Sexta-feira. Dia 6 de fevereiro de 2009. Um dia como outro qualquer na administração municipal de Vitória da Conquista. Menos para Zene, nome de guerra de Zenildes Malta Veiga. Esta data marca para ela o início de um novo momento: depois de 25 anos de serviços prestados à Prefeitura de Vitória da Conquista, ela se aposenta do serviço público para se dedicar a outras tantas atividades.
Com o habitual sorriso largo e a proverbial doçura que lhe renderam muitas amizades, Zene chegou para o último dia de trabalho, cumprimentou os colegas, tomou um cafezinho e, como de costume, sentou-se à mesa número sete do setor de atendimento da Secretaria de Finanças, a mesma mesa que ocupa desde que uma outra colega se aposentou.
Emocionada, evitou como pôde as despedidas. “Segunda-feira ainda volto aqui para pegar minhas coisas; sou muito chorona, por isso não quero formalidades”, disse, já com algumas lágrimas nos olhos.
HISTÓRIA – Zene tem 61 anos. Casou-se aos 17, tem três filhos e nove netos. Separou-se e não quis novo casamento. Cresceu numa família evangélica, mas não seguiu a religião.
Ela, que já trabalhou em vários setores da administração, manifesta um apego especial ao serviço de atendimento ao público. Lidar com pessoas é difícil, mas, ao mesmo tempo, gratificante. “Às vezes, as pessoas chegam aqui nervosas, mas aprendi a lidar com isso: ofereço um cafezinho e daqui a pouco fica tudo bem. De vez em quando, ficam duas ou três pessoas me esperando; só querem ser atendidas por mim. Me sinto valorizada”.
Zene começou a trabalhar no setor de finanças em 97 e tinha aversão a computador. “Eu tinha o maior medo de mexer em alguma coisa errada e causar um problema”, confessa. Hoje, não consegue explicar como conseguia trabalhar sem essa ferramenta.
Os colegas já sabem: na gaveta de Zene tem de tudo, mas de tudo mesmo: sandália, sabonete, pano de prato, tesoura, linha de todas as cores, botão e até sal. Isso mesmo: sal! “Passo o dia inteiro aqui; tenho que trazer de tudo porque sempre alguém pode precisar”, justifica.
Com a aposentadoria, ela já começou a distribuir a “herança”. Presenteou uma colega com a tesoura, para outra ficaram os alfinetes; cada um teve direito a uma “lembrancinha”.
Zene veio para Conquista aos dez anos. “Meu pai quis oferecer estudo a mim e aos meus oito irmãos”, lembra. Vaidosa, gosta de sair de casa sempre “produzida”. Nos fins de semana, não dispensa uma cervejinha com as amigas. Fuma e nunca pensou em parar de fumar. Fascinada por palavras-cruzadas, adora o Nível Experiente do entretenimento. “Quando começa a ficar fácil, escrevo reclamando; da série que eu gosto, só publicam três por mês; compro todas!”.
GOSTOS: Festeira assumida, Zene adora dançar ao som do Lordão; é “chicleteira”, mas, também romântica, curte Roberto Carlos. “Não gosto de música com palavrão, mas também não condeno quem gosta”, avisa. Devota do São João de Ibicui, sua terra natal – ela se ufana de ser neta de um dos fundadores da cidade, o fazendeiro José Veiga Santos.
SONHO: Zene admite não ter muitos sonhos: prefere pensar no que já realizou. “Minha felicidade são meus filhos e meus netos. Quero agora realizar os sonhos deles”. Agora, aposentada, promete aproveitar mais o tempo para cuidar das plantas. Quer viajar e já tem no roteiro o Rio de Janeiro. “Se eu pudesse, ai!, conhecer Veneza... sempre achei linda aquela cidade; li muito sobre Veneza nas revistas”, diz, com ao mesmo ar sereno que perfumou a atmosfera do setor onde trabalhou durante anos.
Com o habitual sorriso largo e a proverbial doçura que lhe renderam muitas amizades, Zene chegou para o último dia de trabalho, cumprimentou os colegas, tomou um cafezinho e, como de costume, sentou-se à mesa número sete do setor de atendimento da Secretaria de Finanças, a mesma mesa que ocupa desde que uma outra colega se aposentou.
Emocionada, evitou como pôde as despedidas. “Segunda-feira ainda volto aqui para pegar minhas coisas; sou muito chorona, por isso não quero formalidades”, disse, já com algumas lágrimas nos olhos.
HISTÓRIA – Zene tem 61 anos. Casou-se aos 17, tem três filhos e nove netos. Separou-se e não quis novo casamento. Cresceu numa família evangélica, mas não seguiu a religião.
Ela, que já trabalhou em vários setores da administração, manifesta um apego especial ao serviço de atendimento ao público. Lidar com pessoas é difícil, mas, ao mesmo tempo, gratificante. “Às vezes, as pessoas chegam aqui nervosas, mas aprendi a lidar com isso: ofereço um cafezinho e daqui a pouco fica tudo bem. De vez em quando, ficam duas ou três pessoas me esperando; só querem ser atendidas por mim. Me sinto valorizada”.
Zene começou a trabalhar no setor de finanças em 97 e tinha aversão a computador. “Eu tinha o maior medo de mexer em alguma coisa errada e causar um problema”, confessa. Hoje, não consegue explicar como conseguia trabalhar sem essa ferramenta.
Os colegas já sabem: na gaveta de Zene tem de tudo, mas de tudo mesmo: sandália, sabonete, pano de prato, tesoura, linha de todas as cores, botão e até sal. Isso mesmo: sal! “Passo o dia inteiro aqui; tenho que trazer de tudo porque sempre alguém pode precisar”, justifica.
Com a aposentadoria, ela já começou a distribuir a “herança”. Presenteou uma colega com a tesoura, para outra ficaram os alfinetes; cada um teve direito a uma “lembrancinha”.
Zene veio para Conquista aos dez anos. “Meu pai quis oferecer estudo a mim e aos meus oito irmãos”, lembra. Vaidosa, gosta de sair de casa sempre “produzida”. Nos fins de semana, não dispensa uma cervejinha com as amigas. Fuma e nunca pensou em parar de fumar. Fascinada por palavras-cruzadas, adora o Nível Experiente do entretenimento. “Quando começa a ficar fácil, escrevo reclamando; da série que eu gosto, só publicam três por mês; compro todas!”.
GOSTOS: Festeira assumida, Zene adora dançar ao som do Lordão; é “chicleteira”, mas, também romântica, curte Roberto Carlos. “Não gosto de música com palavrão, mas também não condeno quem gosta”, avisa. Devota do São João de Ibicui, sua terra natal – ela se ufana de ser neta de um dos fundadores da cidade, o fazendeiro José Veiga Santos.
SONHO: Zene admite não ter muitos sonhos: prefere pensar no que já realizou. “Minha felicidade são meus filhos e meus netos. Quero agora realizar os sonhos deles”. Agora, aposentada, promete aproveitar mais o tempo para cuidar das plantas. Quer viajar e já tem no roteiro o Rio de Janeiro. “Se eu pudesse, ai!, conhecer Veneza... sempre achei linda aquela cidade; li muito sobre Veneza nas revistas”, diz, com ao mesmo ar sereno que perfumou a atmosfera do setor onde trabalhou durante anos.
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