Sarney no Programa de Kennedy Alencar
.A rede TV exibiu na madrugada desta segunda feira (31-08-2009) entrevista com o senador Sarney. O velho político se “disse um injustiçado, um homem que merecia mais respeito pelos serviços prestados ao País e outras coisas mais”. O entrevistador - ótimo jornalista - deu umas cutucadas no velho bigode, deixando-o em alguns momentos visivelmente perturbado. Devemos reconhecer, todavia, que o político maranhense se saiu bem das estocadas. O homem tem uma capacidade de mudar o discurso e o tom das palavras com uma habilidade impressionante.
Em alguns momentos, quando o Kennedy lhe apertou de forma constrangedora, deu impressão de querer mandar o jornalista ir prá casa do chapéu. Mas, não fêz. Sabiamente, dava umas respiradas, olhava para o entrevistador e baixava o tom de irritação com uma voz que parecia suplicar compreensão para os seus pecados. É claro que qualquer pessoa com mediano senso crítico jamais votaria em Sarney. Mas, como explicar que, excluindo a presidência da república, há mais de 50 anos este senhor vem sendo eleito pelo voto popular? A culpa é de quem? Minha seguramente não é. Não adianta querer dizer para os demais que ele não presta. No final da entrevista, com a atmosfera em clima mais ameno, Kennedy pediu que ele em poucas palavras falasse sobre algumas personalidades. Citou Marina Silva, Ciro Gomes, Dilma Roussef, Fernando Collor (Deus me livre!), Ulisses Guimarães, Fernando Henrique (o Impiedoso) até chegar a Lula da Silva.
No momento em que pronunciou Lula da Silva, Sarney que não é besta, expressou mais ou menos o seguinte: “Lula é o maior fenômeno da política brasileira dos últimos tempos. Sua atuação à frente do governo brasileiro é motivo de elogios por todos que conhecem nossa História”. Eu, que admiro a administração do nosso presidente, gostei da sinceridade do velho político. Realmente, se examinarmos a atuação administrativa de Lula, sem paixão, facciosismo, tendenciosidade, ódio, ideologismo barato e inveja, havemos de constatar que ele é o maior presidente desta joça no pós-Getúlio. Ninguém, nenhum político fez tanto pelo País e pelo Povo Brasileiro quanto o Sapo Barbudo. Daí o sujeito [Lula] possuir uma aprovação nunca visto na História do Brasil. Entre regular bom e ótimo o Barbudo passa dos 90% (isso é absolutamente inacreditável). Os 8 ou 10% que o odeiam, nós sabemos as razões. São aqueles mesmos que durante 500 anos tiveram e/ou endossaram as políticas de privilégios para manutenção do “satus quo”. Esses, a gente entende porque ainda não digerem as novas e imprescindíveis relações sociais econômicas e políticas em um Novo Mundo. Crêem e disso não arredam pé, que o mundo só é viável com a manutenção dos seus privilégios. Como o mundo mudou, eles estão indignados com esse negócio de justiça social, desenvolvimento sustentável, equilíbrios regionais e coisas que o valham. Acreditam que quem nasceu pobre tem que morrer pobre. Quem nasceu analfabeto tem que cumprir esse destino. Só resta aos que somos cristãos apelar para Deus dar um jeito nessa turma. Eles ainda não entenderam que quanto mais as pessoas tiverem oportunidades, mais diminui o fosso social e se reduz a violência. Quanto mais criarmos uma sociedade justa, teremos paz. Quanto mais nossos semelhantes puderem se alimentar e se vestir mais equilibradas serão as nossas relações. Mas “eles” não entendem isso. As suas gargantas são profundas demais, as suas vaidades são estúpidas demais e os seus egocentrismos nojentos demais.
