Juscelino Souza, A Tarde
Foto: José Silva, A Tarde
.O trabalho de voluntários da ONG (Organização Não-governamental) Associação Renascer em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, com suporte de equipes do Centro de Referência em DST/AIDS, tem dado um novo sentido de vida para portadores de HIV em todo o interior do Estado.
No centro, mantido pela Prefeitura, são realizados, em média, 200 atendimentos e 60 testes diários, além do acompanhamento sistemático de pacientes portadores de DST/AIDS.
Os casos de HIV não são notificados no centro, apenas os de AIDS. Após a coleta, o material é encaminhado para exame em laboratórios na capital do Estado. Segundo a direção da unidade, durante o ano de 2008, foram acompanhados cerca de 600 pacientes com AIDS oriundos de Conquista e região.
Ao longo do ano são desenvolvidas Campanhas de Prevenção relacionadas a AIDS e às doenças sexualmente transmissíveis. “Acho legal essas campanhas porque elas quebram barreiras e alimentam os jovens e adultos com informações importantes”, diz o estudante Reginaldo Reis da Silva.
“Eu mesmo mudei de opinião sobre a doença e passei a policiar meus atos sexuais, sem abrir mão da camisinha”. As ações ocorrem por iniciativa própria, em datas como Dia dos Namorados, Dia Internacional da Mulher, Dia mundial de Combate a AIDS, e em eventos especiais de grande porte, a exemplo do Festival de Inverno Bahia e Exposição Agropecuária.
“Também são realizadas palestras informativas em escolas, faculdades, empresas e outras instituições ao longo do ano”, informa a Assessoria de Comunicação da Prefeitura.
Além disso, outras ações de prevenção e promoção são executadas por intermédio do Projeto Balada Noturna, trabalho de prevenção com caminhoneiros e profissionais do sexo.
As campanhas se estendem a diversas pontos da cidade, como no Projeto do Presídio, quando da realização do CTA - itinerante (Testagem para HIV e Sífilis, tratamento das DST, Imunização de Hepatite B, distribuição de preservativos.
“Para completar, as campanhas educativas realizadas em meios de comunicação, tanto pelo Estado quanto pelo Governo Federal, sempre chegam à cidade. Não há periodicidade pré-determinada”, destaca a nota. Há, ainda, distribuição de preservativos, inclusive pelas Unidades Básicas de Saúde.
“Existe a orientação dos usuários para participar de palestra a fim de obter informações sobre as DST e realizar a testagem de HIV. Nesse caso, ele realiza um cadastro e retira preservativos no Centro, mensalmente. No entanto, mesmo que não tenha cadastro, a pessoa poderá retirar o preservativo”.
“Nessas atividades educativas e na frequência diária ao centro, as pessoas são informadas sobre a distribuição de preservativos. Além disso, todo mês, existe ação educativa para prevenção das DST/HIV, testagem nas unidades básicas de saúde e distribuição dos preservativos”, completa.
De acordo com a assessoria, todos os pacientes com indicação de Terapia Antiretroviral têm acesso a todos os medicamentos necessários, inclusive os de última geração como o T20. Para os pacientes com AIDS é garantido o medicamento para Infecção Oportunista.
Casa de passagem pede ajuda para manter atendimento
Metade dos 600 pacientes acompanhados pelo centro em Conquista reside em outros municípios da região sudoeste. Todos têm acesso gratuito a testagem para HIV e sífilis; insumos de prevenção (camisinha e gel); acompanhamento com infectologista, ginecologista e pré-natal para gestantes soropositivos; acompanhamento por equipe multiprofissional; orientação e acompanhamento jurídico.
Consulta e acompanhamento farmacêutico; acompanhamento psicológico; hospital dia; atendimento Domiciliar Terapêutico (ADT); distribuição de fórmula láctea para crianças expostas ao vírus até dois anos de vida e exame laboratorial especializado como Carga Viral e CD4 são outros serviços prestados.
