terça-feira, 26 de agosto de 2008

Horário sem recursos



Por Jeremias Macário

De um modo geral, o horário eleitoral dos candidatos a prefeito de Vitória da Conquista demonstra falta de recursos financeiros e humanos. Percebe-se carência no quesito criatividade e na apresentação de propostas concretas de trabalho possíveis de serem realizadas. Sem jogo de imagens, conteúdo e textos mais concisos e claros, navega-se na generalização, e tem candidato perdido caindo na monotonia. Sem dinheiro e profissionalismo, fica difícil fazer programas atrativos que prendam o eleitor.

O horário eleitoral pago pelo contribuinte através da isenção fiscal às emissoras de rádio e televisão precisa ser mais bem aproveitado pelo candidato na hora de dar seu recado. Não se pode desperdiçar o tempo com lengalengas e blábláblás. O único vínculo que o profissional deve ter, além do postulante ao cargo, é com seu trabalho bem remunerado durante o período. Até aqui, quem está mais ganhando com este horário são as emissoras. Por enquanto, tem prevalecido o amadorismo, e a comunicação não perdoa isso.

Por ser homem de rádio que lida muito tempo com a comunicação, Herzem Gusmão, candidato da coligação do PSDB, com cerca de seis minutos, está conseguindo fazer um programa mais técnico, dinâmico e com mais cara profissional. O programa tem mais imaginação e plasticidade. Começou batendo forte no candidato do PT, Guilherme Menezes, mas não se sabe até quando. Pode se perder lá na frente. É um risco que se corre.

Herzem, talvez espere com essa tática obter respostas do PT para ganhar dividendos, mas, tudo indica que isso, por vários motivos, não vai ocorrer. É preciso ter muito cuidado com as promessas para não cair no descrédito. É possível colocar mais uma empresa de ônibus na Praça de Conquista? Não seria mais coerente melhorar e aperfeiçoar o sistema atual? As propostas têm que ser comprovadamente viáveis. O eleitor está de olho.

O programa da coligação do PT está muito parecido com o das eleições passadas, talvez por se tratar de um candidato carismático e mais conhecido da população. Mas, não se pode abrir a guarda. É preciso mais dinamismo, congraçamento e força que sempre apresentou o partido em suas transmissões.

Feitos passados são importantes para a comunidade e servem como ponto de referência. Não há dúvidas quanto a isso, mas o candidato deve falar o que vai fazer daqui pra frente. O povo espera propostas e novos compromissos. Tudo indica que o PT, que tem sete minutos no horário, não vá responder as críticas do adversário PSDB. A intenção, ao que tudo indica, é tirar mais tempo do candidato Herzem através de ações na Justiça Eleitoral.

Com duração de 12 minutos, praticamente metade em relação à dos seus adversários, a coligação do PDT-PMDB, de Esmeraldino Correia, não está sabendo aproveitar o tempo. Como já vinha dizendo, não decolou, e o candidato ainda não saiu das apresentações. Profissionalmente, o programa deixa a desejar e carece impor mais imaginação, jogo de imagens, criatividade e dinamismo.

O postulante ao cargo precisa ser mais arrojado e começar a apresentar suas propostas concretas de trabalho, com mais clareza e objetividade. O programa está lento, morno e pobre. Com todo respeito aos feirantes e soldados, com suas importâncias no seio da sociedade, a homenagem num programa eleitoral não rende muito em termos de votos. Existem também outras tantas categorias, e o tempo eleitoral é precioso para o candidato passar sua mensagem como pretendente ao cargo de prefeito.

Um comentário:

Anônimo disse...

O jornalista Jeremias Macário tem razão, quando diz; as obras feitas no passado servem coomo referênciais.Real importância, é os candidatos apresentarem os seus projetos viavéis e forma como serão implantados.Nem que, para isso utilize um programa - falando a respeito de uma prioridade do seu governo.Um exemplo;agroindústria para o município de V. da Conquista. Se tem em vista, qual será a sua capacidade empregatícia, o capital a ser aplicado, os benefícios para toda a região, etc,. RGS(pesquisador)