Causa-nos a todos os cristãos uma indisfarçável tristeza observar que algumas pessoas de nossa sociedade são desprovidas de senso crítico em relação aos nossos pobres. Para essas pessoas, os pobres são invisíveis e se existem é essa a missão deles aqui na terra: Ser pobres. Pobres, na visão dessas pessoas, não existem. É uma pena, mas é verdade. Para tristeza maior, tomamos conhecimento que ainda temos 24 milhões de brasileiros vivendo em situação de miséria. Isso é muito mais que um holocausto. Se a estatística diz que foram mortos 6 milhões de judeus naquele fatídico episódio, imaginem aí um País com 24 milhões de pessoas morrendo de fome. Quem fêz isto? Que tipo de País conseguiu produzir uma tragédia dessas? Todos somos responsáveis.
24 milhões de brasileiros passando fome é pouco? Quem foi o responsável pelas políticas publicas deste País? Que diabo de Economia foi essa, capaz de produzir tantos esfomeados? Se a Economia é a ciência que cuida da produção, da circulação e distribuição da riqueza, por que deixou tanta gente de fora? Os Economistas, claro, se defendem dizendo que apontam isso, mas efetivamente quem cuida da justiça social são os Políticos. Estes, por sua vez, dizem que a riqueza não era e não é suficiente para todos. Por isso, essa horda de excluídos. Pior prá todo mundo. Se fosse pior apenas para eles, seria bom sentirem na pele o mal que fizeram e fazem. Acontece que acaba sobrando para os demais. É uma situação disgramada: Se a riqueza ou bem estar social é para poucos, a miséria é para muitos e a violência para todos. Que vida é essa? Onde estamos ou vamos chegar? Na Miséria da Filosofia ou na Filosofia da Miséria? Ambas nos conduzem à Violência. Aí não adianta reclamar!
Em alguns momentos, quando o Kennedy lhe apertou de forma constrangedora, deu impressão de querer mandar o jornalista ir prá casa do chapéu. Mas, não fêz. Sabiamente, dava umas respiradas, olhava para o entrevistador e baixava o tom de irritação com uma voz que parecia suplicar compreensão para os seus pecados. É claro que qualquer pessoa com mediano senso crítico jamais votaria em Sarney. Mas, como explicar que, excluindo a presidência da república, há mais de 50 anos este senhor vem sendo eleito pelo voto popular? A culpa é de quem? Minha seguramente não é. Não adianta querer dizer para os demais que ele não presta. No final da entrevista, com a atmosfera em clima mais ameno, Kennedy pediu que ele em poucas palavras falasse sobre algumas personalidades. Citou Marina Silva, Ciro Gomes, Dilma Roussef, Fernando Collor (Deus me livre!), Ulisses Guimarães, Fernando Henrique (o Impiedoso) até chegar a Lula da Silva.
No momento em que pronunciou Lula da Silva, Sarney que não é besta, expressou mais ou menos o seguinte: “Lula é o maior fenômeno da política brasileira dos últimos tempos. Sua atuação à frente do governo brasileiro é motivo de elogios por todos que conhecem nossa História”. Eu, que admiro a administração do nosso presidente, gostei da sinceridade do velho político. Realmente, se examinarmos a atuação administrativa de Lula, sem paixão, facciosismo, tendenciosidade, ódio, ideologismo barato e inveja, havemos de constatar que ele é o maior presidente desta joça no pós-Getúlio. Ninguém, nenhum político fez tanto pelo País e pelo Povo Brasileiro quanto o Sapo Barbudo. Daí o sujeito [Lula] possuir uma aprovação nunca visto na História do Brasil. Entre regular bom e ótimo o Barbudo passa dos 90% (isso é absolutamente inacreditável). Os 8 ou 10% que o odeiam, nós sabemos as razões. São aqueles mesmos que durante 500 anos tiveram e/ou endossaram as políticas de privilégios para manutenção do “satus quo”. Esses, a gente entende porque ainda não digerem as novas e imprescindíveis relações sociais econômicas e políticas em um Novo Mundo. Crêem e disso não arredam pé, que o mundo só é viável com a manutenção dos seus privilégios. Como o mundo mudou, eles estão indignados com esse negócio de justiça social, desenvolvimento sustentável, equilíbrios regionais e coisas que o valham. Acreditam que quem nasceu pobre tem que morrer pobre. Quem nasceu analfabeto tem que cumprir esse destino. Só resta aos que somos cristãos apelar para Deus dar um jeito nessa turma. Eles ainda não entenderam que quanto mais as pessoas tiverem oportunidades, mais diminui o fosso social e se reduz a violência. Quanto mais criarmos uma sociedade justa, teremos paz. Quanto mais nossos semelhantes puderem se alimentar e se vestir mais equilibradas serão as nossas relações. Mas “eles” não entendem isso. As suas gargantas são profundas demais, as suas vaidades são estúpidas demais e os seus egocentrismos nojentos demais.
