terça-feira, 11 de agosto de 2009

A importância da boa gestão financeira doméstica


Por Wal Cordeiro
Consultor

Quem tem a informação, conhece a situação. Quem tem a boa informação, domina a situação.

Administrar as finanças nos dias de hoje tem sido muito complicado. É como se fosse um jogo de xadrez. Pois nos deparamos com uma vida corrida e cheia de surpresas desagradáveis, precisando constantemente tomar decisões, e a depender da escolha podemos levar um cheque mate. Precisamos da boa informação, para podermos vencer na vida.

Por isso, a Gestão Financeira Doméstica torna-se uma ferramenta indispensável em nossos lares e nos ajuda a evitar o stress e vencer o gigante que atormenta a todos no mundo, chamado: FGB. Você o conhece. Não é um novo banco de crédito ou um indicador financeiro do Governo. Eu o chamo de: Falta de Grana no Bolso!
Não existe coisa mais desgastante e deprimente do que ter que lidar com problemas financeiros. Quando é preciso enfrentar a situação de perto e às vezes ter que tomar alguma decisão inesperada e drástica.

Quando as dívidas estão sempre aumentando, igual a uma bola de neve e parece que nunca vão acabar. Os credores batendo na porta. Os boletos bancários chegando aos montões pelo correio. O mês que passa muito rápido e tudo se acumula num piscar de olhos, como um riacho que se deságua no mar. O telefone que não pára de tocar, com aquela voz feminina programada que repete a pergunta mais conhecida do endividado:
“É a casa do senhor fulano de tal...Ele está? Pois as contas, em Nome dele, estão atrasadas e ele é o nosso convidado especial para comparecer ao departamento financeiro da empresa o mais breve possível”.

A grande verdade é que uma boa parte da população brasileira já enfrentou esse tipo de situação pelo menos uma vez na vida. Alguns por hospedar o cunhado há muitos anos em sua casa, ou, ter emprestado cheque ou o cartão de crédito ao amigo e o mesmo deu o calote, e a maioria por não ter se programado para comprar aquele carro zero em oitenta prestações, ou algum bem que estava fora do orçamento e acabou se enrolando com as finanças.

Muitos, há anos não conseguem vencer o fantasma da dívida. Muitos não conseguem ter uma noite de sono tranqüilo há muito tempo. A maioria dorme a base de tranqüilizantes. O mais alarmante é que uma grande porcentagem de casais que se separam, nos dias de hoje, é por causa de dívidas. Dívidas contraídas antes ou durante o casamento, que foram aumentando até que provocaram um stress emocional em um dos cônjuges, os levando ao divórcio e a inadimplência total.

Relacionamentos são quebrados por causa de dinheiro, aliás, por causa da falta ou do mau uso dele. Dinheiro não é a raiz de todos os males, o amor ao dinheiro sim é a raiz de todos os males. Por isso a inversão dos valores leva os casais a se separarem. Quando o dinheiro é usado e colocado em seu devido lugar, não há como tomar decisões baseadas nele, e sim nos valores mais nobres da vida. A família está em primeiro lugar.

Quando pergunta uma pessoa se as coisas estão bem ou mau. A primeira resposta vem ä mente é baseada na situação financeira em que o interrogado se encontra. Se não está devendo e com a conta bancária recheada de grana, tudo está muito bem. Se estiver devendo e com a conta zerada, tudo está muito mau.

Para alguns, não existe saída e a vida é uma desgraça quando muitos problemas financeiros aparecem repentinamente. Não conseguem extrair boas lições da crise.
Certo dia uma garota disse a sua mãe como tudo ia errado. Ela não se saiu bem na prova de Matemática, o namorado resolveu terminar com ela e a sua melhor amiga estava de mudança para outra cidade. Enquanto isso, sua mãe preparava um bolo e perguntou se a filha gostaria de um pedaço, e ela disse:

- É claro mãe, eu adoro os seus bolos - Respondeu a filha amargurada.
- Toma, um pouco de óleo de cozinha – Ofereceu a mãe.
- Credo! – Exclamou a menina.
- Que tal então comer uns ovos crus?
- Que nojo, mãe!
- Quer então um pouquinho de farinha de trigo ou bicarbonato de sódio?
- Mãe, isso não presta!
A mãe então respondeu:
- É verdade, todas essas coisas parecem ruins sozinhas, mas quando as colocamos juntas, na medida certa, elas fazem um bolo delicioso.

Assim são as dívidas, as contas, as duplicatas, os credores e tudo mais. Se olharmos isoladamente para cada problema, entraremos em desespero, porém se olharmos para o problema como: um bolo que precisa de cada ingrediente para ficar saboroso. Iremos encontrar respostas para cada dívida. No final de tudo, teremos condições de resolver cada situação e veremos que o bolo é gostoso, pois nos ensinou a administrar melhor as finanças e nós saímos da crise mais forte e em melhores condições de enfrentar a próxima que com certeza virá.

Gostaria também de propor ao querido leitor que tome algumas atitudes necessárias para ajudá-lo a organizar às suas finanças domésticas. Por isso a informação é importante nesse momento. Gosto sempre de dizer: “Quem tem a informação, conhece a situação, porém quem tem a boa informação, domina a situação.”
Tenho três importantes e revolucionárias propostas. Que qualquer pessoa, independente do nível social ou grau de escolaridade, pode colocar em prática. Não precisa de dinheiro para colocar em prática!

A minha primeira proposta é que você compre, imediatamente, uma calculadora e um caderno de anotações. Antes de qualquer ação. Mesmo que seja uma calculadora da china. Não custa caro e vai lhe ajudar muito na organização do seu orçamento doméstico. Qualquer um pode comprar uma calculadora, não custa mais do que dez reais.
Segunda, mude a concepção mais usada ultimamente, que é a concepção de gastar o dinheiro. Vamos trocar a palavra gastar pela palavra investir. Risque a palavra gastar do seu vocabulário.

Terceiro, no quesito finanças, passe a ver a família o lar como uma empresa, uma organização, uma corporação. Empresa que tem entrada, saída, lucro, prejuízo, despesas fixas e flutuantes.

Colocando em prática essas três sugestões estaremos começando bem a nossa gestão financeira doméstica. Não tem como administrar sem possuir, pelo menos, uma calculadora e um caderno. Uma empresa não gasta dinheiro investe em ações. Uma família é como uma empresa. Então precisa ser tratada como empresa, amada como família e gerida como empresa. Fazendo assim, teremos uma boa gestão financeira doméstica!

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