A proximidade do início das aulas levou, finalmente, os pais de alunos às compras de material escolar. A pesquisa de preços, que começou a ser feita logo após o Natal, está sendo substituída pela aquisição de produtos que recheiam a lista de material didático fornecido pelas escolas. A busca por preços baixos fez com que vendedores ambulantes e sebos passassem a ser valorizados por quem tem nas mãos uma longa relação de livros e cadernos, ainda que nem sempre atendem à expectativa dos principais interessados: os estudantes.
“A garotada agora faz questão de grife”, reclamava a ex-bancária Marilene Alves, mãe de dois filhos que cursam a 7ª série do ensino fundamental e o 1º ano do ensino médio.Marilene, que já tinha comprado parte do material escolar à vista numa loja de departamentos, optou por comprar o restante em supermercado.
“Os preços são quase os mesmos, até um pouco mais altos”, dizia. “Mas fui atraída pela flexibilidade no pagamento, já que posso fazer isso em até 10 vezes sem juros”, assinalou.
Já a doméstica Nilda Miranda, que veio de Jeribatuba, na Ilha de Itaparica, para fazer a compra de material escolar para três filhos em Salvador, revelavase cansada. “Vou passar o dia todo aqui, mas está tudo muito caro”, constatava. Na mesma loja, Marlene Moreira já fazia contas que chegavam a R$ 680 na compra de material para o filho que cursa a 6ª série. “Vou dividir no cartão, pois já vi que está caro em todo lugar”, disse. O bombeiro José Roberto Damasceno, que recebe um salário de R$ 1,4 mil e com filhos na 1º e 6º séries, calculava gastos em torno de R$ 600, apenas em livros.
CAMELÔS – Apelar para os vendedores ambulantes não é inciativa apenas de José Roberto.
O camelô Marcos Tosta comemorava as boas vendas. “Já vendi muito e tenho várias caixas de caderno para vender até segundafeira”, dizia. Marcos, que espera obter com a venda de material escolar um lucro que nunca conseguiu vendendo bonés, que é outro ramo do seu negócio, comercializa cadernos de 20 matérias com preços de R$ 10.
O gerente da Livraria das Editoras, na Avenida Joana Angélica, Artur Jorge Teixeira, admitiu que os consumidores têm se queixado bastante. “Os livros são tabelados e sofreram um aumento de 7 a 8%”, assinalou.
“Mas as pessoas se queixam tanto de preço quanto da quantidade de material escolar”. A observação do gerente era confirmada por Sandra Maria de Oliveira, que tem um filho de 8 anos. “A lista tem 10 livros, além do dicionário e artigos de papelaria. É um absurdo”. No Shopping Iguatemi, às voltas com livros e cadernos, a professora Leonor Borges fazia as contas. “Tenho três filhos e vou gastar cerca de R$ 3 mil com material escolar”.
Foi do bombeiro José Roberto Damasceno a avaliação sobre os motivos de os pais se submeterem às exigências das escolas e aos abusos de preço dos fornecedores de livros e artigos de papelaria.
“Não temos outra alternativa, a não ser colocar os filhos em colégios públicos”, assinalou.
“Mas, com a má qualidade da educação e com tantas greves, fazer isso é pura perda de tempo”, disse.
Quem admite buscar alternativas para reduzir gastos apelam para as cada vez mais frequentes trocas de livros nas escolas, mas devem ter eliminado da lista de opções a compra nos sebos. Este ano, as vendas nessas lojas de livros usados caíram, em média, 50%, segundo o vendedor Ivaldo Oliveira, que trabalha numa tradicional loja do ramo na Rua da Ajuda. “Dessa vez, a culpa foi do novo acordo ortográfico”, disse.
“Ninguém quer mais livros que não estejam atualizados”.
A Tarde
“A garotada agora faz questão de grife”, reclamava a ex-bancária Marilene Alves, mãe de dois filhos que cursam a 7ª série do ensino fundamental e o 1º ano do ensino médio.Marilene, que já tinha comprado parte do material escolar à vista numa loja de departamentos, optou por comprar o restante em supermercado.
“Os preços são quase os mesmos, até um pouco mais altos”, dizia. “Mas fui atraída pela flexibilidade no pagamento, já que posso fazer isso em até 10 vezes sem juros”, assinalou.
Já a doméstica Nilda Miranda, que veio de Jeribatuba, na Ilha de Itaparica, para fazer a compra de material escolar para três filhos em Salvador, revelavase cansada. “Vou passar o dia todo aqui, mas está tudo muito caro”, constatava. Na mesma loja, Marlene Moreira já fazia contas que chegavam a R$ 680 na compra de material para o filho que cursa a 6ª série. “Vou dividir no cartão, pois já vi que está caro em todo lugar”, disse. O bombeiro José Roberto Damasceno, que recebe um salário de R$ 1,4 mil e com filhos na 1º e 6º séries, calculava gastos em torno de R$ 600, apenas em livros.
CAMELÔS – Apelar para os vendedores ambulantes não é inciativa apenas de José Roberto.
O camelô Marcos Tosta comemorava as boas vendas. “Já vendi muito e tenho várias caixas de caderno para vender até segundafeira”, dizia. Marcos, que espera obter com a venda de material escolar um lucro que nunca conseguiu vendendo bonés, que é outro ramo do seu negócio, comercializa cadernos de 20 matérias com preços de R$ 10.
O gerente da Livraria das Editoras, na Avenida Joana Angélica, Artur Jorge Teixeira, admitiu que os consumidores têm se queixado bastante. “Os livros são tabelados e sofreram um aumento de 7 a 8%”, assinalou.
“Mas as pessoas se queixam tanto de preço quanto da quantidade de material escolar”. A observação do gerente era confirmada por Sandra Maria de Oliveira, que tem um filho de 8 anos. “A lista tem 10 livros, além do dicionário e artigos de papelaria. É um absurdo”. No Shopping Iguatemi, às voltas com livros e cadernos, a professora Leonor Borges fazia as contas. “Tenho três filhos e vou gastar cerca de R$ 3 mil com material escolar”.
Foi do bombeiro José Roberto Damasceno a avaliação sobre os motivos de os pais se submeterem às exigências das escolas e aos abusos de preço dos fornecedores de livros e artigos de papelaria.
“Não temos outra alternativa, a não ser colocar os filhos em colégios públicos”, assinalou.
“Mas, com a má qualidade da educação e com tantas greves, fazer isso é pura perda de tempo”, disse.
Quem admite buscar alternativas para reduzir gastos apelam para as cada vez mais frequentes trocas de livros nas escolas, mas devem ter eliminado da lista de opções a compra nos sebos. Este ano, as vendas nessas lojas de livros usados caíram, em média, 50%, segundo o vendedor Ivaldo Oliveira, que trabalha numa tradicional loja do ramo na Rua da Ajuda. “Dessa vez, a culpa foi do novo acordo ortográfico”, disse.
“Ninguém quer mais livros que não estejam atualizados”.
A Tarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário