fabuloso?”. Como não tenho a poética do grande Carlos, nem a grandeza do velho Rosa, ninguém escreve ou há de escrever um poema para mim. A única chance que tive, foi uma namorada de mil novecentos e fumacinha. Mas depois ela foi prá Teófilo Otoni e me deixou na solidão (que coisa mais piegas!!). Fora isso, confesso que todas as minhas ilusões foram embora. A única que pessoa que pensa em mim é eu mesmo. E declaro: Só não deixo de pensar em mim porque não tem jeito de eu ser outra pessoa. Como eu gostaria de ser um cara bonito, importante, rico (mas sem ser invejado). Ah, como gostaria... Mas a vida me fêz assim e tenho que conviver comigo todos os dias.
Se alguém aí souber quem sou eu, por favor, me ajude. Estou com sérios problemas existenciais. Mas não há de ser nada. Agora que estou filiado ao Partido Verde, talvez encontre razão para minha conturbada existência. Lá tenho certeza de encontrar bons amigos, bons companheiros (Dirlêi, Alcides, Duda Arêas, Ricardo Marques, Massinha, Marcio Higino, Zelito Soares, J. C. D’Almeida) e quem sabe, Edigar Mão Branca e a histórica senadora Marina Silva. Estes e outros me ajudarão a encontrar minha verdadeira identidade. Um abraço cordial e até a próxima.
Paulo Pires
Professor - UESB
Inicialmente devo confessar um enorme alívio. Explico: Algumas teses que defendi durante décadas estão acontecendo agora. A primeira delas está sendo implementada com grande êxito na Escócia. O parlamento daquele país deliberou que nenhuma criança entre 3 e 13 anos seja obrigada a levar para casa tarefas escolares. O menino ou menina ao sair da Escola para o Lar deve chegar em casa e se ocupar apenas de brincadeiras e tudo o que for saudável para a sua construção humana. Isso é louvável. Gostaria que nossos “técnicos em educação” avaliassem essa possibilidade para poderem posteriormente aplicar e verificar a validade de sua execução em nosso País. Pessoalmente considero a ação como altamente positiva. Certamente aparecerá algum “burocrata educacional” para discordar. Vejam que não estou falando de professor. Estou falando de “burocrata” aquele sujeito que doutor Roberto Campos definiu como “Um animal de seis pés: Os dois dele [burocrata] e os quatro da cadeira”.
DÉ certo que todos nós temos visões diferentes das coisas e do mundo. Penso de um jeito, meu amigo Alípio Menezes pensa de outro, Jacinto Braz Davi Ribeiro pensa contrário e assim o mundo vai se construindo (em alguns casos se destruindo). O importante é que todo mundo contribua com o seu pensamento, suas ações. A única exigência que devemos fazer é que estes pensamentos e ações estejam sempre substantivados por princípios éticos e as melhores condutas morais. É tolerável, entretanto, que alguns desses princípios possam até se apresentar de forma equivocada, pois os indivíduos [sabemos há tempos] são amálgamas de um amontoado de idiossincrasias. Todavia, não será por causa desse constructo de heterogeneidades que deixaremos de prescindir da ética e da moral como instrumentos balizadores da vida.
Um leitor do blog de Herzem (que diz se chamar Paulo Valente) enviou uma mensagem há pouco dizendo que “está acaba de crer” que eu sou o senhor José Valente. Acho isso formidável. Principalmente porque uma amiga especial (daquelas que a gente guarda no peito) leu a mensagem do Paulo e me mandou um e-mail dizendo que está confusa e acha que agora eu sou o Paulo Valente. No e-mail ela diz que este senhor [o Paulo] sou eu, em fusão com o José Valente. Pode uma coisa dessas?
Bem, diante da confusão (oriunda das fusões) diria que à medida que o Povo não consegue mais me identificar, é sinal que sou uma pessoa dele, o Povo. E aí o Gaguinho interfere: “Eu fico alegre com isso!!!”. O único problema é que não sendo mais identificado pelo Povo, começo a ter problemas comigo mesmo. Já estou pensando também que sou o José Valente ou quem sabe, o Paulo Valente. Mas finalmente, que sou eu? Sinceramente, não sei mais, me ajudem.
Carlos Drummond de Andrade ao escrever sobre seu amigo João Guimarães Rosa, perguntou no poema: “Quem era João? João existiu de se pegar? João era uma fábula ou era fabuloso?”. Como não tenho a poética do grande Carlos, nem a grandeza do velho Rosa, ninguém escreve ou há de escrever um poema para mim. A única chance que tive, foi uma namorada de mil novecentos e fumacinha. Mas depois ela foi prá Teófilo Otoni e me deixou na solidão (que coisa mais piegas!!). Fora isso, confesso que todas as minhas ilusões foram embora. A única que pessoa que pensa em mim é eu mesmo. E declaro: Só não deixo de pensar em mim porque não tem jeito de eu ser outra pessoa. Como eu gostaria de ser um cara bonito, importante, rico (mas sem ser invejado). Ah, como gostaria... Mas a vida me fêz assim e tenho que conviver comigo todos os dias.
Se alguém aí souber quem sou eu, por favor, me ajude. Estou com sérios problemas existenciais. Mas não há de ser nada. Agora que estou filiado ao Partido Verde, talvez encontre razão para minha conturbada existência. Lá tenho certeza de encontrar bons amigos, bons companheiros (Dirlêi, Alcides, Duda Arêas, Ricardo Marques, Massinha, Marcio Higino, Zelito Soares, J. C. D’Almeida) e quem sabe, Edigar Mão Branca e a histórica senadora Marina Silva. Estes e outros me ajudarão a encontrar minha verdadeira identidade. Um abraço cordial e até a próxima.
Paulo Pires
Professor - UESB
2 comentários:
O professor Paulo Pires, deve ser admirador do escritor e poeta português - Fernando Pessoa.Utilizava de tres herônimos.J.D.
..HETERÔNIMOS e não herônimos. J.D.
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