quarta-feira, 14 de maio de 2008

Moradores de Entre Rios reclamam de água suja




Pagar caro por água suja e contaminada. Esta é a realidade da população de Entre Rios, a 134 quilômetros de Salvador. Mas uma decisão da justiça deve mudar isso a partir desta quarta-feira (14).

Agora, os 45 mil habitantes da cidade vão pagar uma taxa mínima até que a Embasa melhore a qualidade da água oferecida. Um estudo mostrou que até bactérias que causam hepatite chegam às torneiras dos moradores.

O problema começa na captação da água no Rio Subaúma. O local deveria ser protegido, mas muita gente lava roupa e até animais são banhados nessas águas.

A solução deveria estar na estação de tratamento, mas a unidade não dá conta de abastecer toda a cidade. Segundo o Ministério Público, a última reforma da estação de tratamento foi em 1990.

De lá para cá, a cidade cresceu, o consumo de água aumentou e a estação não consegue dar vencimento. Ou entrega uma água de péssima qualidade ou é obrigada a fazer um rodízio de bairros para poder tratar melhor a água que distribui à população.

Ao abrir a torneira, o que os moradores recebem é apenas um filete de água. E todos reclamam que é uma água de péssima qualidade, cheia de sedimentos e de cor marrom.

Depois de muitas reclamações da população, a Vigilância Sanitária do município mandou fazer 15 análises da água que chega às torneiras. O resultado comprovou o que todos suspeitavam: a água é imprópria para o consumo humano porque além de sedimentos, tem coliformes totais e até a presença de uma bactéria que provoca doenças como a hepatite A.

Nesta quarta-feira (14), o juiz da cidade, Anderson Souza Bastos, determinou que a Embasa suspenda a leitura dos medidores e passe a cobrar apenas a tarifa mínima de R$ 10 para todos os 35 mil habitantes de Entre Rios até que a população passe a receber água de qualidade.

Segundo a Embasa, a água distribuida à população é de boa qualidade. “A empresa garante a qualidade da água até o hidrômetro, mas às vezes a população não tem cuidado com sua reservação', alega Ubiratan Cardoso, gerente regional da Embasa.

O pior é que a conta chega alta para muita gente. Dona Isabel, 80 anos, que mora sozinha, disse que em janeiro ela só teve água na torneira dois únicos dias. Mas a conta chegou: R$ 76.

A direção da Embasa informou que está estudando a possibilidade de captar água de poços artesianos por causa da poluição do Rio Subaúma, de onde a água está sendo retirada para distribuição. A empresa informou também que ainda não recebeu a notificação da justiça com as novas determinações.

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