sexta-feira, 13 de março de 2009

Uma bela chegada

Por Francisco Silva Filho

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Para os conquistenses natos assim como os adotados, que vivem fora da nossa cidade, e passam longos períodos sem retornar à cidade, quando o fazem, sentem um prazer indescritível ao se aproximarem da nossa “mother city”. Eu, particularmente, tenho sido muito simpático e atuante ao movimento no que se refere à construção ou reforma do nosso aeroporto; é muito bom que isso aconteça, pois as nossas necessidades mais urgentes e inadiáveis estariam assim, em bom caminho de resolução. Entretanto, quando eu me referi ao prazer indescritível à aproximação a nossa cidade, referi-me, por rodovia.

Sabemos, pois, que a imensa maioria das pessoas que chegam a nossa cidade, o fazem pelas rodovias que cruzam o nosso município, seja pelo eixo leste/oeste como também, pelo eixo norte/sul e vice-versa para ambos os eixos. Dos doze anos que me faço ausente enquanto morador em nossa cidade, pelo menos uma vez por ano, eu me faço visitante. Muitas foram as viagens nesse período, contabilizo umas vinte. Dessas, quase metade foram de avião, as outras, com o meu carro próprio ou mesmo de ônibus. Dessas viagens por via terrestre, todas me trouxeram um indescritível bem estar ao me aproximar da nossa cidade a partir da torre da Embratel próxima ao distrito de Cercadinho.

A partir daquele ponto, começa-se a sentir a energia contagiante que a cidade emana; tanto faz se é seis ou sete horas da manhã (quando se viaja de ônibus), ou se é fim de tarde (neste horário, é porque fui de carro próprio). A cidade é sempre uma festa que aguardamos ansiosamente; a propósito, quando se chega à noite em Conquista, todas as entradas são belas; todavia, não existe mais bela chegada a não ser, a do eixo sul-norte (vindos de Minas Gerais). As luzes que as nossas vistas alcançam a partir do bairro Senhorinha Cairo e se estendem até as cercanias da UESB, fazem um show à parte, todavia, a grande e sentida ausência é a falta da iluminação ao Cristo do Mário Cravo.

Como todo bom pai de família que busca ampliar a sua cultura e de sua família com viagens proveitosas, eu também, procuro ampliar a nossa cultura fazendo viagens inesquecíveis. Uma viagem que pode aumentar em muito os nossos conhecimentos, quase sempre, passa, necessariamente, por uma pequena cidade, onde, as raízes culturais são sempre bem cultivadas, quase nada se perdem. Das minhas tantas viagens por lugares tão remotos, muitas foram as fotos que eu tirei e as conservo comigo. Mas, dessas viagens, as fotos que mais me chamaram atenção, foram as que tirei dos “portais” das cidades visitadas; tentei enviar uma em especial ao administrador deste blog para que fosse postada, todavia, o meu scanner está com problemas, e não tive alternativas, senão, copiar imagem obtida do Google desse mesmo portal, aliás, ficou até melhor, haja vista, nessa foto a nossa ausência, pois, na minha foto aparecemos todos, além do carro em vias de empatar o trânsito.

O que eu quero com isso? Pois bem, a distância que me separa da minha cidade, não me impede de querer para ela o melhor, sei que muitas cidades no interior do nordeste já possuem há muito tempo portais tais quais eu vi pelo interior do Paraná, de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A nossa cidade poderia muito bem, já ter um portal de entrada, sobretudo, pela sua característica que é, de ser a entrada da Bahia e nordeste brasileiro. Pensando nisso, é que eu, ao visitar Holambra no interior paulista, elegi aquele portal como um modelo a ser construído em nossa cidade (vide foto acima). Para ser mais claro, acho que um portal com essas dimensões, seria muito bem edificado se fosse, nas imediações do posto fiscal, um pouco mais adiante em direção à Candido Sales.

Um portal para a nossa cidade deveria ter um centro de recepção ao visitante, com informações sobre hospedagens e seus respectivos valores, um bom restaurante ou churrascaria, uma loja de lembranças da cidade, um banco 24 horas e, não faltar um espaço cultural onde, os visitantes poderão receber informações sobres os acontecimentos culturais da cidade e, o principal: um belo canteiro com o que é símbolo da nossa cidade – pelo menos, no nosso hino é – qual sejam, as ROSAS.

Sei que vocês podem estar me achando piegas; é verdade, isso é o que acontece com quem fica ausente da cidade, mas, eu continuo amando-a e jamais deixei ou vou deixar de amá-la; como todo namorado ou marido ausente, quando ver uma bela jóia ou um belo vestido, pensa imediatamente na sua amada, assim sou eu; vejo coisas belas, vejo administradores municipais exemplares, vejo representantes em nível estadual e federal respeitáveis, vejo bons índices na educação, vejo bom atendimento na saúde, vejo boa política de preservação ambiental, vejo excelentes obras viárias de acesso à cidade, vejo respeito aos cidadãos contribuintes, vejo cidades limpas e livres dos mosquitos de toda ordem, vejo excelentes terminais rodoviários, vejo bons aeroportos servidos por excelentes companhias aéreas, vejo, enfim, que a população é politizada e sabe cobrar os seus direitos e cumprir as suas obrigações, tudo isso, me faz lembrar a minha querida Vitória da Conquista. Que bom que nós tivéssemos tudo isso!


Francisco Silva Filho

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