Nossa Política e o paradoxo do biscoito
Há alguns anos, tivemos na televisão brasileira propaganda de um biscoito que perguntava o seguinte: “Este biscoito vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”. O consumidor foi convocado a fazer uma reflexão filosófica sobre o anúncio. O que seria responsável pelo quê? O biscoito era mais vendido porque era fresquinho ou simplesmente de tanto vender estava sempre novo, fresquinho? Como não sou filósofo (isso é assunto para o professor Itamar, professor Simplício), fiquei aqui matutando a possibilidade de fazer uma analogia daquela propaganda com a nossa Política.
Todos reclamam que o Congresso Nacional está empestado de picaretas. De modo quase consensual afirmamos ser isto uma realidade. Mas, peraí, aqueles cidadãos que estão lá são eleitos pelo voto popular, nós mesmos! Como é que pode? Então isso significa que se “o congresso está cheio de picaretas, é porque o povo que o elegeu também está abarrotado de malandros”. Cabe-nos agora formular uma questão tendo como base um raciocínio análogo ao comercial do biscoito: “O Congresso Nacional está cheio de picaretas porque o Povo é picareta ou o Povo é picareta porque o Congresso está cheio deles?”. Quem é que influencia quem?
Alguns estudiosos afirmam que o Congresso é quem influencia o Povo. Outros, entretanto, são de posição contrária. Ou seja: Se o Congresso está cheio de picaretas e aqueles políticos emergem do Povo, fica claro que é este quem influencia o Congresso. As Casas Legislativas são apenas espelhos de uma sociedade, pessoas da mesma índole. Nosso respeitado e amado Humberto Flores, em certa ocasião, fazendo jus à sua fina ironia britânico-sertaneja, emitiu um parecer curto e groso sobre o nosso Povo. Todos ficaram desnorteados com a opinião sincera do ilustre conquistense. Embora as opiniões de Humberto devam ser sempre levadas a sério, é melhor deixar essa prá lá. Ou quem quiser saber maiores detalhes, procurem-no.
Que tipo de Povo e de Congresso nós queremos ser e ter? Não adianta ficar maldizendo “aquele pessoal lá”. Eles são extratos de nós mesmos. Talvez, quem sabe, um substrato. O que importa é que sendo extrato (aquilo que se extraiu de outro) ou substrato (base, fundamento, essência), estamos de mal a pior.
E digo mais: Quem me aparecer reclamando “daquele povo do Congresso”, direi simplesmente: Você também é responsável. Não vem com esse papo de não ter nada a ver. Tem sim. Todos nós somos responsáveis pelos acontecimentos. Não adianta querer fugir como propôs Gilberto Gil (vamos fugir, desse lugar, Nega!). A culpa é de todos. Só uma grande reforma política, algo revolucionário, poderá estabelecer uma relação da política e dos políticos com a Sociedade de modo que haja efetivamente uma elevada qualidade nessas relações.
Enquanto tivermos políticos pleiteando e determinando cargos no Poder Executivo, fazendo Emendas Orçamentárias Parlamentares corruptas, brigando por Cargos de Confiança, emitindo Atos Secretos, e famílias transformando os seus clãs em verdadeiras dinastias funcionais na política e outras excrescências mais, será impossível o Pais tomar um rumo sério.
Esse negócio de Deputado ser “o dono” da área de Saúde, Senador ser responsável pelos Cargos de Confiança da Petrobrás, Presidente da Câmara é quem indica o pessoal do BNDES, o Partido tal é que fica com o Ministério de não sei o quê. Ora, ora. Tudo isso gera uma cadeia de compromissos e submissões que acaba dando numa coisinha terrível para a Nação. Essa coisinha chama-se Corrupção.
O Instituto Ethos em trabalho de profundidade feito há uns tempos, detectou que se conseguíssemos reduzir nossa Corrupção em 10%, cada brasileiro (eu disse cada brasileiro) poderia ter um adicional de renda mensal de R$ 500,00 (quinhentos reais). Imaginem aí o nível de nossa corrupção. Reitero a informação de que a redução pretendida é de 10% e não para 10%. Em outras palavras, se conseguíssemos baixar nossa corrupção para 90% da que existe hoje, os brasileiros, individualmente, teriam o acréscimo calculado pelo respeitado Instituto. Será que nossa corrupção é pequena? Sabe de quem é a culpa? Não?
Temos que fazer um grande esforço para mudar tudo. E acabar com a ilusão de que é preciso restabelecer a Moral no Congresso. Restabelecer não, pois ali nunca houve. É estabelecer. Isso mesmo! Aquele Congresso sempre foi eivado de maus costumes. Lembrem-se do famoso discurso de Rui Barbosa, patrono do Senado. “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra....”. Lembrou? Sempre foi assim. Mas vamos mudar.
