Quem fala a verdade não merece castigo
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Paulo Pires
Paulo Pires
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Quem lê nossos escritos (colunas e crônicas) sabe muito bem que tenho pouco apreço pela palavra Verdade. Minha implicância com ela decorre de haver percebido há tempos que a Verdade, na maioria dos casos, não é tão verdadeira quanto e como deveria ser. Já vi muita coisa verdadeira virar mentira e, pior ainda, muita mentira virar verdade.
O furor provocado pela entrevista do presidente Lula à Folha de São Paulo de ontem (22/10/09) é uma dessas coisas que as pessoas não gostam de admitir, mas que, no entanto, são verdadeiras, ou digamos aproximadamente verdadeiras. A fala do presidente teve a virtude de não querer ser apenas verdadeiras, mas absolutamente realista. Mais grave do que não admitir a veracidade do seu conteúdo é imaginar e verificar a hipocrisia de quem a contesta.
Tem gente que pensa que “nóis é besta”. O que o Sapo Barbudo disse foi o seguinte: “Se Jesus Cristo quisesse governar o Brasil, teria que fazer aliança até com Judas”. Os hipócritas de plantão foram tomados por um sobressalto que a rigor não condiz em nada com a realidade. Muita gente fazendo cara de “pureza”, “santidade”, “angelicalismo” e outros farisaísmos mais. Eu que não tenho nada a ver com isso, mas sei como funciona a máquina política do País, fiquei de cá observando “as santidades” que criticaram o nosso Presidente.
No Senado e na Câmara, os opositores do Sapo Barbudo deitaram e rolaram. Falaram cobras e lagartos. Disseram que pronunciamentos como aquele explicavam a razão de tanto descalabro no Brasil. Fiquei observando a cara de pau dos nossos congressistas e lembrando da história de cada um. Cá prá nós, a maioria ali não vale um centavo. Mas insistiam em fazer caras e beicinhos contra a entrevista. O presidente, por sua vez, sabe que não mentiu e que, mais do que ninguém, tem conhecimento de sobra [e como tem!] de como funciona a nossa “pirataria política”.
Em nome da governabilidade os políticos fazem aliança até com o capeta. Se você considera o presidente Lula um grande sacana, fique assim não. As coisas sempre funcionaram desse modo. Outrora, os velhos coronéis faziam aquelas caras de irredutíveis, de homens duros, firmes, mas no fundo sempre se entendiam [entre eles] para lascar e deixar os pobres cada dia mais ferrados. Isso mesmo! É só olhar para o nosso presente. Se Gaguinho tivesse aqui diria: “Eu fico triste com isso”.
A história que se vive hoje não está deslocada ou descolada de outrora. Somos hoje o reflexo da podridão política do passado. Arrisco dizer que hoje estamos até melhor em termos de participação popular no plano das decisões política locais, regionais e nacionais do que anteriormente. O nosso problema é de modelo. Enquanto continuarmos com esse modelo político, prosseguiremos com a pilantragem política imperando. Portanto, nada do que ocorre me provoca pruridos, calafrios ou espantos. Nós somos responsáveis por essa bandalheira. Todos nós. Os políticos e os cidadãos do País de hoje e de tempos remotos.
Voltando ao que disse o presidente Lula: Este país sem alianças, é ingovernável [isso, aliás, fora dito com muito charme pelo príncipe dos sociólogos doutor Fernando Henrique Cardoso pelos idos dos anos 2000]. Por isso, continua valendo a velha lição de Maquiavel: “Os fins justificam os meios”. Mas parte de nossa imprensa, cheia de virtudes e bom caratismo, se declarou espantadíssima com a entrevista do Sapo.
Eu que já assisti a muitos filmes, declaro meu constrangimento com a hipocrisia dessa imprensa. Não consigo aceitar que eles não tenham conhecimento da vagabundagem de nossa política desde os velhos tempos. Qual a razão de tanto fingimento? Será que esse pessoal pensa que nóis é besta?
Como dizia o grande Otto Lara Resende: “Ò Senhor tende piedade e nós”. Até quando teremos que conviver com os descalabros políticos e a hipocrisia de certos jornalistas? Até quando?
“Cês tão pensando que nóis num sabe como funciona essa joça?”. Ou será que a pasmaceira em que estamos atolados não ajuda a explicar o nosso passado vergonhoso? Devemos levantar as mãos aos Céus e pedir a Deus que pelos menos nossos futuros governantes não façam nenhum pacto com o diabo (como ocorreu com o famoso personagem de Goethe). Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor. Quanto a Lula e Judas, a trairagem política está e vai continuar comendo no Birro Oitenta. Quem viver verá. Infelizmente foi esse o modelo político partidário que escolhemos. Portanto, nada de sobressaltos ou hipocrisias! Não estou advogando submissão a ele [o Modelo], mas uma tomada de consciência para que possamos mudá-lo. Se não, de que adianta chorar o leite derramado? Será que ainda há tempo de tomar vergonha na cara? Se houver, devemos tomar. Todo mundo, todos nós.