Por ser o único centro de referência num raio de 200 quilômetros quadrados, o de Conquista enfrente dificuldades. “É difícil, em termos financeiros, todos os municípios disporem de uma equipe multiprofissional para assistir ao portador de HIV/AIDS”, avalia a direção, por meio de nota enviada pela Assessoria de Comunicação.
“Por este motivo, os municípios com melhor estrutura passam a funcionar como centros de referência. As dificuldades existem quando o portador não consegue apoio dos municípios para transporte e alguns medicamentos”, conclui.
Aí entra em cena o trabalho voluntário da ONG Associação Renascer, estabelecida num imóvel adquirida graças a verbas da Fundação Melinda Gates (esposa do fundador da Microsoft, Bill Gates).
A ONG recebe recursos do Ministério da Saúde para abrigo para os portadores de HIV/AIDS, que vivem em outros municípios, mas fazem tratamento em Conquista. O recurso é a única fonte de renda oficial, mas não cobre metade da planilha mensal, que é de R$12 mil.
Esse montante deve cobrir despesas com os 15 leitos de adultos, folha funcional e com prestadores de serviço. “Recebemos uma verba do Ministério (da Saúde), oriundo do Fundo a Fundo, no valor mensal e fixo de R$4,2 mil, desde 2005, para darmos suporte a essas pessoas que nos procuram”, enfatiza a presidente da ONG, Marinalva Souza de Oliveira.
Como não há recursos de outros órgãos, a saída tem sido protelar alguns pagamentos, renegociar dívidas e cortar despesas em todas as frentes, alem de arrecadar recursos de doadores e voluntários. São entre 350 e 400 pessoas por mês atendidas na casa. “A gente vai se virando como pode para não suspender o atendimento”.
O encaminhamento para acolhimento é feito pelo Centro DST/AIDS e a permanência é determinada pelo médico após avaliação. Tudo gratuitamente. “Alguns ficam 15 dias, um ou dois meses, principalmente crianças”.
A aproximação não é difícil. “Quando a gente conversa com eles e passa a nossa experiência, revelando que também convivemos com o mesmo problema nós sentimos mudança, mais confiança”, relata Marinalva, portadora do HIV desde 1998.
No centro, mantido pela Prefeitura, são realizados, em média, 200 atendimentos e 60 testes diários, além do acompanhamento sistemático de pacientes portadores de DST/AIDS.
Os casos de HIV não são notificados no centro, apenas os de AIDS. Após a coleta, o material é encaminhado para exame em laboratórios na capital do Estado. Segundo a direção da unidade, durante o ano de 2008, foram acompanhados cerca de 600 pacientes com AIDS oriundos de Conquista e região.
Ao longo do ano são desenvolvidas Campanhas de Prevenção relacionadas a AIDS e às doenças sexualmente transmissíveis. “Acho legal essas campanhas porque elas quebram barreiras e alimentam os jovens e adultos com informações importantes”, diz o estudante Reginaldo Reis da Silva.
“Eu mesmo mudei de opinião sobre a doença e passei a policiar meus atos sexuais, sem abrir mão da camisinha”. As ações ocorrem por iniciativa própria, em datas como Dia dos Namorados, Dia Internacional da Mulher, Dia mundial de Combate a AIDS, e em eventos especiais de grande porte, a exemplo do Festival de Inverno Bahia e Exposição Agropecuária.
“Também são realizadas palestras informativas em escolas, faculdades, empresas e outras instituições ao longo do ano”, informa a Assessoria de Comunicação da Prefeitura.
Além disso, outras ações de prevenção e promoção são executadas por intermédio do Projeto Balada Noturna, trabalho de prevenção com caminhoneiros e profissionais do sexo.
As campanhas se estendem a diversas pontos da cidade, como no Projeto do Presídio, quando da realização do CTA - itinerante (Testagem para HIV e Sífilis, tratamento das DST, Imunização de Hepatite B, distribuição de preservativos.
