Juscelino Souza, A Tarde
A beleza dos cafezais em flor e seus grãos vicejantes, no Planalto de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, que eram o símbolo da resistência agrícola à crise mundial, está ameaçada.
É a crise chegando ao maior parque cafeeiro da Bahia, com 60 mil hectares plantados – mais da metade do volume total do Estado, estimado em 100 mil hectares.
O Planalto de Conquista produz, em média, 700 mil sacas de café. Porém, este ano, a previsão mais otimista estima em 400 mil sacas do produto.
Os motivos vão muito além da crise financeira. De acordo com recentes informações do mercado, o preço da saca teve queda de 8,5% nos últimos 12 meses. Com a crise começando a afetar o mercado de exportação de café, este mês, a saca teve queda de R$ 5 no mercado interno.
A atividade, que responde por 200 mil empregos diretos e indiretos, perdeu 10% dessa mão-de-obra nos últimos anos.
O volume percentual deve dobrar nas próximas safras, advertem os cafeicultores ouvidos por A TARDE.
“Basta acessar qualquer site de notícias ou ler nos jornais que a situação está lá, estampada. Só se ouve falar que os produtores de café estão preocupados com preços baixos”, sintetiza Heleno Oliveira Neto, um dos maiores cafeicultores da Bahia, com 1 milhão de pés de café plantados.
AMEAÇA – Acostumada a enfrentar turbulências do mercado financeiro, sem se abalar com planos econômicos, queda de preço, de safra e falta de incentivos e financiamento, a cultura na região sudoeste da Bahia chega aos 40 anos em 2009 fadada a perder boa parte dos 60 mil hectares caso o quadro não mude.
Mesmo diante do quadro desfavorável, o café tem respondido bem, com a manutenção da produtividade e qualidade no parque cafeeiro de Conquista e Barra do Choça, só que a maioria dos cafeicultores teme não suportar as oscilações de preço e já falam em dias nebulosos.
Muitos se anteciparam ao que entendem ser “a pior crise depois do abalo do café na década de 80” e decidiram trocar as roças por pastagens. Há duas décadas, a cafeicultura perdeu espaço com a erradicação de roças, porém se manteve viva e voltou ao topo no ano 2000.
Com a crise espalhando os ventos da retração, agora, em vez de café, somente boi no pasto, como tem sido comum em 5% das propriedades localizadas na região da mata, em Barra do Choça, a 30 km de Conquista.
O cafeicultor Israel Tavares Viana, presidente do Sindicato Rural Patronal e pioneiro no trato com a atividade desde a década de 70, diz que assiste com tristeza à aproximação de dias difíceis.
Dono de 30 hectares de café, variedade arábica, Ioza (como gosta de ser tratado), diz que foi atingido pela crise e teve que se desfazer de 19 hectares de café, área equivalente a 19 campos de futebol, para loteamento habitacional.
Tudo, segundo ele, para não ficar devendo a bancos.
“A gente gasta e não tira o dinheiro aplicado. No fim das contas, paga para produzir”, explica, apresentando como parâmetro o preço da saca de 60 kg contra os valores gastos para plantar, colher e beneficiar igual volume. “A saca de café despolpado está cotada a R$ 265, mas a gente gasta R$ 300 na produção”, diz.
Para continuar na roça, em Coqueiro, produtor só manteve cinco funcionários, dos 60 trabalhadores rurais fixos.
É a crise chegando ao maior parque cafeeiro da Bahia, com 60 mil hectares plantados – mais da metade do volume total do Estado, estimado em 100 mil hectares.
O Planalto de Conquista produz, em média, 700 mil sacas de café. Porém, este ano, a previsão mais otimista estima em 400 mil sacas do produto.
Os motivos vão muito além da crise financeira. De acordo com recentes informações do mercado, o preço da saca teve queda de 8,5% nos últimos 12 meses. Com a crise começando a afetar o mercado de exportação de café, este mês, a saca teve queda de R$ 5 no mercado interno.
A atividade, que responde por 200 mil empregos diretos e indiretos, perdeu 10% dessa mão-de-obra nos últimos anos.
O volume percentual deve dobrar nas próximas safras, advertem os cafeicultores ouvidos por A TARDE.
“Basta acessar qualquer site de notícias ou ler nos jornais que a situação está lá, estampada. Só se ouve falar que os produtores de café estão preocupados com preços baixos”, sintetiza Heleno Oliveira Neto, um dos maiores cafeicultores da Bahia, com 1 milhão de pés de café plantados.
AMEAÇA – Acostumada a enfrentar turbulências do mercado financeiro, sem se abalar com planos econômicos, queda de preço, de safra e falta de incentivos e financiamento, a cultura na região sudoeste da Bahia chega aos 40 anos em 2009 fadada a perder boa parte dos 60 mil hectares caso o quadro não mude.
Mesmo diante do quadro desfavorável, o café tem respondido bem, com a manutenção da produtividade e qualidade no parque cafeeiro de Conquista e Barra do Choça, só que a maioria dos cafeicultores teme não suportar as oscilações de preço e já falam em dias nebulosos.
Muitos se anteciparam ao que entendem ser “a pior crise depois do abalo do café na década de 80” e decidiram trocar as roças por pastagens. Há duas décadas, a cafeicultura perdeu espaço com a erradicação de roças, porém se manteve viva e voltou ao topo no ano 2000.
Com a crise espalhando os ventos da retração, agora, em vez de café, somente boi no pasto, como tem sido comum em 5% das propriedades localizadas na região da mata, em Barra do Choça, a 30 km de Conquista.
O cafeicultor Israel Tavares Viana, presidente do Sindicato Rural Patronal e pioneiro no trato com a atividade desde a década de 70, diz que assiste com tristeza à aproximação de dias difíceis.
Dono de 30 hectares de café, variedade arábica, Ioza (como gosta de ser tratado), diz que foi atingido pela crise e teve que se desfazer de 19 hectares de café, área equivalente a 19 campos de futebol, para loteamento habitacional.
Tudo, segundo ele, para não ficar devendo a bancos.
“A gente gasta e não tira o dinheiro aplicado. No fim das contas, paga para produzir”, explica, apresentando como parâmetro o preço da saca de 60 kg contra os valores gastos para plantar, colher e beneficiar igual volume. “A saca de café despolpado está cotada a R$ 265, mas a gente gasta R$ 300 na produção”, diz.
Para continuar na roça, em Coqueiro, produtor só manteve cinco funcionários, dos 60 trabalhadores rurais fixos.
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