Confusão na Praça
Se o governador Aécio Neves (PSDB-MG) der a testa na eleição do ano que vem, o governador Serra (PSDB-SP) estará em maus lençóis. É que sem Minas no apoio, a possível eleição de Serra vai pro brejo. Repito, o governador Aécio tem dito aos quatro cantos do país que não vai aceitar o nome de Serra para presidente com a parcimônia que o governador de São Paulo espera dele. Diante da situação, alguma coisa me diz que vai acontecer nessa História o mesmo que aconteceu na Revolução Constitucionalista de 32 (1932). As tropas do General Isidoro Lopes Ferraz de São Paulo esperavam a ajuda de Minas e quando os mineiros chegaram, foi justamente o contrário. Ao invés de ajudar os paulistas que estavam encurralados pelos gaúchos e fluminenses (Rio de Janeiro), os mineiros chegaram picando bala nos paulistas. O tiro saiu pela culatra.
Digite aqui o resto do postMineiro é bicho desconfiado. E não é prá menos. No fatídico ano de 1933, morreu o governador Olegário Maciel de Minas Gerais e Getúlio Vargas, nosso presidente, era o homem que os indicava para esses postos após o golpe que dera em Washington Luiz. No Estado, os dois nomes fortes para substituir Maciel eram os de Virgílio de Melo Franco e Gustavo Capanema (este primo e homem de confiança do recém falecido). Getúlio gostava dos dois e era Virgílio prá cá, Capanema prá lá e ficou nessa lengalenga até que num ato inusitado o presidente bateu o martelo: O novo governador era Benedito Valadares. A escolha foi tão inesperada que fez surgir no Brasil uma nova expressão: “Mas será o Benedito?”. Isso mesmo. Benedito não chegava nem perto do prestígio de Virgílio de Melo Franco (da aristocracia mineira) e muito menos de Gustavo Capanema, um intelectual, homem de grande prestigio junto a inteligentzia do estado. Mas deu Benedito. Quem diria, hein, seu Getúlio?
Os mineiros que sempre foram desconfiados (gente que mexe com ouro é assim) ficaram mais ainda depois do ato de Getúlio e de lá prá cá fazem de tudo prá confirmar essa fama. Mas quem ficou mais desconfiado com eles foram os paulistas. E agora, na atual conjuntura, o governador Serra já deve estar botando as barbas de molho. Digo isso porque ouvi um dos mais expressivos deputados de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá (PTB) dizendo em alto e bom som que não apóia Serra. Vixe Maria! Pensei que a coisa tivesse mais light para o competente governador paulista. Mas que nada! O homem tem resistências dentro do próprio PSDB do seu estado. A trairagem vai comer no birro oitenta, dizem.
O Lula que não é besta está assediando o Aécio (me disseram que já ouviram o Sapo Barbudo chamando o governador de Minas de Aécinho). Este, por sua vez, fica cheio de charme ouvindo as cantadas do presidente. É vice-presidência prá cá, vice-presidência prá lá. O Aécio está como uma mulher jovem, bonita e rica: Cheia de pretendentes. Mas ele sabe, como mineiro tradicionalíssimo, que deve desconfiar de Lula lhe oferecendo a vice na chapa de dona Dilma. Ele e o restante do Brasil sabem que nos planos do Sapo Barbudo está a intenção de voltar com tudo em 2014. Neste caso, ele, Aécio, ficaria mais uma vez relegado a um segundo plano. Com Sergio Cabral (governador do RJ) Lula já se acertou. É Serginho prá cá, Serginho prá lá e na verdade hoje dois terços dos cariocas e fluminenses votam no Sapo ou em quem ele mandar. Também pudera, o homem jogou toneladas e mais toneladas de dinheiro na cidade e no interior daquele estado. Você queria o quê?
O fato é que a política do ano que vem vai ser sensacional. Como não sei em quem votar, vou esperar até o último momento para me decidir. Vou ficar igual aquele eleitor vacilão que fica com cara de sem vergonha, esperando uma onda de promessas lhe alcançar. Eleitor é bicho descarado, dizia outrora o autêntico, o verdadeiro e independente vereador Nei Ferreira.
Mas, confesso, estou com a sensação de que 2010 vai ser uma espécie de Revolução Constitucionalista de 1932. Estou vendo os atores da guerra, como acompanhei os daquela época: Generais Isidoro Lopes Ferraz, Bertoldo Klinger, Euclides de Figueiredo (pai do ex-presidente João), Herculano de Carvalho (que assinou o armistício), João Neves da Fontoura, Lindolfo Collor, Oswaldo Aranha, Getúlio Vargas, Borges de Medeiros. O cenário me parece idêntico: A Serra da Bocaina, Estrada de Ferro Santos Jundiaí e o Túnel da Mantiqueira. Será que haverá luz no fim do túnel? Pelo visto, sim. Vai ser um grande divisor de águas. O brasileiro vai dizer se é ou não um eleitor descarado. Chegou a hora de verificar a tese Nei Ferreira.
