sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Direto da Praça

Pecados Capitais

Em artigo brilhante publicado do blog do Paulo Nunes o articulista Saul Leblon fala sobre o governo Lula, nossa oposição e o segmento udenista da imprensa brasileira. Estou de pleno acordo com tudo o que ele disse. Sem querer desmerecer as forças que se opõem ao senhor Lula da Silva, percebo que a situação da nossa oposição não é das mais confortáveis. Lembro mais uma vez o leitor não entender nada de política. Vejo-a como uma seara que exige de todos os curiosos (como eu) profundas incursões pelo campo do pensamento complexo. Por não entendê-la cientificamente recuso a complexidade que o assunto requer e vou, como diria José Nêumane Pinto, Direto ao Assunto. Não tenho ambições de ser analista nem filósofo político, portanto, admito, minhas análises são frutos apenas de profundas (?) reflexões que laboro com os cotovelos sobre mesas fedorentas nos botequins da vida. Sendo assim peço ao leitor complacência comigo e não ria das minhas bestagens, como diria o memorável Darci Ribeiro!


O caput (ou janela) do artigo do senhor Leblon introduz o leitor ao seguinte resumo: “A moralidade de quase todos os grandes órgãos da imprensa brasileira está empenhada em corroer a candidatura Dilma Roussef, custe o que custar. A observação de Gramsci sobre a “imprensa que adquire funções de partido político” se aplica como uma luva ao jornalismo praticado hoje no país. Carlos Lacerda, caracterizado como “o Corvo” nas charges publicadas pelo jornal getulista Última Hora, manejava com maestria o ferramental de fraudes & ofensas, que hoje encontra aprendizes excitados nas redações”.

Isso mesmo. Alguns órgãos de nossa grande imprensa estão à beira de uma declaração inusitada de que estão tomando partido por determinado candidato em detrimento de outro. Para uma imprensa que deseja liberdade de expressão isso não é bom. À medida que ela se associa a determinado candidato, perde aquilo que é essencial em qualquer órgão de comunicação: A neutralidade. Imprensa que não é neutra, não merece credibilidade. Tudo bem, tudo bem. Alguns países, como os Estados Unidos, alguns grandes jornais dão indicativos ostensivos que estão alinhados ideologicamente a determinado partido. Casos do Washington Post que se declara Democrata enquanto o vetusto e respeitado New York Times se confessa inclinado às idéias republicanas. Em tese isso é importante porque o leitor não se sente ludibriado com conversa mole. Quem falou o quê de quem? Ah, bom, agora entendi, pensa o leitor e tudo bem.

Mas a nossa grande imprensa está vivendo agora o “seu momento udenista”. È, meu caro e minha cara, nossa grande imprensa, agora deu prá pender para um lado esquisito: O udenismo. O que fazer? Para situá-lo melhor sobre essa agremiação [a UDN] reproduzo sem explicitar o seu pensamento político o que diz o Dicionário Eletrônico do Aurélio sobre o Udenismo: “O ideário da UDN (União Democrática Nacional), agremiação política fundada em 1945, após a redemocratização do Brasil, e extinta em 1965; o programa, o espírito desse partido”.

Vejam que no final do verbete está escrito: O programa, o espírito desse partido. Qual era o programa da UDN? Bem, segundo um artigo colhido no google (o autor não aparece) diria que o espírito da UDN estava em consonância com: “os antigos liberais constitucionais como Armando Sales, Júlio de Mesquita Filho, proprietários de uma cadeia de jornais como Assis Chateaubriand, o dono do Correio da Manhã, Paulo Bitencourt, e a burguesia comercial urbana, ligada aos interesses exportadores e importadores, prejudicados em seus lucros pelo intervencionismo econômico do Estado Novo”. Isso aí já diz quase tudo. Essa burguesia quando vê alguns dos seus privilégios sendo questionados, entra logo em ação e manda detonar quem está no poder político por intermédio dessa grande imprensa. Aí, meus caros, é aquele discurso mixuruca de que tudo está errado. Tudo está mal, vai mal. Bom seria com fulano (aqueles que nos enterravam diante de qualquer crise, diante de qualquer ventania). Deus há de ter piedade do Brasil e dos brasileiros. Amém? Leiam o artigo do Saul, lá é onde está a verdadeira análise da questão. Até o próximo encontro. Em tempo: Não sou admirador da senhora Dilma Roussef.


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