Por Ezequiel Sena
x
Na última sexta-feira (19.09.2008), O Globo Repórter trouxe à reflexão um tema de grande profundidade e que realmente merece destaque e a nossa ponderação. A grandeza e a importância da amizade na vida das pessoas. Certamente o amor ao próximo seja o grande desafio da humanidade neste século, para suprimir a propagação da discórdia. Tenho consciência de que não sou a pessoa mais indicada para declinar sobre um assunto tão augusto como este, mas confesso que acabei ficando entusiasmado pela sua grandiosidade. O mais interessante é que as pesquisas comprovam que ter amigos faz bem até mesmo para a nossa saúde.
Um exemplo de amizade do homem que doou um rim a seu amigo é tão sublime que não pode ficar no anonimato. - O evangelista Lucas (8,16-17) nos traz à meditação: “tudo que é bom e está escondido deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto”. Em tempos que se evidenciam mais o individualismo, desvanecem as virtudes e prospera a descrença; atrevo-me a reproduzir o resumo dessa história para aqueles leitores que não tiveram a oportunidade de assistir pela televisão:
.
- duas pessoas simples que o acaso o fizeram amigos – Júnior e Nego mal se falavam em um campinho de futebol na área rural de Dourados, Mato Grosso do Sul. Jogavam em times opostos e só se cumprimentavam pelos apelidos. Até então, nada em comum entre eles. Florisvaldo, o Nego, homem do campo, do trabalho pesado na plantação de milho e criação de galinhas. Já Flóris, o Júnior, nascido e criado na cidade, filho de família de comerciantes. Júnior muito calmo, enquanto o Nego é mais retraído, às vezes explosivo. Júnior saía com Rose, tia de Ângela, que namorava Nego. Elas, as namoradas, que fizeram a aproximação dos dois. “Começamos a nos encontrar mais vezes, principalmente nas reuniões de família, nos almoços, churrascos, e confraternizações. A amizade foi se estreitando quando descobrimos algumas coincidências curiosas. Em um jantar, a Ângela chamou Nego de Florisvaldo. Foi aí que descobrimos os nossos nomes", conta Flóris, o comerciante. “Daí pra frente a curiosidade aumentava, aniversariamos no mesmo dia: 29 de novembro. Depois, fomos ver que o ano também era o mesmo: 1964", diz Flóris.
.
Flóris e Rose casaram-se alguns meses antes que Florisvaldo e Ângela. Com a chegada dos filhos, eles se tornaram compadres. "Nós convidamos ele para ser padrinho do Guilherme", diz Rose esposa de Flóris. Unidos pelas afinidades e pelas coincidências, Flóris e Florisvaldo seguiam a rotina pacata da vidinha de cidade do interior: casa, filhos, trabalho, bate-papo na casa dos parentes, pescaria ou futebol no domingo. Mas o destino quis preparar uma surpresa dolorosa, que iria unir ainda mais os dois amigos. Flóris descobriu que estava seriamente adoentado. Um choque para as famílias. O médico foi franco em dizer: “quando ele chegou para se consultar, já estava praticamente entrando no programa de diálise, com anemia extremamente profunda e uma danosa alteração da função renal. Então, teve que entrar direto para o programa de hemodiálise”, completou o nefrologista.
.
"Fazia hemodiálise dia sim, dia não, durante quatro horas. Minha vida estava naquela máquina. Eu não podia ficar sem ela", conta Flóris. "Fui visitá-lo e lá e me deparei com um quadro que me deixou emocionado. A vida dele estava por um fio", lembra Florisvaldo. A única saída era o transplante. Porém, na família de Flóris ninguém podia ser doador. Sem que ninguém soubesse, Florisvaldo foi à casa dos meus parentes e perguntou qual era o meu tipo de sangue. Disseram O+. Ele apenas comentou com meu tio, o meu também. Mais uma coincidência. “Eu não consigo explicar, mas sentia dentro de mim que algo estava prestes a acontecer, essa era a impressão que não saía da minha cabeça. Foi aí que Nego, o Florisvaldo, teve a grandeza de fazer a doação”, conta Flóris com os olhos cheios de lágrimas. “Hoje eu não tenho apenas um amigo, é muito mais um irmão que o Pai me presenteou,” completa emocionado.
.
O encanto de uma história como esta, mesmo com a proliferação da violência, da depreciação dos valores éticos, da perda constatnte dos laços e afinidades da família, ainda, assim, nos faz acreditar que em cada ser humano a presença de Deus é uma realidade.
x
Na última sexta-feira (19.09.2008), O Globo Repórter trouxe à reflexão um tema de grande profundidade e que realmente merece destaque e a nossa ponderação. A grandeza e a importância da amizade na vida das pessoas. Certamente o amor ao próximo seja o grande desafio da humanidade neste século, para suprimir a propagação da discórdia. Tenho consciência de que não sou a pessoa mais indicada para declinar sobre um assunto tão augusto como este, mas confesso que acabei ficando entusiasmado pela sua grandiosidade. O mais interessante é que as pesquisas comprovam que ter amigos faz bem até mesmo para a nossa saúde.
