Por Afanio Garcez
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Confesso, eu sou um sentimental por natureza, e principalmente pelas coisas belas e bonitas, pelos bons papos com pessoas que são verdadeiros humanistas. Assim, é, que, ainda lembro-me quando voltávamos de Salvador em férias no meio do ano, e também no final do ano, e ficávamos à disputar uma poltrona do lado do motorista somente para ver o crepúsculo das luzes que se apagavam em nossa chegada em Conquista, e o sol tal e qual, o nosso belo hino de autoria do Professor Euclides Dantas, nós saudava vibrante e alegre.
A cena era inenarrável e bela. Do Alto da Serra do Peri-Peri avistávamos toda a nossa querida cidade, e ao descermos do ônibus lá no “Posto Tigrão” íamos a pé, logo ao então famoso Bar Baretta, na Avenida Régis Pacheco, onde o café da manhã era uma bela garrafa de Jurubeba Leão do Norte. Lembranças e reminiscências de uma Vitória da Conquista, onde havia mais alegria, até nos comícios realizados nas Praças Públicas, onde a maior atração era ouvir os disparates do velho e combativo ex-vereador Ney Ferreira. Como era bom e agradável participar das festas de largo, realizadas no antigo “Jardim das Borboletas” e adjacências. Inda me lembro até mesmo de uma apresentação do Luiz Gonzaga na Praça Barão do Rio Branco, onde ele fazia a propaganda das então famosas pilhas Ray-Ovac. Que saudades eu sinto de andar em plena neblina, noite adentro, com os meus velhos colegas e companheiros, pela rua dos tocos, rua da moranga, rua das sete casas, rua do espinheiro, rua das flores, e quando dava ir dá um pulinho correndo o maior perigo lá na rua do “magasapo”. Quantas saudades eu ainda sinto, quando ligo o rádio e logo me vem à memória os programas da boa Rádio Club de Conquista, com os seus apresentadores ilustres, alguns ainda vivos, outros já morando em outro plano. Saudades do Programa do Gilson Moura, da voz marcante de Jota Menezes, do programa música e alegria Kolynos, que depois descobrir tratar-se de um programa da empresa citada gravada num Long-Play, e com quantas músicas de ótima qualidade. Saudades do Professor Moura, e sua oratória, do Professor Everardo Públio de Castro e sua esposa Ita, que tanto contribuíram para a minha formação e de uma geração inteira. Quantas vezes, pude eu sair da casa de meus pais na Rua da Boiada, e logo em frente adentrar a casa dos saudosos Mestres, e lá receber lições e mais lições de sociologia, história, geometria, tudo de graça. Saudades de uma Vitória da Conquista, ainda menina, agora uma moça, mas que já seduzia tantas e tantas pessoas, que aqui chegavam e montavam seus negócios. Saudades sim, por que não, do mês de junho, quando ao ser acessa a primeira fogueira já batíamos na porta da nossa inesquecível “Vó Dos Anjos”, e perguntávamos: São João passou aqui?. Saudades de bons amigos, onde em acaloradas discussões falávamos a cerca dos rumos da música popular brasileira, da própria política brasileira, enfim saudades de um tempo em que podíamos ser cidadãos, mesmo ainda adolescentes sentavam num banco de uma praça sem qualquer medo ou receio e lá íamos discutir a cultura, o que nós era ensinado. Bandido naquela época era somente os que pulavam os muros das casas na calada da noite para roubar galinhas e no dia seguinte ser preso pelo policial aposentado Procópio. Saudades em que a hipocrisia não reinava que a verdade valia que eu roubava uma rosa, ainda que fosse ao jardim da casa de meus pais para dar a uma futura namoradinha. Saudade de uma época em que a violência se existia, não aparecia. Mas o tempo é inclemente, e hoje assistimos a hipocrisia, a banalização da violência, o reino do medo, e somos reféns em nossas casas, mas isto já é outra história.
Dr. Afranio Garcez.
