Lucca Santana
Como de costume, neste fim de semana fui até à livraria, e, para minha surpresa, meu amigo livreiro trouxe-me a edição de maio da Conquista News. Surpreso, vejo uma foto emblemática: ao centro, ACM Neto e à sua esquerda os vereadores Gildásio Silveira, Fernando Vasconcelos (Jacaré), Arlindo Rebouças e Beto Gonçalves. À sua direita, Álvaro Pithon, Gilzete Moreira e Joel Ferandes mais o empresário José Maria Caires compõem a peça. Uma opera-pasticcio, diriam os italianos (me explicarei adiante).
Diz a matéria que os vereadores foram a Brasília reivindicar recursos para construção do novo aeroporto de Conquista. E o presidente da Câmara arremata que a presença dos vereadores “fez com que a Bancada Baiana se comprometesse em apresentar Emenda ao orçamento da União”. Não vou fazer uma análise estrutural da fotografia (embora merecesse), antes, vou me ater ao que disse o presidente da colenda Câmara em “dois ataques”, que no jargão do músico popular brasileiro significa apresentar-se em determinado lugar.
I. Os vereadores viajam a Brasília na semana em que os deputados discutem a celeuma das passagens áreas, depois da polêmica reportagem do Congresso em Foco e ao largo da confirmação de que o Governo da Bahia, após decisão da ANAC, iria passar da reforma à construção de um novo aeroporto em Conquista.
II. Na última segunda-feira (1º de junho), em entrevista a uma rádio local, a “Bancada Baiana”, que aparece na foto em questão (isto é, ACM Neto), afirmou que iria encaminhar um ofício ao Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e à direção da ANAC para que Vitória da Conquista entre na rota do desenvolvimento, “nos trechos nacionais”, diz ele.
Agora, voltemos ao tema inicial: a surpresa da fotografia (ritornello, para os músicos).
A imagem mostra que os vereadores destoaram da orquestra pois foram seguir outra regência. Ora, se o governador percutiu aqui mesmo a notícia de que havia de construir um novo aeroporto, seria natural que os nobres edis (estou falando dos partidários dele) permanecessem fiéis a esta pulsação e não àquela. Aqui no rádio (e em Brasília, eu creio) ACM Neto fez a sua opera-pasticcio, disse o que já era dito, no melhor estilo “populista”, isto é, oportunista.
E agora, ficamos a cantoralar: “com quem roupa eu vou/ ao samba que você me convidou?”. Não sabemos o que vestir porque não sabemos quem é que convida. Os vereadores instalaram a dúvida. Mas, quando o coro destoa do restante da orquestra, cabe ao maestro retomar o diapasão – retomar às rédeas, como se diz.
Eia pois!
Lucas Santana (27) é advogado e músico violoncelista. E-mail: luccasantana@aol.com.
Diz a matéria que os vereadores foram a Brasília reivindicar recursos para construção do novo aeroporto de Conquista. E o presidente da Câmara arremata que a presença dos vereadores “fez com que a Bancada Baiana se comprometesse em apresentar Emenda ao orçamento da União”. Não vou fazer uma análise estrutural da fotografia (embora merecesse), antes, vou me ater ao que disse o presidente da colenda Câmara em “dois ataques”, que no jargão do músico popular brasileiro significa apresentar-se em determinado lugar.
I. Os vereadores viajam a Brasília na semana em que os deputados discutem a celeuma das passagens áreas, depois da polêmica reportagem do Congresso em Foco e ao largo da confirmação de que o Governo da Bahia, após decisão da ANAC, iria passar da reforma à construção de um novo aeroporto em Conquista.
II. Na última segunda-feira (1º de junho), em entrevista a uma rádio local, a “Bancada Baiana”, que aparece na foto em questão (isto é, ACM Neto), afirmou que iria encaminhar um ofício ao Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e à direção da ANAC para que Vitória da Conquista entre na rota do desenvolvimento, “nos trechos nacionais”, diz ele.
Agora, voltemos ao tema inicial: a surpresa da fotografia (ritornello, para os músicos).
A imagem mostra que os vereadores destoaram da orquestra pois foram seguir outra regência. Ora, se o governador percutiu aqui mesmo a notícia de que havia de construir um novo aeroporto, seria natural que os nobres edis (estou falando dos partidários dele) permanecessem fiéis a esta pulsação e não àquela. Aqui no rádio (e em Brasília, eu creio) ACM Neto fez a sua opera-pasticcio, disse o que já era dito, no melhor estilo “populista”, isto é, oportunista.
E agora, ficamos a cantoralar: “com quem roupa eu vou/ ao samba que você me convidou?”. Não sabemos o que vestir porque não sabemos quem é que convida. Os vereadores instalaram a dúvida. Mas, quando o coro destoa do restante da orquestra, cabe ao maestro retomar o diapasão – retomar às rédeas, como se diz.
Eia pois!
Lucas Santana (27) é advogado e músico violoncelista. E-mail: luccasantana@aol.com.
3 comentários:
Muito bem, Lucca. Gostei da lucidez com que tratou do tema e muito pertinente a comparação musical. Já tinha visto sua crônica anterior e, mais uma vez, você se sai bem. Evoé, jovens à vista! Parabéns Anderson.
José Evilsário, Urbis VI.
Muito bem, Lucca. Gostei da lucidez com que tratou do tema e muito pertinente a comparação musical. Já tinha visto sua crônica anterior e, mais uma vez, você se sai bem. Evoé, jovens à vista! Parabéns Anderson.
José Evilsário, Urbis VI.
Caro Lucca Santana, acho que sua orquestra não está bem afinada, voce não deve apenas ouvir o que diz "A Rádio" pois hoje essa rádio vislumbra apenas eleger o seu comentarista principal a prefeito de Conquista, portanto tudo que alguem fizer em prol do município ele será sempre contra, mas voltando a orquestra, os instrumentistas (vereadores) estavam sim em Brasília em busca de recursos federais, pois recursos estaduais não são suficientes para a construção de um novo aeroporto e tomara Deus que eles tenham conseguido, pois o orçamento de 2010 será votado esse ano e se não tiver emendas dos deputados, adeus aeroporto. quanto a foto, cada deputado vai explorar da melhor forma, o que é absolutamente normal. Vamos ficar na torcida para que as emendas venham, que tenhamos um novo aeroporto e várias orquestras possam apresentar-se em nossa querida cidade. um grande abraço.
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