Um exemplo de amizade do homem que doou um rim a seu amigo é tão sublime que não pode ficar no anonimato. - O evangelista Lucas (8,16-17) nos traz à meditação: “tudo que é bom e está escondido deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto”. Em tempos que se evidenciam mais o individualismo, desvanecem as virtudes e prospera a descrença; atrevo-me a reproduzir o resumo dessa história para aqueles leitores que não tiveram a oportunidade de assistir pela televisão:
.
- duas pessoas simples que o acaso o fizeram amigos – Júnior e Nego mal se falavam em um campinho de futebol na área rural de Dourados, Mato Grosso do Sul. Jogavam em times opostos e só se cumprimentavam pelos apelidos. Até então, nada em comum entre eles. Florisvaldo, o Nego, homem do campo, do trabalho pesado na plantação de milho e criação de galinhas. Já Flóris, o Júnior, nascido e criado na cidade, filho de família de comerciantes. Júnior muito calmo, enquanto o Nego é mais retraído, às vezes explosivo. Júnior saía com Rose, tia de Ângela, que namorava Nego. Elas, as namoradas, que fizeram a aproximação dos dois. “Começamos a nos encontrar mais vezes, principalmente nas reuniões de família, nos almoços, churrascos, e confraternizações. A amizade foi se estreitando quando descobrimos algumas coincidências curiosas. Em um jantar, a Ângela chamou Nego de Florisvaldo. Foi aí que descobrimos os nossos nomes", conta Flóris, o comerciante. “Daí pra frente a curiosidade aumentava, aniversariamos no mesmo dia: 29 de novembro. Depois, fomos ver que o ano também era o mesmo: 1964", diz Flóris.
.
Flóris e Rose casaram-se alguns meses antes que Florisvaldo e Ângela. Com a chegada dos filhos, eles se tornaram compadres. "Nós convidamos ele para ser padrinho do Guilherme", diz Rose esposa de Flóris. Unidos pelas afinidades e pelas coincidências, Flóris e Florisvaldo seguiam a rotina pacata da vidinha de cidade do interior: casa, filhos, trabalho, bate-papo na casa dos parentes, pescaria ou futebol no domingo. Mas o destino quis preparar uma surpresa dolorosa, que iria unir ainda mais os dois amigos. Flóris descobriu que estava seriamente adoentado. Um choque para as famílias. O médico foi franco em dizer: “quando ele chegou para se consultar, já estava praticamente entrando no programa de diálise, com anemia extremamente profunda e uma danosa alteração da função renal. Então, teve que entrar direto para o programa de hemodiálise”, completou o nefrologista.
.
"Fazia hemodiálise dia sim, dia não, durante quatro horas. Minha vida estava naquela máquina. Eu não podia ficar sem ela", conta Flóris. "Fui visitá-lo e lá e me deparei com um quadro que me deixou emocionado. A vida dele estava por um fio", lembra Florisvaldo. A única saída era o transplante. Porém, na família de Flóris ninguém podia ser doador. Sem que ninguém soubesse, Florisvaldo foi à casa dos meus parentes e perguntou qual era o meu tipo de sangue. Disseram O+. Ele apenas comentou com meu tio, o meu também. Mais uma coincidência. “Eu não consigo explicar, mas sentia dentro de mim que algo estava prestes a acontecer, essa era a impressão que não saía da minha cabeça. Foi aí que Nego, o Florisvaldo, teve a grandeza de fazer a doação”, conta Flóris com os olhos cheios de lágrimas. “Hoje eu não tenho apenas um amigo, é muito mais um irmão que o Pai me presenteou,” completa emocionado.
.
O encanto de uma história como esta, mesmo com a proliferação da violência, da depreciação dos valores éticos, da perda constatnte dos laços e afinidades da família, ainda, assim, nos faz acreditar que em cada ser humano a presença de Deus é uma realidade.
6 comentários:
Uma maravilha esta história, prova a existencia de Deus na vida do ser humano. Ezequiel, como sempre, trazendo ao leitor coisas maravilhosas.
Celso Nogueira
Excelente, não tive a aportunidade de ver o Globo Reporter, mas este artigo foi o suficiente para tem uma visão do que foi passado. Anderson, parabéns pelas pessoas que você escolheu para escrever em seu blog.
Marcia Almeida, fui sua colega de escola.
Excelente, não tive a aportunidade de ver o Globo Reporter, mas este artigo foi o suficiente para tem uma visão do que foi passado. Anderson, parabéns pelas pessoas que você escolheu para escrever em seu blog.
Marcia Almeida, fui sua colega de escola.
ADVINHEM DE QUEM SERÀ OS VOTOS DE 23000 CONCYRSANDOS, pmvs???.Walfrido Mares
Ezequiel,
Texto factual, enxuto e sincero. Muito usual entre articulistas. Continue!
Renato Senna
Ezequiel, achei esse texto seu o máximo, a mais pura realidade de tudo que vivemos no dia a dia.
Sua amiga de hj e de sempre
Durliane
Postar um comentário