Eduardo MoraesA cada dia, ao levantar ou deitar, quase sempre as coisas que podem nos realizar, enquanto seres em busca da felicidade, são colocadas em segundo plano; contato com família, amigos, religião, lazer, leitura; olhar a lua, as estrelas no infinito do céu; assoviar aquela velha canção; tudo isso passa despercebido, já que temos a nossa vida pautada diariamente pelas grandes redes de comunicação, que com suas estratégias de marketing e estudos sobre o comportamento humano, nos arrebata e nos deixa inertes diante dos aparelhos de TV ou de uma tela de computador.
Ao ligar a televisão, deparamo-nos com aquelas informações às quais vamos discutir em casa no trabalho ou na rua, e os temas são sempre os mesmos; violência, corrupção, acidentes aéreos ou automobilísticos, traição, celebridades, gripes penosa ou suína… Como nas fábulas infantis, quase sempre nos desviamos do nosso caminho para acompanhar os acontecimentos que, por interesses quase sempre envolvendo as disputas de poder político ou econômico, de alguma forma passam a interferir em nossas vidas. Parece que com esse mundo globalizado, reduziu-se o espaço de lutas pelos ideais de fazer as transformações capazes de mudar o mudo para algo melhor.
Até quando a humanidade permitirá viver cega, burra, alienada e manipulada pela loucura induzida pelo consumismo, individualismo e egoísmo? Será que um dia seremos acordados e descobriremos que a vida é bela, mas efêmera? Será que nos acostumamos aos açoites da violência, da exploração dos patrões que em busca do lucro aniquila os nossos corpos e alma? Os meios de comunicação banalizam as mortes praticadas tanto por marginais, quanto por agentes responsáveis pela segurança pública. Parece que a privação da liberdade não mais assusta os criminosos, do contrário as cadeias não estariam abarrotadas principalmente de jovens e negros, principais vítimas dessa ausência de humanidade.
Acredite, ainda há esperança. É possível construir um mundo diferente, onde os trabalhadores produtores de coisas e riquezas vivam com dignidade. Mas, para que isso aconteça, precisamos voltar a agir enquanto donos do nosso próprio destino; precisamos voltar a construir a nossa própria história.







Nenhum comentário:
Postar um comentário