terça-feira, 10 de junho de 2008

Fazendeiro manteve gato por 15 anos


JUSCELINO SOUZA, A TARDE celinosouza@grupoatarde.com.br
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A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) ainda não estipulou multa ao fazendeiro Antônio Sobrinho Prado, que assumiu desviar água para sua fazenda há mais de 15 anos.

Pelos cálculos da Embasa, o volume mensal era de 900 metros cúbicos (900 mil litros).

O “gato”, ligação clandestina de água, consumia mais de 30 mil litros por dia na irrigação de lavouras de banana, feijão, mandioca e hortaliças na Fazenda Muzelo, zona rural de Candiba, município do sudoeste, a 820 km de Salvador.


O volume fraudado por dia é suficiente para abastecer 75 famílias de cinco pessoas cada durante um mês. Segundo o acusado, que fugiu do flagrante, a ligação foi feita por uma empreiteira que estava a serviço da própria Embasa.

A operação que resultou na localização da tubulação foi provocada por meio de denúncia anônima feita no número 0800 555 195. “Este é o maior desvio de água já detectado na Bahia”, assegurou o gerente regional da Embasa em Guanambi, Alain Marquesini.

DIMENSÃO – “Ainda estamos fazendo uma varredura para tentar localizar novas fraudes e, em seguida, fazer a medição desde a adutora até a propriedade.

Também estamos visitando outras áreas para medir as perdas”, continuou.

O escritório regional da Embasa acionou o departamento jurídico da empresa e, por meio de uma petição, vai ingressar com processo na Justiça Comum.

A Embasa fornece 330 mil metros cúbicos/mês para toda a região.

As informações levaram os técnicos do órgão, com apoio da Polícia Militar, à Fazenda Muzelo. O “gato” era feito com tubo de 60 milímetros de diâmetro.

O proprietário desapareceu assim que soube da vistoria e só se manifestou por meio de um secretário da Prefeitura de Candiba, para quem presta serviço de transporte.

A PM vasculhou a área e descobriu sinais de recente irrigação, mas não localizou pessoas na fazenda. O proprietário da fazenda vai responder judicialmente pelo crime praticado.

As penas para crimes contra a administração e serviços públicos variam de 1 a 4 anos em caso de furto simples, ou de 2 a 8 anos em caso de furto qualificado, quando há desvio com mecanismos sofisticados, incluindo o uso da engenharia. Este é o caso da propriedade flagrada.

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