Quem lê nossos escritos (colunas e crônicas) sabe muito bem que tenho pouco apreço pela palavra Verdade. Minha implicância com ela decorre de haver percebido há tempos que a Verdade, na maioria dos casos, não é tão verdadeira quanto e como deveria ser. Já vi muita coisa verdadeira virar mentira e, pior ainda, muita mentira virar verdade.
O furor provocado pela entrevista do presidente Lula à Folha de São Paulo de ontem (22/10/09) é uma dessas coisas que as pessoas não gostam de admitir, mas que, no entanto, são verdadeiras, ou digamos aproximadamente verdadeiras. A fala do presidente teve a virtude de não querer ser apenas verdadeiras, mas absolutamente realista. Mais grave do que não admitir a veracidade do seu conteúdo é imaginar e verificar a hipocrisia de quem a contesta.
Tem gente que pensa que “nóis é besta”. O que o Sapo Barbudo disse foi o seguinte: “Se Jesus Cristo quisesse governar o Brasil, teria que fazer aliança até com Judas”. Os hipócritas de plantão foram tomados por um sobressalto que a rigor não condiz em nada com a realidade. Muita gente fazendo cara de “pureza”, “santidade”, “angelicalismo” e outros farisaísmos mais. Eu que não tenho nada a ver com isso, mas sei como funciona a máquina política do País, fiquei de cá observando “as santidades” que criticaram o nosso Presidente.
No Senado e na Câmara, os opositores do Sapo Barbudo deitaram e rolaram. Falaram cobras e lagartos. Disseram que pronunciamentos como aquele explicavam a razão de tanto descalabro no Brasil. Fiquei observando a cara de pau dos nossos congressistas e lembrando da história de cada um. Cá prá nós, a maioria ali não vale um centavo. Mas insistiam em fazer caras e beicinhos contra a entrevista. O presidente, por sua vez, sabe que não mentiu e que, mais do que ninguém, tem conhecimento de sobra [e como tem!] de como funciona a nossa “pirataria política”.
Em nome da governabilidade os políticos fazem aliança até com o capeta. Se você considera o presidente Lula um grande sacana, fique assim não. As coisas sempre funcionaram desse modo. Outrora, os velhos coronéis faziam aquelas caras de irredutíveis, de homens duros, firmes, mas no fundo sempre se entendiam [entre eles] para lascar e deixar os pobres cada dia mais ferrados. Isso mesmo! É só olhar para o nosso presente. Se Gaguinho tivesse aqui diria: “Eu fico triste com isso”.
A história que se vive hoje não está deslocada ou descolada de outrora. Somos hoje o reflexo da podridão política do passado. Arrisco dizer que hoje estamos até melhor em termos de participação popular no plano das decisões política locais, regionais e nacionais do que anteriormente. O nosso problema é de modelo. Enquanto continuarmos com esse modelo político, prosseguiremos com a pilantragem política imperando. Portanto, nada do que ocorre me provoca pruridos, calafrios ou espantos. Nós somos responsáveis por essa bandalheira. Todos nós. Os políticos e os cidadãos do País de hoje e de tempos remotos.
Voltando ao que disse o presidente Lula: Este país sem alianças, é ingovernável [isso, aliás, fora dito com muito charme pelo príncipe dos sociólogos doutor Fernando Henrique Cardoso pelos idos dos anos 2000]. Por isso, continua valendo a velha lição de Maquiavel: “Os fins justificam os meios”. Mas parte de nossa imprensa, cheia de virtudes e bom caratismo, se declarou espantadíssima com a entrevista do Sapo.
Eu que já assisti a muitos filmes, declaro meu constrangimento com a hipocrisia dessa imprensa. Não consigo aceitar que eles não tenham conhecimento da vagabundagem de nossa política desde os velhos tempos. Qual a razão de tanto fingimento? Será que esse pessoal pensa que nóis é besta?
Como dizia o grande Otto Lara Resende: “Ò Senhor tende piedade e nós”. Até quando teremos que conviver com os descalabros políticos e a hipocrisia de certos jornalistas? Até quando?
“Cês tão pensando que nóis num sabe como funciona essa joça?”. Ou será que a pasmaceira em que estamos atolados não ajuda a explicar o nosso passado vergonhoso? Devemos levantar as mãos aos Céus e pedir a Deus que pelos menos nossos futuros governantes não façam nenhum pacto com o diabo (como ocorreu com o famoso personagem de Goethe). Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor. Quanto a Lula e Judas, a trairagem política está e vai continuar comendo no Birro Oitenta. Quem viver verá. Infelizmente foi esse o modelo político partidário que escolhemos. Portanto, nada de sobressaltos ou hipocrisias! Não estou advogando submissão a ele [o Modelo], mas uma tomada de consciência para que possamos mudá-lo. Se não, de que adianta chorar o leite derramado? Será que ainda há tempo de tomar vergonha na cara? Se houver, devemos tomar. Todo mundo, todos nós.
Um comentário:
A mídia tem das suas. Agora joga pesado com qualquer pronunciamento do Sapo Barbudo, parece até zagueiro de time de várzea fica o tempo todo colado, não dá chance do cara pegar na bola. Pegou o cacete come. O título da crônica por si só ja diz tudo. Nem precisa esta magnifica explicação.
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