quarta-feira, 8 de abril de 2009

“Lutamos para que as pessoas participem do controle da dengue juntamente conosco”


Josemeire Nóbrega, Coordenadora de V. Epidemiológica

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De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia, até a segunda semana de março, o número de casos de dengue no Estado chega a 26.597, um aumento de 291% nas notificações em relação ao mesmo período do ano passado. No total, 28 pessoas morreram por causa da doença no estado. Em média, são 2,4 mil notificações por semana e uma morte a cada três dias.
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Em Vitória da Conquista 195 casos de dengue já foram notificados. Sobre essa situação, O Piquete Bancário conversou com a Coordenadora de Vigilância Epidemiológica do município, Josemeire Nóbrega.

O Piquete Bancário - Qual a situação do município com relação a dengue?
Josemeire Nóbrega - Vitória da Conquista tem, hoje, 195 casos de dengue notificados, dos quais 44 positivos, 94 negativos. Estamos aguardando ainda outros 57 resultados. É bom ressaltar que muitos casos de dengue com complicação e dengue hemorrágica estão chegando a Vitória da Conquista e temos dado uma retaguarda muito grande a esses casos.

- Quais medidas são tomadas pela Secretaria de Saúde para impedir o avanço da doença?
- Trabalhamos no controle da doença nos hospitais; estamos com duas equipes da Vigilância Epidemiológica junto com o censo de controle de endemias; acionamos agora a Atenção Básica e a 20ª DIRES cedeu uma equipe para que possamos controlar os casos vindos de outros municípios. Além disso, nossa equipe está sendo capacitada para atender aos casos de dengue com complicação e dengue hemorrágica e para o manejo clínico em todos os hospitais. Hoje, estamos encerrando o “manejo clínico” com médicos e enfermeiros de toda a região de Belo Campo, de Tremedal, de Caetanos, de toda a 20ª DIRES, porque existem municípios da região que estão em surto e encaminham para Conquista os pacientes sem a mínima hidratação. Essa situação tem complicado o tratamento dos casos de dengue recebidos aqui pelo município. Nossos médicos são treinados e estão repassando esse treinamento para os médicos dos hospitais dessas outras cidades, para que eles façam da melhor forma possível o tratamento dos pacientes graves. Dessa forma, temos contido os óbitos em nível regional.

- Segundo o último levantamento do índice de Infestação Predial (IIP), a porcentagem de domicílio com a presença de focos do mosquito saltou de 0,27% para 1,53%. Esse dado preocupa?
- O Ministério da Saúde preconiza uma infestação abaixo de 1%, mas todo verão a gente fecha acima de 1%, apesar do trabalho árduo dos agentes de endemias, que vão de casa em casa. Nós temos ainda um número alto de pendências, pessoas que não recebem a visita do agente de endemias, terrenos baldios que estão com o mato alto e não dá pra eles entrarem... por isso, temos trabalhado com a Secretaria de Serviços Públicos e o Ministério Público para diminuir esse índice de pendências e de infestação. Em Conquista, alguns bairros estão críticos: em onze (Nossa Senhora Aparecida, Bruno Bacelar, Ipanema, Panorama, Candeias, São Vicente, Pedrinhas, Bairro Brasil, Alto Marom, Santa Teresinha, URBIS VI.), trabalhamos em forma de mutirão de limpeza, além do trabalho focal que os agentes desenvolvem diariamente.

- O combate ao mosquito da dengue precisa da colaboração de todos os cidadãos. Que ações são desenvolvidas para aumentar a informação e a consciência da população frente a esse caso?
- Temos feito reuniões dentro desses bairros citados, mobilizando a comunidade, a sociedade civil... Lutamos para que as pessoas participem do controle da dengue juntamente conosco. A comunidade precisa saber qual o propósito de se eliminar os criadouros de mosquitos para depois compreender a importância de se eliminar a dengue em nossa cidade. Os mutirões com a participação popular têm sido bastante eficazes.

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