
A construção civil e os serviços lideram a geração de empregos, mas a indústria e a agropecuária também têm papel importante no aquecimento do mercado de trabalho, principalmente após a recuperação do real frente ao dólar e a retomada gradual das exportações.
Em Itapetinga e Jequié, no sudoeste, a indústria calçadista responde por boa parte das contratações. Mas em cidades como Camaçari, onde a produção industrial costuma ser a principal empregadora, foi a construção civil que manteve o emprego em alta.
Segundo o economista Laumar Neves, da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), resultados como esse se explicam pelo número de investimentos públicos em algumas cidades do interior. “A contratação nos municípios onde a construção lidera a expansão de vagas foi alavancada por obras de saneamento e logística oriundas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal)”, avalia Neves, citando as obras de saneamento de Camaçari e Maragogipe e a Via Expressa Baía de Todos os Santos.
Além disso, ele complementa que os lançamentos do mercado imobiliário de 2007 e 2008 só agora, após as vendas, começaram a ser construídos, elevando a oferta de emprego no primeiro semestre. “Todo o mundo imaginava que, com a crise econômica, o mercado de trabalho sofreria reflexos bastante deletérios. O mercado sentiu os efeitos , mas não com a intensidade que imaginavam”, resume Neves.
Construção puxa fila
A construção civil, sobretudo o mercado imobiliário, tem sido um dos setores da economia baiana que mais contribuem para a oferta de empregos no estado. Nos primeiros oito meses deste ano, segundo os números do Caged, foram criados 14.206 postos de trabalho com carteira assinada no segmento.
O crescimento é de 13,9%. Somente em agosto, foram 3.780 novas vagas, comalta de 4,3%. Na capital, o mercado imobiliário impulsiona a geração de empregos, com o início das obras de dezenas de empreendimentos. Entre janeiro e agosto, foram criados 7.945 postos, um crescimento superior a 17%. São pedreiros, mestres, serventes, assistentes, engenheiros, marceneiros, entre diversos outros profissionais.
Hoje, sobram vagas nos canteiros de obra, e há carência de trabalhadores, sobretudo capacitados para as atividades. Este quadro se repete em toda a região metropolitana, segundo os dados divulgados pelo Caged. Destaque por exemplo para o município de Camaçari, com mais 1.182 vagas no período.
A construção civil mostra crescimento do número de empregos em todo o país, onde foram criados, nos oito primeiros meses do ano, nada menos que 151.537 postos. O crescimento foi de 7,85%.
Região Sul do Estado perde vagas com a crise
Nemtodos os setores apresentaram expansão dos postos de trabalho na Bahia. Algumas atividades, diretamente ligadas ao mercado externo, tiveram redução do emprego e ainda sentemos efeitos da crise. Em Ilhéus, a 460 km de Salvador, o polo de informática sofreu com a variação do câmbio.
O dólar mais caro inibiu as vendas e a cidade teve uma retração de 338 postos de trabalho. Com a recuperação do valor do real, os operários demitidos esperam por um segundo semestre mais promissor.
Na vizinha Eunápolis, no entanto, a reação deve demorar um pouco mais. O município fechou 441 vagas de emprego nos oito primeiros meses do ano, boa parte delas vinculadas à indústria de papel e celulose, devido à queda nas exportações. Para retomar as contratações, o setor aguarda o reaquecimento do mercado internacional.
(Notícia publicada na edição impressa do dia 18/09/2009 do CORREIO)
Um comentário:
Pode ser que esse ano Salvador - está com uma grande oferta de empregos.Pois, a mesma já fora considerada por diversas vezes - A capital com menor indíce de empregabilidade.Bom, se essas vagas estão ocorrendo na construção cívil - Pode-se afirmar,que elas sempre existiram - com maior ou menor frequência!.A construção cívil na cidade de Salvador, é uma constante.J Dean.
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