quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Direto da Praça


André Cairo, os japoneses e o além

Depois de haver provocado um enorme furor na opinião dos conquistenses, o ambientalista André Cairo deve estar agora mais sossegado. É que no programa de Jô Soares, André afirmou com todas as letras que não é daqui e tem certeza pertencer a uma galáxia (ou planeta) fora do eixo terrestre. Isso foi o suficiente para que muita gente boa achasse que nosso André está fora de órbita


Neste domingo, batendo um papo com um dos seus irmãos, Antônio Roberto (que estava acompanhado de Raquel) e outro casal de amigos (Gilvan e Conça), disse-lhes que o “problema” da entrevista é que a maioria das pessoas não está habituada àquele tipo de abordagem. Mas foi justamente por não haver enveredado por “lugares comuns” que André foi contemplado com aquele espaço todo. Jô quando percebeu que estava diante de uma pessoa com outra visão de mundo, prolongou o programa e o resultado foi que o Povo Brasileiro pôde assistir a um papo, que a rigor tem pouco a ver com o papo furado do quotidiano das pessoas ditas normais.

Confesso não haver assistido a entrevista (quando passa das 10 da noite, caio naquele estado biológico chamado de Boa noite, Cinderelo!). Mas como tenho a alegria de conhecer o entrevistado há muito, posso dizer que sei mais ou menos o que André falou.

Para quem estranhou a entrevista deve ter ficado a partir desta terça feira (15/09/09) mais sossegado. É que há poucos dias se elegeu como primeiro ministro do Japão Yukio Hatoyama, um japonesinho esquisito e cheio de onda (ele mesmo se autodenominou de alienígena na campanha). O interessante é que a esposa dele (que parece ser mais diferente ainda) afirmar em alto e bom som que também não é daqui da Terra. Pronto. Quem estranhava a posição de André, agora tem outra referência para tentar entender o que se passa. Isso mesmo. Na realidade há um montão de pessoas aqui em nosso Planeta que não está nada satisfeita com nossa forma de vida e o que tem sido feito com o nosso meio ambiente. E eu, pobre mortal, dou razão a elas.

Voltando ao André, diria que suas investidas pela Via Láctea deriva também de sua alta espiritualidade. Esta, por sua vez, se soma a enorme insatisfação com o que assiste em nosso Planeta. Mas quem hoje estiver satisfeito com o nosso modus vivendi, realmente padece de alienação completa. O que os seres humanos tem feito com a Terra não é brincadeira. E o nosso ambientalista que além de ser uma pessoa preocupada com o que fazemos de errado, tem outras habilidades e competências, fica pasmo com a irresponsabilidade e falta de consciência dos humanos.

André é um discípulo de Emanuel Swedenborg, o grande sueco, que por sinal era muito admirado por um dos maiores homens do nosso continente: Jorge Luis Borges. Em uma conferência feita na Universidade de Belgrano, Borges fêz uma bela exposição sobre o sueco e disse quanto o admirava. Criticava os criados do grande espírita, pelo fato de eles não entenderem os diálogos do patrão. Swedenborg, após as refeições, principalmente as noturnas, iniciava um diálogo intenso com entidades de outros mundos e os criados da casa achavam que o patrão estava biruta. Swedenborg afirmou em uma de suas obras: “Os que estão no céu podem conversar e relacionar-se não somente com os anjos e os espíritos que provêm das terras deste sistema solar, mas também com os que provêm das terras fora deste sistema no universo, e não somente com os espíritos e os anjos dessas terras, mas também com os próprios habitantes. Todavia, não é senão com aqueles a quem as coisas interiores foram abertas, a fim de que possam ouvir os que do céu falam com eles”.

O pessoal que não lhe alcançava ficava pensando que o sujeito estava tan tan. Digo o seguinte: Quando sairmos do campo da ignorância talvez seja possível compreender isso tudo. Um dos nossos males é que nos habituamos a só perceber e avaliar coisas que estão diante dos nossos olhos. Quando nos defrontamos com coisas transcendentes, ficamos sem saber o que fazer e nos sentimos incapazes de entender “o que é aquilo”. Já dizia um laureado escritor francês: “O essencial é invisível para os olhos”. André sabe das coisas e por isso merece que o tratemos com carinho e respeito. É isso aí.

2 comentários:

Anônimo disse...

Texto interessante e de certa forma esclarecedor.Naquela entrevista - Fosse o André um mexicano, ou como citaram um paraguaio seria elogiado pelos mesmos critícos(?).

Francisco Silva Filho disse...

Eu só me dei ao trabalho de ficar acordado até a hora da entrevista, mesmo sabendo que às 05h55m eu teria que estar de pé para arrumar a criançada para levar ao colégio, por se tratar da pessoa do meu nobre e admirado amigo André Cairo. Se fosse outra situação, o entrevistado ser um "mexicano", "paraguaio" ou "raio que o parta", abordando aquele tema, eu teria desligado a TV imediatamente. Todavia, em se tratando do André eu fiquei ligado para ver até onde ele ia se submeter aos caprichos do Jô Soares; o JÔ venceu, e nossa cidade e admiradores do André assim como eu levou um "CHAPÉU". Tratar dos nossos problemas e nossos anseios ficou para planos "interplanetários". Afinal amigo André, você só esteve (acredito) no programa do JÔ SOARES por ter se destacado pelo seu admirável trabalho frente ao MCMP - Movimento Contra a Morte Prematura; e ter saído do foco que você sabia que nós, os conquistenses esperávamos foi, sem sombra de dúvidas uma decepção enorme. É preciso ser corajoso para falar o que falei, quero que você saiba amigo André, que aqui em Curitiba eu continuo acompanhando o seu trabalho e sempre que acho oportuno, tenho tecido comentários louváveis ao dito trabalho, jamais me curvarei e farei comentários bajuladores e ante sua ausência ficar fazendo chacota da sua pessoa e do seu trabalho. Ao contrário, amigo André, eu me valí do seu trabalho e da sua atenção para sairmos fotografando "absurdos" para postar naquele meu artigo/matéria que atacava o uso irregular das calçadas e vias públicas da nossa cidade; eu e os amigos que amam a nossa Vitória da Conquista, penhoradamente agradecemos e, esperamos continuar sendo brindados com esse seu despreendimento e atenção para conosco. Ao Paulo Pires me desculpe pelo comentário dentro da sua crônica, pois, a minha visão, - se não me provarem que ela está vesga - é de que aquele casal de japoneses está se submetendo ao seu "minuto" de fama, depois desaparecem frente aos escândalos tão comuns naquele governo dos "araquiris".

Francisco - Curitiba-PR