Cidade romântica: Dia dos namorados
O site Viaje Aqui está promovendo uma enquete sobre a cidade mais romântica do Brasil. Eu já escolhi a minha: Vitória da Conquista. A cidade é tão romântica que já estabeleci até o roteiro para aproveitar o Dia dos Namorados. Vou mandar lavar o carro (e tomar um banho também) vestir uma roupa limpa, pegar a namorada e depois parar num lugar bem acolhedor para me derramar em firulas sentimentais. Lugar não falta. Temos um número enorme de ambientes onde se pode fazer um programa sem precisar gastar muito (recomendo aos “duros” como eu, que façam o mesmo!).
Vitória da Conquista sempre foi uma cidade romântica. Não tenho o menor receio em afirmar que em matéria de grandes romances, não devemos nada às outras. Alguém me contestará, tudo bem. Nunca tivemos amantes tão famosos quanto Romeu e Julieta, Abelardo e Heloisa ou Richard Burton e Elizabeth Taylor (este último casal viveu no cinema, imaginem, Antônio e Cleópatra). Nem por isso deixamos de registrar em nossas efemérides romances grandiloquentes. Romances prá lá de turbulentos e exóticos. Grandes histórias de amor. Inclusive de homossexuais. Um desses, ficou tão enlouquecido por um rapazinho sem coração que constantemente o flagrávamos em numa enorme larica sentimental. Todo mundo ficava com dó do bicho, digo, da bicha.
Como ia dizendo, pego a namorada, nos sentamos num lugarzinho simples, porém aconchegante, bebemos umas duas garrafas de vinho (R$ 10,00 a garrafa), comemos um filezinho à palito cheio de cebola (eu e ela, claro, senão ninguém agüenta o bafo) e voltamos prá casa, parecendo dois pombinhos sob um luar branco e redondo, arrodeado de tufos de algodão e flocos de sereno caídos da embriaguez. Ah, como é bom namorar!
Os ambientes são muito aconchegantes. Quem quer mais badalação vai ao Bistrô, ao Chinês, ao Boca de Forno, ao Estação Arte e por aí afora. Quem quer um programa mais ameno, porém muito gostoso, vai ao Laçador do meu amigo Pedro Artigas Ribeiro (o Gaúcho). Lá, você tem muita coisa boa para degustar e não é caro. A música geralmente é de boa qualidade, o wiskye é rigorosamente honesto (como o dono da casa) e os freqüentadores, nota-se logo, gente de boa educação. Do lado esquerdo do balcão tem uma mesa, que quando estou nela, só levanto quando troveja.
Os namorados são sempre gentis. E no dia deles, raras vezes vi namorados (ou namoradas) brigando ou discutindo em uma mesa. Todo mundo cheio de quaisquaisquais, conversa mole, olhares lânguidos, mãos macias em cima (e debaixo) da mesa e tome-lhe “amor prá cá, tome-lhe amor prá lá”. Todo mundo cheio de farofa. Mentem-se à vontade. Mas, convém dizer, são mentiras verdadeiras. Juram amor eterno, dizem que só se realizam com o (a) outro (a) e a noite passa na mais absoluta beleza. Nas noites do Dia dos Namorados, parece haver uma cumplicidade com a meteorologia. Não chove, não garoa, não faz calor. Tudo perfeito. O amor é tão lindo que harmoniza até a natureza.
O grande sábio inglês Samuel Johnson dizia que geralmente as pessoas se casam sem se conhecer. Eu penso também que isso é verdade. Acrescenta ele: “Se elas se conhecessem não se casariam” (ah, ah, ah). Adoro a observação de Dr. Johnson. Por causa disso, procuro não conhecer coisas da minha amada. É melhor não conhecer (recomendo). E, ademais, o que é que tenho a ver com isso? Todo mundo tem passado. Como não tenho grande futuro, procuro então viver o presente. A cidade é tão romântica que aqui caberia tranquilamente o casal Dante e Beatriz, pois cabe há muito tempo Flora e Pã. Feliz dia dos Namorados, um abraço cordial e até a próxima.
Paulo Pires
Professor UESB-FAINOR.
