quarta-feira, 8 de abril de 2009

Baiana dá à luz gêmeos siameses em Goiânia


Ressonância magnética mostrou que os irmãos estavam unidos

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Uma professora baiana deu a luz gêmeos siameses, nesta quarta-feira, 8, no Hospital Materno Infantil de Goiás, em Goiânia. Os dois meninos, Artur e Heitor, são unidos por tórax, abdomen e bacia, têm três pernas e apenas um fígado. A mãe é moradora de Botuporã, município a 814 km de Salvador, mas foi até Goiânia porque o hospital é referência nacional no atendimento a este tipo de caso.

Segundo o médico cirurgião-pediatra que atendeu a paciente, Zacarias Calil, o parto ocorreu por cesariana e durou cerca de uma hora. Na noite desta quarta, tanto os meninos como a mãe passavam bem. “Quando eu sai da maternidade, inclusive, eles estavam chupando o dedo”, comentou o médico.


Zacarias contou que a mãe entrou em contato com o hospital público em dezembro e desde então vem sendo acompanhada por uma equipe médica.


SEPARAÇÃO – O médico explicou que, embora não haja ainda data definida para a cirurgia de separação, esta deve ocorrer apenas quando as crianças completarem um ano de vida. “É necessário que antes os meninos ganhem peso e tomem as vacinas próprias da idade, porque o procedimento é complicado e costuma durar de 12 a 14 horas”, explicou Calil.


Segundo ele, a separação pode ser bem sucedida porque, apesar de os pequenos partilharem um único fígado, eles têm sistemas internos separados. “Nós vimos, por exemplo, que há duas vesículas biliares e dois intestinos, que estão unidos apenas na parte final”, especificou. O médico explicou, no entanto, que não vai ser possível evitar que pelo menos um dos bebês fique com uma só perna.


REFERÊNCIA – O Hospital Materno Infantil de Goiás é referência no atendimento de gêmeos siameses no Brasil. Segundo Zacarias, nos últimos dez anos foram atendidos 14 casos, 5 dos quais separados com sucesso.


“O número não é ruim, porque uma gestação de siameses dificilmente chega ao fim. E quando ocorre, os bebês costumam morrer após o parto”, explicou. Segundo ele, este tipo de ocorrência é rara, há apenas um caso registrado para cada cem mil nascidos vivos.

A Tarde

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