sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Crianças morrem após contraírem dengue em Porto Seguro

O avanço da dengue na Bahia. Só no mês de janeiro, foram notificados 3.701 casos de dengue clássica no estado, 13 do tipo mais grave - a hemorrágica.

Jequié concentra 70% do total registrado no mês passado. O município do Sudoeste enfrenta uma epidemia da doença. Em Porto Seguro, uma menina de dois anos morreu vítima da dengue. Na mesma cidade, um garoto de seis anos morreu vítima de complicações de dengue clássica.


Em Jequié, a 350 quilômetros de Salvador, 2.637 casos de dengue foram notificados em janeiro, uma média de 83 casos por dia. Os hospitais da cidade estão lotados de pacientes com sintomas da doença. Uma pessoa morreu no início do ano, vítima da doença.

Em Porto Seguro, sul do estado, Jéssica Cardoso, 2 anos, morreu no fim de janeiro. O menino Kris Daniel, 6 anos, que morava no mesmo bairro de Jéssica, morreu esta semana vítima de complicações de dengue clássica.

Em Porto Seguro, 73 casos de dengue do tipo clássica foram notificados em janeiro.

Situação na capital - Em Salvador, a dengue avança em bairros nobres da Orla. Barra, Ondina e Rio Vermelho concentram, depois do Subúrbio Ferroviário, o maior número de casas com focos do mosquito causador da dengue. O problema já assusta moradores e turistas a duas semanas do Carnaval.

Na tarde desta quinta-feira (5), no bairro de Ondina, os agentes de saúde encontraram focos do mosquito no quintal de uma casa. Em outra, os mosquitos e as larvas estavam na caixa d’água. A dona da casa, Maria do Nascimento, e dois dos 13 netos já tiveram dengue. ‘Tem que ter cuidado’, diz a dona de casa.

‘Essa localidade aqui, no Alto de Ondina, influencia direto nos outros bairros nobres. A gente cuida de prédios, de condomínios, mas chega num quintal desse, tem vários depósitos com focos que podem se proliferar para todo esse quarteirão’, explica Raul Silveira, do Centro de Zoonoses.

Os agentes fizeram buracos nos vasos de plantas, conferiram as caixas d’águas e jogaram larvicidas nas casas e em áreas públicas, como no Monumento Clériston Andrade, na Avenida Garibaldi, onde a equipe do BATV encontrou água suja parada.

Nas próximas duas semanas, esta área vai receber milhares de foliões para curtir o Carnaval e foi exatamente nesta região onde foi encontrado o segundo maior número de focos do mosquito da dengue no mês passado, em índices bem acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que é de até 1%.

Dados colhidos no mês passado pela Organização Mundial de Saúde mostram que, depois dos bairros do Subúrbio Ferroviário (que tiveram índice de infestação de 5,9%) a região entre os bairro da Barra e do Rio Vermelho vêm logo depois (com índice de 4,8%), seguida do bairro Cabula/Beiru (4,3%).

Quem mora na região ou está visitando a cidade também se preocupa. ‘Realmente eu vi na praia latas vazias, pedaços de cocos. É perigoso’, conta a turista Vanessa Clingel.

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