O site Viaje Aqui está promovendo uma enquete sobre a cidade mais romântica do Brasil. Eu já escolhi a minha: Vitória da Conquista. A cidade é tão romântica que já estabeleci até o roteiro para aproveitar o Dia dos Namorados. Vou mandar lavar o carro (e tomar um banho também) vestir uma roupa limpa, pegar a namorada e depois parar num lugar bem acolhedor para me derramar em firulas sentimentais. Lugar não falta. Temos um número enorme de ambientes onde se pode fazer um programa sem precisar gastar muito (recomendo aos “duros” como eu, que façam o mesmo!).
Vitória da Conquista sempre foi uma cidade romântica. Não tenho o menor receio em afirmar que em matéria de grandes romances, não devemos nada às outras. Alguém me contestará, tudo bem. Nunca tivemos amantes tão famosos quanto Romeu e Julieta, Abelardo e Heloisa ou Richard Burton e Elizabeth Taylor (este último casal viveu no cinema, imaginem, Antônio e Cleópatra). Nem por isso deixamos de registrar em nossas efemérides romances grandiloquentes. Romances prá lá de turbulentos e exóticos. Grandes histórias de amor. Inclusive de homossexuais. Um desses, ficou tão enlouquecido por um rapazinho sem coração que constantemente o flagrávamos em numa enorme larica sentimental. Todo mundo ficava com dó do bicho, digo, da bicha.
Como ia dizendo, pego a namorada, nos sentamos num lugarzinho simples, porém aconchegante, bebemos umas duas garrafas de vinho (R$ 10,00 a garrafa), comemos um filezinho à palito cheio de cebola (eu e ela, claro, senão ninguém agüenta o bafo) e voltamos prá casa, parecendo dois pombinhos sob um luar branco e redondo, arrodeado de tufos de algodão e flocos de sereno caídos da embriaguez. Ah, como é bom namorar!
Os ambientes são muito aconchegantes. Quem quer mais badalação vai ao Bistrô, ao Chinês, ao Boca de Forno, ao Estação Arte e por aí afora. Quem quer um programa mais ameno, porém muito gostoso, vai ao Laçador do meu amigo Pedro Artigas Ribeiro (o Gaúcho). Lá, você tem muita coisa boa para degustar e não é caro. A música geralmente é de boa qualidade, o wiskye é rigorosamente honesto (como o dono da casa) e os freqüentadores, nota-se logo, gente de boa educação. Do lado esquerdo do balcão tem uma mesa, que quando estou nela, só levanto quando troveja.
Os namorados são sempre gentis. E no dia deles, raras vezes vi namorados (ou namoradas) brigando ou discutindo em uma mesa. Todo mundo cheio de quaisquaisquais, conversa mole, olhares lânguidos, mãos macias em cima (e debaixo) da mesa e tome-lhe “amor prá cá, tome-lhe amor prá lá”. Todo mundo cheio de farofa. Mentem-se à vontade. Mas, convém dizer, são mentiras verdadeiras. Juram amor eterno, dizem que só se realizam com o (a) outro (a) e a noite passa na mais absoluta beleza. Nas noites do Dia dos Namorados, parece haver uma cumplicidade com a meteorologia. Não chove, não garoa, não faz calor. Tudo perfeito. O amor é tão lindo que harmoniza até a natureza.
O grande sábio inglês Samuel Johnson dizia que geralmente as pessoas se casam sem se conhecer. Eu penso também que isso é verdade. Acrescenta ele: “Se elas se conhecessem não se casariam” (ah, ah, ah). Adoro a observação de Dr. Johnson. Por causa disso, procuro não conhecer coisas da minha amada. É melhor não conhecer (recomendo). E, ademais, o que é que tenho a ver com isso? Todo mundo tem passado. Como não tenho grande futuro, procuro então viver o presente. A cidade é tão romântica que aqui caberia tranquilamente o casal Dante e Beatriz, pois cabe há muito tempo Flora e Pã. Feliz dia dos Namorados, um abraço cordial e até a próxima.
Paulo Pires
Professor UESB-FAINOR.
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