Há alguns anos, tivemos na televisão brasileira propaganda de um biscoito que perguntava o seguinte: “Este biscoito vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”. O consumidor foi convocado a fazer uma reflexão filosófica sobre o anúncio. O que seria responsável pelo quê? O biscoito era mais vendido porque era fresquinho ou simplesmente de tanto vender estava sempre novo, fresquinho? Como não sou filósofo (isso é assunto para o professor Itamar, professor Simplício), fiquei aqui matutando a possibilidade de fazer uma analogia daquela propaganda com a nossa Política.
Todos reclamam que o Congresso Nacional está empestado de picaretas. De modo quase consensual afirmamos ser isto uma realidade. Mas, peraí, aqueles cidadãos que estão lá são eleitos pelo voto popular, nós mesmos! Como é que pode? Então isso significa que se “o congresso está cheio de picaretas, é porque o povo que o elegeu também está abarrotado de malandros”. Cabe-nos agora formular uma questão tendo como base um raciocínio análogo ao comercial do biscoito: “O Congresso Nacional está cheio de picaretas porque o Povo é picareta ou o Povo é picareta porque o Congresso está cheio deles?”. Quem é que influencia quem?
Alguns estudiosos afirmam que o Congresso é quem influencia o Povo. Outros, entretanto, são de posição contrária. Ou seja: Se o Congresso está cheio de picaretas e aqueles políticos emergem do Povo, fica claro que é este quem influencia o Congresso. As Casas Legislativas são apenas espelhos de uma sociedade, pessoas da mesma índole. Nosso respeitado e amado Humberto Flores, em certa ocasião, fazendo jus à sua fina ironia britânico-sertaneja, emitiu um parecer curto e groso sobre o nosso Povo. Todos ficaram desnorteados com a opinião sincera do ilustre conquistense. Embora as opiniões de Humberto devam ser sempre levadas a sério, é melhor deixar essa prá lá. Ou quem quiser saber maiores detalhes, procurem-no.
Que tipo de Povo e de Congresso nós queremos ser e ter? Não adianta ficar maldizendo “aquele pessoal lá”. Eles são extratos de nós mesmos. Talvez, quem sabe, um substrato. O que importa é que sendo extrato (aquilo que se extraiu de outro) ou substrato (base, fundamento, essência), estamos de mal a pior.
E digo mais: Quem me aparecer reclamando “daquele povo do Congresso”, direi simplesmente: Você também é responsável. Não vem com esse papo de não ter nada a ver. Tem sim. Todos nós somos responsáveis pelos acontecimentos. Não adianta querer fugir como propôs Gilberto Gil (vamos fugir, desse lugar, Nega!). A culpa é de todos. Só uma grande reforma política, algo revolucionário, poderá estabelecer uma relação da política e dos políticos com a Sociedade de modo que haja efetivamente uma elevada qualidade nessas relações.
Enquanto tivermos políticos pleiteando e determinando cargos no Poder Executivo, fazendo Emendas Orçamentárias Parlamentares corruptas, brigando por Cargos de Confiança, emitindo Atos Secretos, e famílias transformando os seus clãs em verdadeiras dinastias funcionais na política e outras excrescências mais, será impossível o Pais tomar um rumo sério.
Esse negócio de Deputado ser “o dono” da área de Saúde, Senador ser responsável pelos Cargos de Confiança da Petrobrás, Presidente da Câmara é quem indica o pessoal do BNDES, o Partido tal é que fica com o Ministério de não sei o quê. Ora, ora. Tudo isso gera uma cadeia de compromissos e submissões que acaba dando numa coisinha terrível para a Nação. Essa coisinha chama-se Corrupção.
O Instituto Ethos em trabalho de profundidade feito há uns tempos, detectou que se conseguíssemos reduzir nossa Corrupção em 10%, cada brasileiro (eu disse cada brasileiro) poderia ter um adicional de renda mensal de R$ 500,00 (quinhentos reais). Imaginem aí o nível de nossa corrupção. Reitero a informação de que a redução pretendida é de 10% e não para 10%. Em outras palavras, se conseguíssemos baixar nossa corrupção para 90% da que existe hoje, os brasileiros, individualmente, teriam o acréscimo calculado pelo respeitado Instituto. Será que nossa corrupção é pequena? Sabe de quem é a culpa? Não?
Temos que fazer um grande esforço para mudar tudo. E acabar com a ilusão de que é preciso restabelecer a Moral no Congresso. Restabelecer não, pois ali nunca houve. É estabelecer. Isso mesmo! Aquele Congresso sempre foi eivado de maus costumes. Lembrem-se do famoso discurso de Rui Barbosa, patrono do Senado. “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra....”. Lembrou? Sempre foi assim. Mas vamos mudar.







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