A cena era inenarrável e bela. Do Alto da Serra do Peri-Peri avistávamos toda a nossa querida cidade, e ao descermos do ônibus lá no “Posto Tigrão” íamos a pé, logo ao então famoso Bar Baretta, na Avenida Régis Pacheco, onde o café da manhã era uma bela garrafa de Jurubeba Leão do Norte. Lembranças e reminiscências de uma Vitória da Conquista, onde havia mais alegria, até nos comícios realizados nas Praças Públicas, onde a maior atração era ouvir os disparates do velho e combativo ex-vereador Ney Ferreira. Como era bom e agradável participar das festas de largo, realizadas no antigo “Jardim das Borboletas” e adjacências. Inda me lembro até mesmo de uma apresentação do Luiz Gonzaga na Praça Barão do Rio Branco, onde ele fazia a propaganda das então famosas pilhas Ray-Ovac. Que saudades eu sinto de andar em plena neblina, noite adentro, com os meus velhos colegas e companheiros, pela rua dos tocos, rua da moranga, rua das sete casas, rua do espinheiro, rua das flores, e quando dava ir dá um pulinho correndo o maior perigo lá na rua do “magasapo”. Quantas saudades eu ainda sinto, quando ligo o rádio e logo me vem à memória os programas da boa Rádio Club de Conquista, com os seus apresentadores ilustres, alguns ainda vivos, outros já morando em outro plano. Saudades do Programa do Gilson Moura, da voz marcante de Jota Menezes, do programa música e alegria Kolynos, que depois descobrir tratar-se de um programa da empresa citada gravada num Long-Play, e com quantas músicas de ótima qualidade. Saudades do Professor Moura, e sua oratória, do Professor Everardo Públio de Castro e sua esposa Ita, que tanto contribuíram para a minha formação e de uma geração inteira. Quantas vezes, pude eu sair da casa de meus pais na Rua da Boiada, e logo em frente adentrar a casa dos saudosos Mestres, e lá receber lições e mais lições de sociologia, história, geometria, tudo de graça. Saudades de uma Vitória da Conquista, ainda menina, agora uma moça, mas que já seduzia tantas e tantas pessoas, que aqui chegavam e montavam seus negócios. Saudades sim, por que não, do mês de junho, quando ao ser acessa a primeira fogueira já batíamos na porta da nossa inesquecível “Vó Dos Anjos”, e perguntávamos: São João passou aqui?. Saudades de bons amigos, onde em acaloradas discussões falávamos a cerca dos rumos da música popular brasileira, da própria política brasileira, enfim saudades de um tempo em que podíamos ser cidadãos, mesmo ainda adolescentes sentavam num banco de uma praça sem qualquer medo ou receio e lá íamos discutir a cultura, o que nós era ensinado. Bandido naquela época era somente os que pulavam os muros das casas na calada da noite para roubar galinhas e no dia seguinte ser preso pelo policial aposentado Procópio. Saudades em que a hipocrisia não reinava que a verdade valia que eu roubava uma rosa, ainda que fosse ao jardim da casa de meus pais para dar a uma futura namoradinha. Saudade de uma época em que a violência se existia, não aparecia. Mas o tempo é inclemente, e hoje assistimos a hipocrisia, a banalização da violência, o reino do medo, e somos reféns em nossas casas, mas isto já é outra história.
Dr. Afranio Garcez.








2 comentários:
Afranio Garcez,
Embora não devemos jamais ficarmos presos a ele, mas o passado está presente em nossas memórias e as boas lembranças enaltece a alma.
Reminiscências perpetua a nossa história e valoriza a vida.Parabéns!
Desculpe-me Dr. Afrânio, mas, permita-me fazer uma correção no seu escrito. O Luiz Gonzaga nunca fez a propaganda das famosas pilhas Ray-O-Vac e sim, das pilhas Eveready. Eu fui empregado da White Martins, a qual era distribuidora das pilhas Eveready, e o contrato do forrozeiro nordestino era com a Eveready. A música ainda não me sai da memória:
"Pilha Eveready, oi! Pilha Eveready!
Pilha Eveready a minha luz, a minha alegria!
Com a minha Lâm-pá-dá!
Com a minha Lâm-pá-dá!
Eu vejo a estampa da estrêla de Maria!"
Francisco Silva Filho - Curitiba-PR
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