quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Policiais militares recuam e não deflagram movimento


Policiais militares decidiram em assembleia pressionar o governo por aumento de salário e por melhores condições de trabalho e segurança.

Em resposta aos manifestantes, o governador Jaques Wagner disse que já concedeu reajuste salarial e mandou um recado aos policiais militares que decidirem permanecer dentro dos quartéis.

Depois da assembleia, os policiais saíram em passeata pelas ruas da Cidade Baixa. No Largo dos Mares, o trânsito ficou congestionado. O protesto seguiu pelas ruas da Calçada até a sede da Rondesp - Comando de Rondas Especiais da Polícia Militar.

Pela manhã, os policias estavam firmes. 'O movimento vai ter início às 19h. É o movimento Polícia Legal', disse Marcos Prisco Machado, da Associação de Praças da Bahia.

Segundo os manifestantes, a categoria apresentou ao governo uma pauta com cinco reivindicações, entre elas melhores condições de trabalho, o que inclui armamento mais moderno, coletes a prova de bala para todos os policiais e mais viaturas; reintegração dos cinco policiais demitidos na greve em 2001 e piso salarial de R$ 4 mil. Um soldado da PM ganha, em média, hoje R$ 1.700.

'Um soldado de Sergipe hoje ganha mais de R$ 3 mil. Nós temos o 16º pior salário do Brasil', afirmou Marcos Prisco.

O governador Jaques Wagner criticou a comparação com o estado de Sergipe. 'Não comparem com Sergipe porque o governador de Sergipe ganha o dobro do governador da Bahia. Lá se projetou um ganho até 2010, 2011', respondeu Jaques Wagner.

Jaques Wagner disse ainda que este ano já houve negociação e os policiais aceitaram o aumento de 4,5%. O governador disse que autorizou o comando da PM a negociar com os policiais, e mandou um recado.

'Eu não conheço greve no Exército, na Marinha e na Aeronáutica e não conhecerei na Polícia Militar. A Polícia Militar tem seus canais de negociação, o comandante da Polícia Militar tem absoluta tranquilidade e absoluta cobertura do governo para qualquer tipo de negociação, mas aqueles que não quiserem cumprir a ordem superior não vão estar autorizados a usar a farda da Polícia Militar. Eu estou convidando os soldados da Polícia Militar a não entrarem em aventura e respeitarem o processo de negociação. É um desatino sequer ter começado um processo de negociação e alguém achar que pode fazer pressão', completou o governador.

Policiamento garantido - No início da noite, os policiais militares resolveram recuar e não realizar o movimento a partir desta quinta-feira.

São 33 associações de policiais militares em todo o estado da Bahia e a maioria delas decidiu que não está pronta para dar início ao movimento de greve.

A decisão foi de que se não houver avanço nas negociações com o Governo do Estado, a partir da próxima segunda-feira (10) vai ser realizada uma espécie de operação-padrão, com a diminuição do número de policiais nas ruas.

Portanto, nesta quinta, sexta e no fim de semana, o policiamento está garantido. A informação é do deputado estadual Tadeu Fernandes, que é ex-capitão da Polícia Militar e também está coordenando as negociações com as associações militares.

A mesma garantia foi dada pelo comandante da Polícia Militar, coronel Nilton Mascarenhas, em entrevista na Governadoria. Ele disse também que as negociações com as associações já estão avançadas.

'Já estamos praticamente na quinta ou sexta rodada de conversa. Já estamos praticamente fechando todos esses acertos, todos esses parâmetros que foram apresentados. Nós estamos conversando com as associações. Com algumas pessoas que estão incitando a tropa, não. [Haverá policiais nas ruas, viaturas?] Com certeza. Nós vamos de maneira positiva, vamos fiscalizar, inclusive fazer um sobrevoo para ver como está a situação', garantiu o coronel Nilton Mascarenhas. (BA TV)

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