sexta-feira, 12 de junho de 2009

Direto da Praça


Pais Maus (e ausentes)

A propósito da matéria Pais Maus - uma espécie de ensaio sobre as relações de Pais & Filhos na modernidade - lida e comentada pelo jornalista Herzem Gusmão na Resenha Geral - também queremos meter o bedelho e emitir de forma passageira, e talvez até de modo grosseiro e inconveniente, nossa opinião sobre a questão. Inicialmente convém informar que estudos recentes de especialistas (psicólogos, sociólogos, etc.) revelam que as relações afetivo-familiares estão chegando às raias da subversão na hierarquia da célula mater da sociedade. Devo ainda lembrar que em tempos passados, essas relações foram bem analisadas, só que naqueles tempos idos, a coisa era mais particularizada (leiam o livro Pais e Filhos, do russo Ivan Turgueniev), ou vejam a biografia do gênio alemão Frank Kafka, que não era lá um modelo de filho, principalmente para o pai (ou seria o inverso?). Quem é que sabe?


Hoje, o que assistimos é que essas relações, que deveriam estar permeadas em boa parte pela emoção, ao contrário, estão se dirigindo para o território perigoso da comoção. Já assisti moças e rapazes se reportando às Mães, em público, como se estivessem falando com o pior dos bichos! Imaginem o que essas criaturas não fazem com as suas genitoras quando estão no recesso do Lar. Há poucos dias, estava em uma grande loja da cidade, quando vi e ouvi uma moça (linda, por sinal), falando com a Mãe de modo tão grosseiro e constrangedor, a ponto de me sentir obrigado a sair da seção. Naquele momento, confesso, não vi mais a moça, nem a sua beleza. Vi, sim, sua cavalice (se é que os cavalos tratam a mãe daquele jeito!). Ali mesmo fiquei me perguntando: O que está acontecendo para que muitos dos nossos jovens tratem seus pais desse jeito? Estudos apontam que a maioria desses pais não cuida mais dos filhos. Eles - mostram as pesquisas - estão mais preocupados e irresponsavelmente obcecados com a vida profissional e bens materiais que possam advir do “sucesso” em seus campos de trabalho. É o espírito do capitalismo afundando nossas famílias em valores que aprioristicamente protagonizam o ter em detrimento do ser. O importante é ter. O ser vem depois.

As crianças não ouvem cantigas de ninar. Não ouvem estórias da carochinha, não criam vínculos afetivos que respondam às suas necessidades de verdadeiros seres humanos. E assim a coisa vai se degringolando. Qualé estória de carochinha, qualé nada! Meu filho gosta é de vídeo game. Os meninos, todos sabemos, tem autonomia para comprar esses utensílios por conta do livre arbítrio e do desacompanhamento. Dão preferência naturalmente aos violentos, principalmente àqueles em que aparecem sujeitos atirando em inocentes e aos que mostram adolescentes atropelando senhoras e senhores idosos nas ruas. Isso sim, é que é moderno! Os meninos se trancam nos quartos e vibram com essas maluquices. Os pais acham que tudo está em céu de brigadeiro. Ninguém vê ou quer ver as nuvens densas no ar. “Ao meu filho e minha filha, não falta nada”, repetem. E concluem “As empregadas tomam conta deles direitinho”. E destacam com todo orgulho: “Tenho muita coisa importante para fazer na vida”. Como exigir afeto, carinho e respeito desses meninos e meninas? Por acaso eles tiveram? Quando ficam taludos, os seus grupos e suas tribos é que servem como referências. Paralelamente sentem-se influenciados pelos “modelos de prestígio” representados pelas celebridades televisivas, desportistas de destaque e top models. O resto, incluindo os pais, são pessoas e entidades de segunda ou terceira classe. Sobre eles ninguém tem autoridade. É verdade... Esses Pais são maus agricultores. A todo ano perdem a safra. E se não estão gostando do que estão colhendo, deveriam se lembrar do que e como plantaram! Quer saber? Todos estamos errados!

Comunidade em Ação

Nesta sexta feira (12-06-09), quem fez um ano de existência foi o Programa Comunidade em Ação (leia-se Wilson Brasil, Jarbas Lacerda e Gildásio Amorim). O programa é apresentado às seis da manhã na Rádio Melodia e, apesar do horário, tem um público muito grande. O seu formato é extremamente simples e o seu desenvolvimento flui como um rio caudaloso que passa sobre os percalços de viver entre as margens que o comprimem. Essas margens, todavia, não impedem a boa fluência das águas claras que banham a memória dos conquistenses. Em síntese, o programa agrada a todos. Wilson Brasil tem uma “levada” muito boa e surpreende àqueles que não sabiam ser ele um profissional já experiente no ramo. Observa-se de vez em quando, a ausência de um convidado. O cidadão ou cidadã simplesmente não comparece. Esses contratempos não impedem de o Programa ter o seu curso normal. Ao perceber que o convidado “furou”, Brasil utiliza o seu plano “B”, engrena a segunda, a terceira, a quarta e assim sucessivamente cria uma pauta, cujos assuntos vão ocupando os espaços deixados pelo convidado. De repente dá 7 horas e só aí se percebe quanto o programa é fluente. Os taxistas, os madrugadores, os caminhantes da Olívia, da Avenida Integração e da Lagoa das Bateias ficam ligados no Programa e assim começa a manhã radiofônica da cidade de Vitória da Conquista. No aniversário foram recebidos muitos convidados. Não fui porque estava com outra atividade matinal. Mas sei que houve um bom café, produção impecável do Culinária e Magia, deixando a todos muito felizes pelo aniversário. Parabéns mister Wilson Brasil.

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