quinta-feira, 15 de maio de 2008

Quais são as chances de você sobreviver a um acidente de avião?


"Beyond the Black Box: The Forensics of Airplane Crashes" (além da caixa preta: análise forense dos acidentes de avião) é um livro fascinante, mas suspeito que não será facilmente encontrado nas livrarias de aeroportos.
Escrito por George Bibel, professor de engenharia mecânica da Universidade de Dakota do Norte, "Beyond the Black Box" explica as condições que ajudam a determinar quando os aviões se acidentam.

Por exemplo, 45% dos acidentes acontecem na aterrissagem. Notavelmente, contudo, esses acidentes são responsáveis por apenas 2% de todas as fatalidades. Os piores acidentes são aqueles que acontecem na subida ou em cruzeiro (14% dos acidentes, mas 37% das fatalidades).

O autor explica porque cada acidente ocorreu, descrevendo as forças que atuam em uma pista gelada, os coeficientes relevantes de fricção e do impacto dos reversos.

Seus capítulos têm títulos elevados como "pane durante o vôo", "pressão, descompressão explosiva", "balões de explosão" e "fadiga do metal: dobrar um 777 e clipes de papel".

Apesar de tudo isso, na maior parte dos acidentes, a maior parte das pessoas tem um final surpreendentemente feliz.

Tome por exemplo acidentes que resultam em "perda total" o que significa que o avião foi danificado de forma irreparável. Dos 446 DC10 entregues, 27 deles se envolveram em acidentes que levaram à perda total. Ao todo, nesses acidentes, 69% dos passageiros e membros da tripulação sobreviveram.

Se descartarmos os três piores acidentes, o índice de sobrevivência é de quase 90%!

Steven D. Levitt

Um experimento com livros de memórias falsas
Por que há tantos livros de falsas memórias no mundo? A lista continua crescendo, desde "Love and Consequences", de Margaret Seltzer, até "Misha: A Memoir of the Holocaust Years", de Misha Defonseca.

Se você tivesse escrito um livro de memórias com, digamos, 60% de fatos verdadeiros, você tentaria vendê-lo como memória ou como romance? Ou se você fosse um editor de uma autobiografia que você acreditasse ser 90% verdadeira, você a publicaria como memória ou como romance?

Ou talvez esta seja uma pergunta melhor: quais são as vantagens de publicar um livro como memória em vez de romance?

Aqui vão algumas possíveis respostas:

- Uma história real recebe cobertura da mídia bem maior do que um romance parecido com a vida.

- Uma história verdadeira gera mais reações em geral, inclusive vendas para o cinema, oportunidades de palestras, etc.

- O leitor se engaja com a história em um nível mais visceral se o livro for uma memória em vez de uma ficção.

Toda vez que um livro de memória é declarado falso, as pessoas dizem: "Bem, se a história é tão boa, por que não a publicaram como romance?" Eu acho, contudo, que as razões enumeradas e talvez muitas outras incentivam os autores, editores e outros a favorecerem a memória sobre o romance.

Aqui vai uma idéia para um experimento: pegue um manuscrito não publicado que contenha uma história intensa e angustiada na primeira pessoa. Reúna um grupo de 100 voluntários para o experimento. Dê uma cópia do manuscrito para 50 deles com um carta descrevendo a memória que vão ler. Dê uma cópia do manuscrito para outros 50 com uma carta descrevendo o romance que vão ler.

Nos dois casos, escreva e anexe um longo questionário sobre a reação do leitor ao livro. Sente-se, deixe-os ler e reúna os resultados. A "memória" verdadeiramente supera "o romance"?

Stephen J. Dubner

Seja verde: dirija
Em relação ao meio ambiente, as coisas muitas vezes não são tão simples quanto parecem à primeira vista.

Tome por exemplo o debate sobre as sacolas de papel e as sacolas de plástico: durante alguns anos, qualquer um que escolhesse sacolas plásticas no supermercado arriscava ser criticado pelos ambientalistas. Agora, parece que o consenso mudou na outra direção - quando o custo foi avaliado de forma mais cuidadosa.

O mesmo tipo de incerteza recai sobre a escolha de fraldas descartáveis contra fraldas de pano.

Algumas escolhas, pelo menos, estão além de qualquer reprovação ambiental. Claramente é melhor para o meio ambiente caminhar curtas distâncias do que as percorrer de carro.

Certo?

Até mesmo esta conclusão aparentemente óbvia agora está sendo questionada por Chris Goodall, como informa John Tierney no site do "The New York Times". E Goodall não é um maluco qualquer; é um ambientalista e autor do livro "How to Live a Low-Carbon Life" (como viver uma vida de baixo carbono).

Tierney escreve: "Se você anda 2 quilômetros e substitui as calorias perdidas com um copo de leite, as emissões de efeito estufa associadas a esse leite (como o metano produzido pela fazenda e o dióxido de carbono do caminhão de entregas) são quase as mesmas de um carro normal fazendo a mesma viagem, segundo os cálculos de Goodall. E se duas pessoas estiverem fazendo a mesma viagem, então certamente o carro seria a forma mais amigável ao ambiente".

Steven D. Levitt

Por que o preço do urânio deu um salto?
Entre 2004 e 2007, o preço do urânio mais do que quadruplicou, alcançando mais de US$ 140 (cerca de R$ 280), antes de cair fortemente nos últimos meses para menos de US$ 80 (em torno de R$ 160).

Por que houve tamanho pico de preço?

Uma razão foi a demanda maior de plantas de energia atômica em torno do mundo, na medida em que a energia nuclear se tornou mais palatável diante do aquecimento global.

De acordo com David Miller, gerente de operações das Strathmore Minerals, as usinas nucleares até recentemente viviam de um estoque de urânio enorme dos anos 80. O estoque havia sido criado em antecipação à construção de uma série de novas usinas nucleares nos EUA, que nunca foram construídas por causa de pressões políticas, fiscais e públicas. Agora, com esse estoque diminuído, há um grande impulso para o novo urânio, diz Miller.

Isso não explica a recente queda no preço do urânio, é claro, mas esta não foi a única commodity a ter sido atingida.

Stephen J. Dubner

Tradução: Deborah Weinberg

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