A crise vista por três homens e uma frase maldosa para certas mulheres
Lembra-se daquela nossa amiga de São Paulo? Sim, aquela anarquista, debochada, cheia de fair play e fleuma. Não se lembra? Vou refrescar sua memória: Suad Hadba. Ela mesma, em carne e osso. Nossa amiga continua sua atividade internáutica em larga escala. Em razão da quantidade de e-mails que passa, penso que deve enviar de 20 a 30 correios eletrônicos diferentes todos os dias. E, considerando que o seu banco de dados fraterno é do tamanho da Biblioteca de Alexandria, deixo com você a tarefa de fazer a conta.
Ontem nossa amiga nos enviou uma cacetada, dos quais transcrevo parte de dois que considero necessários à uma imperiosa reflexão, especialmente daqueles que não têm o que fazer, como eu e ela. Trata-se de uma consideração feita por ninguém menos que o Sr. Albert Einstein. Isso mesmo, um dos pais da física moderna. Antes de falecer pediram ao grande alemão sua opinião sobre “momentos de crise”. Eis o que disse o homem da relatividade:
"Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar "superado".
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".
Palavras de gênio. Eu que moro aqui no sertão e que não estudei na Politécnica de Zurique, nem tive a capacidade de fundar a Academia Olímpia, como fêz Dr. Einstein, fico aqui pensando o que é crise. Por que entramos em crise? Quantos tipos de crises existem? Atualmente a crise que está em voga é a financeira. Eu sou especialista nesse tipo. Embora já tenha percebido que as pessoas não acreditem nisso. Minhas impressões se confirmam, pois vivo o drama de não ser convidado para fazer uma conferência, uma palestra, um seminário. Logo eu, que tenho alguns pós-doutorados em crises financeiras. Passei, vivi e vivo mergulhado em tantas que se um dia não estiver mais endividado, vou acreditar definitivamente que não sou mais eu.
Continuando com o tema, vale a pena recordar o que disse um respeitável brasileiro: Gilberto Amado. Em certa ocasião perguntaram-lhe se não fosse originário do Brasil, onde gostaria de ter nascido. Ele respondeu que o País não importava, mas gostaria que fosse “Em uma época de decadência. É neste período que se reconhecem os grandes homens”, acrescentou. Diante desse raciocínio, não podemos deixar de reconhecer que nosso ex-embaixador e professor de direito internacional era um homem de desafios. Pois é justamente este o momento pelo qual passamos. A humanidade está diante de um grande desafio. Agora é que a gente vai ver, como diria o grande filósofo Ratinho, quem é que tem café no bule. Ou vai ou racha ou arranca a tampa da caixa. A caixa (ou o caixa) agora é a do Capitalismo. Penso que os velhos capitalistas vão ter que dar adeus a algumas de suas convicções. Para tanto precisam de uma indispensável dose de ética. Isso é só prá começar. A segunda dose, deverá ser ministrada para que os detentores do capital tenham uma visão menos garganta profunda de suas ambições. A acumulação excessiva de capitais promove desigualdades humanas e geopolíticas inconcebíveis. São verdadeiras afrontas às regras da convivência civilizada.
Por último, volto a nossa amiga Suad para transcrever parte do outro e-mail que recebi. Senhoras e senhoritas, o que vocês lerão abaixo não é de minha autoria (creio que nem de Suad também), mas a frase é terrível. Ei-la: “A crise no mercado financeiro é tão ruim, que já tem mulher casando por amor”. Essa, como se dizia antigamente aqui em Conquista, é de matar o guarda. Um abraço cordial e creiam, não sou eu o autor desse impropério. Até a próxima.
Paulo Pires
(*) Professor UESB-FAINOR
Ontem nossa amiga nos enviou uma cacetada, dos quais transcrevo parte de dois que considero necessários à uma imperiosa reflexão, especialmente daqueles que não têm o que fazer, como eu e ela. Trata-se de uma consideração feita por ninguém menos que o Sr. Albert Einstein. Isso mesmo, um dos pais da física moderna. Antes de falecer pediram ao grande alemão sua opinião sobre “momentos de crise”. Eis o que disse o homem da relatividade:
"Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar "superado".
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".
Palavras de gênio. Eu que moro aqui no sertão e que não estudei na Politécnica de Zurique, nem tive a capacidade de fundar a Academia Olímpia, como fêz Dr. Einstein, fico aqui pensando o que é crise. Por que entramos em crise? Quantos tipos de crises existem? Atualmente a crise que está em voga é a financeira. Eu sou especialista nesse tipo. Embora já tenha percebido que as pessoas não acreditem nisso. Minhas impressões se confirmam, pois vivo o drama de não ser convidado para fazer uma conferência, uma palestra, um seminário. Logo eu, que tenho alguns pós-doutorados em crises financeiras. Passei, vivi e vivo mergulhado em tantas que se um dia não estiver mais endividado, vou acreditar definitivamente que não sou mais eu.
Continuando com o tema, vale a pena recordar o que disse um respeitável brasileiro: Gilberto Amado. Em certa ocasião perguntaram-lhe se não fosse originário do Brasil, onde gostaria de ter nascido. Ele respondeu que o País não importava, mas gostaria que fosse “Em uma época de decadência. É neste período que se reconhecem os grandes homens”, acrescentou. Diante desse raciocínio, não podemos deixar de reconhecer que nosso ex-embaixador e professor de direito internacional era um homem de desafios. Pois é justamente este o momento pelo qual passamos. A humanidade está diante de um grande desafio. Agora é que a gente vai ver, como diria o grande filósofo Ratinho, quem é que tem café no bule. Ou vai ou racha ou arranca a tampa da caixa. A caixa (ou o caixa) agora é a do Capitalismo. Penso que os velhos capitalistas vão ter que dar adeus a algumas de suas convicções. Para tanto precisam de uma indispensável dose de ética. Isso é só prá começar. A segunda dose, deverá ser ministrada para que os detentores do capital tenham uma visão menos garganta profunda de suas ambições. A acumulação excessiva de capitais promove desigualdades humanas e geopolíticas inconcebíveis. São verdadeiras afrontas às regras da convivência civilizada.
Por último, volto a nossa amiga Suad para transcrever parte do outro e-mail que recebi. Senhoras e senhoritas, o que vocês lerão abaixo não é de minha autoria (creio que nem de Suad também), mas a frase é terrível. Ei-la: “A crise no mercado financeiro é tão ruim, que já tem mulher casando por amor”. Essa, como se dizia antigamente aqui em Conquista, é de matar o guarda. Um abraço cordial e creiam, não sou eu o autor desse impropério. Até a próxima.
Paulo Pires
(*) Professor UESB-FAINOR
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