“Para completar, as campanhas educativas realizadas em meios de comunicação, tanto pelo Estado quanto pelo Governo Federal, sempre chegam à cidade. Não há periodicidade pré-determinada”, destaca a nota. Há, ainda, distribuição de preservativos, inclusive pelas Unidades Básicas de Saúde.
“Existe a orientação dos usuários para participar de palestra a fim de obter informações sobre as DST e realizar a testagem de HIV. Nesse caso, ele realiza um cadastro e retira preservativos no Centro, mensalmente. No entanto, mesmo que não tenha cadastro, a pessoa poderá retirar o preservativo”.
“Nessas atividades educativas e na frequência diária ao centro, as pessoas são informadas sobre a distribuição de preservativos. Além disso, todo mês, existe ação educativa para prevenção das DST/HIV, testagem nas unidades básicas de saúde e distribuição dos preservativos”, completa.
De acordo com a assessoria, todos os pacientes com indicação de Terapia Antiretroviral têm acesso a todos os medicamentos necessários, inclusive os de última geração como o T20. Para os pacientes com AIDS é garantido o medicamento para Infecção Oportunista.
Casa de passagem pede ajuda para manter atendimento
Metade dos 600 pacientes acompanhados pelo centro em Conquista reside em outros municípios da região sudoeste. Todos têm acesso gratuito a testagem para HIV e sífilis; insumos de prevenção (camisinha e gel); acompanhamento com infectologista, ginecologista e pré-natal para gestantes soropositivos; acompanhamento por equipe multiprofissional; orientação e acompanhamento jurídico.
Consulta e acompanhamento farmacêutico; acompanhamento psicológico; hospital dia; atendimento Domiciliar Terapêutico (ADT); distribuição de fórmula láctea para crianças expostas ao vírus até dois anos de vida e exame laboratorial especializado como Carga Viral e CD4 são outros serviços prestados.
Por ser o único centro de referência num raio de 200 quilômetros quadrados, o de Conquista enfrente dificuldades. “É difícil, em termos financeiros, todos os municípios disporem de uma equipe multiprofissional para assistir ao portador de HIV/AIDS”, avalia a direção, por meio de nota enviada pela Assessoria de Comunicação.
“Por este motivo, os municípios com melhor estrutura passam a funcionar como centros de referência. As dificuldades existem quando o portador não consegue apoio dos municípios para transporte e alguns medicamentos”, conclui.
Aí entra em cena o trabalho voluntário da ONG Associação Renascer, estabelecida num imóvel adquirida graças a verbas da Fundação Melinda Gates (esposa do fundador da Microsoft, Bill Gates).
A ONG recebe recursos do Ministério da Saúde para abrigo para os portadores de HIV/AIDS, que vivem em outros municípios, mas fazem tratamento em Conquista. O recurso é a única fonte de renda oficial, mas não cobre metade da planilha mensal, que é de R$12 mil.
Esse montante deve cobrir despesas com os 15 leitos de adultos, folha funcional e com prestadores de serviço. “Recebemos uma verba do Ministério (da Saúde), oriundo do Fundo a Fundo, no valor mensal e fixo de R$4,2 mil, desde 2005, para darmos suporte a essas pessoas que nos procuram”, enfatiza a presidente da ONG, Marinalva Souza de Oliveira.
Como não há recursos de outros órgãos, a saída tem sido protelar alguns pagamentos, renegociar dívidas e cortar despesas em todas as frentes, alem de arrecadar recursos de doadores e voluntários. São entre 350 e 400 pessoas por mês atendidas na casa. “A gente vai se virando como pode para não suspender o atendimento”.
O encaminhamento para acolhimento é feito pelo Centro DST/AIDS e a permanência é determinada pelo médico após avaliação. Tudo gratuitamente. “Alguns ficam 15 dias, um ou dois meses, principalmente crianças”.
A aproximação não é difícil. “Quando a gente conversa com eles e passa a nossa experiência, revelando que também convivemos com o mesmo problema nós sentimos mudança, mais confiança”, relata Marinalva, portadora do HIV desde 1998.
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