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Se o governador Aécio Neves (PSDB-MG) der a testa na eleição do ano que vem, o governador Serra (PSDB-SP) estará em maus lençóis. É que sem Minas no apoio, a possível eleição de Serra vai pro brejo. Repito, o governador Aécio tem dito aos quatro cantos do país que não vai aceitar o nome de Serra para presidente com a parcimônia que o governador de São Paulo espera dele. Diante da situação, alguma coisa me diz que vai acontecer nessa História o mesmo que aconteceu na Revolução Constitucionalista de 32 (1932). As tropas do General Isidoro Lopes Ferraz de São Paulo esperavam a ajuda de Minas e quando os mineiros chegaram, foi justamente o contrário. Ao invés de ajudar os paulistas que estavam encurralados pelos gaúchos e fluminenses (Rio de Janeiro), os mineiros chegaram picando bala nos paulistas. O tiro saiu pela culatra.
Digite aqui o resto do postMineiro é bicho desconfiado. E não é prá menos. No fatídico ano de 1933, morreu o governador Olegário Maciel de Minas Gerais e Getúlio Vargas, nosso presidente, era o homem que os indicava para esses postos após o golpe que dera em Washington Luiz. No Estado, os dois nomes fortes para substituir Maciel eram os de Virgílio de Melo Franco e Gustavo Capanema (este primo e homem de confiança do recém falecido). Getúlio gostava dos dois e era Virgílio prá cá, Capanema prá lá e ficou nessa lengalenga até que num ato inusitado o presidente bateu o martelo: O novo governador era Benedito Valadares. A escolha foi tão inesperada que fez surgir no Brasil uma nova expressão: “Mas será o Benedito?”. Isso mesmo. Benedito não chegava nem perto do prestígio de Virgílio de Melo Franco (da aristocracia mineira) e muito menos de Gustavo Capanema, um intelectual, homem de grande prestigio junto a inteligentzia do estado. Mas deu Benedito. Quem diria, hein, seu Getúlio?
Os mineiros que sempre foram desconfiados (gente que mexe com ouro é assim) ficaram mais ainda depois do ato de Getúlio e de lá prá cá fazem de tudo prá confirmar essa fama. Mas quem ficou mais desconfiado com eles foram os paulistas. E agora, na atual conjuntura, o governador Serra já deve estar botando as barbas de molho. Digo isso porque ouvi um dos mais expressivos deputados de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá (PTB) dizendo em alto e bom som que não apóia Serra. Vixe Maria! Pensei que a coisa tivesse mais light para o competente governador paulista. Mas que nada! O homem tem resistências dentro do próprio PSDB do seu estado. A trairagem vai comer no birro oitenta, dizem.
O Lula que não é besta está assediando o Aécio (me disseram que já ouviram o Sapo Barbudo chamando o governador de Minas de Aécinho). Este, por sua vez, fica cheio de charme ouvindo as cantadas do presidente. É vice-presidência prá cá, vice-presidência prá lá. O Aécio está como uma mulher jovem, bonita e rica: Cheia de pretendentes. Mas ele sabe, como mineiro tradicionalíssimo, que deve desconfiar de Lula lhe oferecendo a vice na chapa de dona Dilma. Ele e o restante do Brasil sabem que nos planos do Sapo Barbudo está a intenção de voltar com tudo em 2014. Neste caso, ele, Aécio, ficaria mais uma vez relegado a um segundo plano. Com Sergio Cabral (governador do RJ) Lula já se acertou. É Serginho prá cá, Serginho prá lá e na verdade hoje dois terços dos cariocas e fluminenses votam no Sapo ou em quem ele mandar. Também pudera, o homem jogou toneladas e mais toneladas de dinheiro na cidade e no interior daquele estado. Você queria o quê?
O fato é que a política do ano que vem vai ser sensacional. Como não sei em quem votar, vou esperar até o último momento para me decidir. Vou ficar igual aquele eleitor vacilão que fica com cara de sem vergonha, esperando uma onda de promessas lhe alcançar. Eleitor é bicho descarado, dizia outrora o autêntico, o verdadeiro e independente vereador Nei Ferreira.
Mas, confesso, estou com a sensação de que 2010 vai ser uma espécie de Revolução Constitucionalista de 1932. Estou vendo os atores da guerra, como acompanhei os daquela época: Generais Isidoro Lopes Ferraz, Bertoldo Klinger, Euclides de Figueiredo (pai do ex-presidente João), Herculano de Carvalho (que assinou o armistício), João Neves da Fontoura, Lindolfo Collor, Oswaldo Aranha, Getúlio Vargas, Borges de Medeiros. O cenário me parece idêntico: A Serra da Bocaina, Estrada de Ferro Santos Jundiaí e o Túnel da Mantiqueira. Será que haverá luz no fim do túnel? Pelo visto, sim. Vai ser um grande divisor de águas. O brasileiro vai dizer se é ou não um eleitor descarado. Chegou a hora de verificar a tese Nei Ferreira.
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