Causa-nos a todos os cristãos uma indisfarçável tristeza observar que algumas pessoas de nossa sociedade são desprovidas de senso crítico em relação aos nossos pobres. Para essas pessoas, os pobres são invisíveis e se existem é essa a missão deles aqui na terra: Ser pobres. Pobres, na visão dessas pessoas, não existem. É uma pena, mas é verdade. Para tristeza maior, tomamos conhecimento que ainda temos 24 milhões de brasileiros vivendo em situação de miséria. Isso é muito mais que um holocausto. Se a estatística diz que foram mortos 6 milhões de judeus naquele fatídico episódio, imaginem aí um País com 24 milhões de pessoas morrendo de fome. Quem fêz isto? Que tipo de País conseguiu produzir uma tragédia dessas? Todos somos responsáveis.
24 milhões de brasileiros passando fome é pouco? Quem foi o responsável pelas políticas publicas deste País? Que diabo de Economia foi essa, capaz de produzir tantos esfomeados? Se a Economia é a ciência que cuida da produção, da circulação e distribuição da riqueza, por que deixou tanta gente de fora? Os Economistas, claro, se defendem dizendo que apontam isso, mas efetivamente quem cuida da justiça social são os Políticos. Estes, por sua vez, dizem que a riqueza não era e não é suficiente para todos. Por isso, essa horda de excluídos. Pior prá todo mundo. Se fosse pior apenas para eles, seria bom sentirem na pele o mal que fizeram e fazem. Acontece que acaba sobrando para os demais. É uma situação disgramada: Se a riqueza ou bem estar social é para poucos, a miséria é para muitos e a violência para todos. Que vida é essa? Onde estamos ou vamos chegar? Na Miséria da Filosofia ou na Filosofia da Miséria? Ambas nos conduzem à Violência. Aí não adianta reclamar!
3 comentários:
É fato público e notório, que temos heróis para todos os gostos e costumes.Até mesmo os folclóricos, incluindo-se a estes;Lula( animal marinho) e Sapo Barbudo(esse nem nas melhores histórias de ficção é encontrado!).Só mesmo no Brasil. VIVA O BRASIL!.
O anônimo, que fez o comentário,tratou de algo que eu não havia pensado a respeito.Lula - Animal marinho,habitante das profudezas dos mares e possuidor de muitos tentáculos!!.Alex Boaventura.
E asim caminha os políticos de nosso País, meu caro Mestre Paulo Pires. O J.Sarney (gostou) atualmente se ransformou no maior leitor de Franz Kafka, não há uma entrevista que conceda que não fale no notável filósofo, bem como passou a entender de "inquisição". Por outro lado eu recebi um e-mail de colegas do Estado de São Paulo, que são cientistas políticos, e fizeram um levantamento de qual foi o governo que teve o maior número de escândalos, após a redomocratização do País. E advinhem quem ganha de "lamubuja", como diz o meu Aspone Chico Pezão? Se você respondeu LULA acertou em cheio, e é por estas e outras, que hoje vendo COLLOR como aliado político de LULA, fico até a pensar que o primeiro é um iniciante ou melhor um anjinho perto desta turma que está aí. Como sempre meu parabéns pelo seu excelente artigo. AFRANIO GARCEZ.
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